tag:blogger.com,1999:blog-49070315913823862092024-03-12T16:49:46.332-07:00Qualquer BossaBlog do Nicolau.
Belém - Pará - BrasilNicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.comBlogger304125tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-557832234468804962015-03-13T18:50:00.000-07:002015-03-14T07:54:37.264-07:00O problema do "Brasil"<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 22.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">O problema
do Brasil<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
Uma abordagem político cognitiva <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por Elielton Alves Amador<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
“O problema do
Brasil são os políticos”. Pensando bem, não, “o problema do Brasil é o povo”. Afirmações
performáticas como estas, que há muito tentam explicar nossos problemas, resumem
a visão rasteira sobre as dificuldades da sociedade brasileira. Afirmações como
estas estão na mesma base radical daquelas que dizem que “bandido bom é bandido
morto”, muito repetida, por exemplo, por deputados policiais com formação
filosófica ou sociológica zero; mas também estão na mesma origem de afirmações
como a que diz que a “classe média é uma aberração cognitiva”, repetidas por
doutores filósofos de carteirinha partidária. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O problema do
Brasil, quando deixarmos de tentar explica-lo de maneira simplista, será muito
mais complexo do que se imagina. Só de pensar, dá preguiça de continuar esse
texto. Coisa de intelectual brasileiro. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Mas o fato é
que o Brasil vive em guerra cognitiva. O Brasil é multipolar. A guerra civil ou
o golpe de estado anunciados no wathsapp podem não ocorrer, mas não duvide. O
que parece também é. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Aldous Huxley teve
uma viagem de ácido e afirmou ter entendido que a droga era uma estratégia da
Rússia para acabar com o “espírito americano”. Tive uma viagem pelas redes
sociais e quase descobri que a droga pode ser uma estratégia dos EUA para
implodir o “espírito brasileiro”. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O Brasil pode
ser multicultural, diverso culturalmente e o caralho a quatro, mas o Brasil não
é o centro do mundo, e precisa se ver como um projeto de nação, que nunca foi. Ou
não, mas precisa se ver em alguma coisa que todos tenham a mínima noção do que
seja. Porque não sendo o centro do mundo, o Brasil precisa ter uma política
internacional. Mas para isso precisa saber o que é sua casa. Mi casa, su casa. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O Lula não é
“burro”. Ele está mais para um “esperto”. Quem passou pelo que ele passou tinha
que desenvolver capacidades cognitivas e persuasivas. Mas ele parece sincero,
desenvolveu um carisma mesmo quando mente. Dilma mente sem carisma. Sem
persuasão, ganha a ojeriza da classe média de baixa cultura e baixa cognição,
que eles não são burros. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Talvez você
diga que a presidenta não mente. Mas a mentira dela consiste em uma meia
verdade mal dita. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O Lula fez o
Brasil crescer explorando a cognição do <i>status
quo</i>. O <i>status quo</i> brasileiro! Sacou
o que o pobre queria e o que o empresário queria. Um queria comer e comprar
geladeira, carro, fogão. O outro queria vender. Durante um tempo isso sustentou
a ilusão de crescimento e desenvolvimento social. Mas a educação (afinal somos agora uma “pátria educadora”) ainda não conseguiu elevar a percepção do povo
brasileiro. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Um homem
educado, é que nem um homem nu, todo vestido por dentro, diz Emicida. É isso! A
riqueza de um povo não está no que ele pode comprar. E uma nação com tanta
diversidade, tanta desigualdade social e econômica, não pode se equilibrar sem
uma guerra entre as classes dominantes e dominadas, mesmo que essa guerra seja
simbólica e virtual. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O pelego não
vai segurar essa onda se o cavaleiro não aliviar o lombo do burrito. Entendeu?!
Ou não entendeu? Como diria um antigo editor meu, “então, vai pensado, quem
sabe um dicionário ajude.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Uma nação como
o Brasil, já disse Celso Furtado, não pode achar que seu desenvolvimento será
pautado exclusivamente pela ilusão do crescimento econômico. Mas todo dia nos
jornais o “pibinho” do Brasil é achincalhado pelos especialistas de coisa
nenhuma e pelos jornalistas que não entendem nada. Fazem o jogo dos patrões e
só! A comunicação do PT não consegue desconstruir essa ideia. Ou porque acha
que o povo é burro e não vai entender. Ou porque ele mesmo não entende. Entende
somente a lógica empírica, da política desenvolvida por Lula, de alianças e
estratégias de manutenção do poder e do <i>status
quo</i>. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
E o PSDB? Bem,
talvez o FHC tenha entendido alguma coisa. Dizem que ele andou dando uns tapas
na pantera preta da marijuana e isso lhe abriu a mente. Mais ninguém mais do
lado dele quis compreender ou compartilhar esse baseado. Aécio só quer saber de
cafungar, deixou a barba crescer pra tentar confundir certas noções de
“esquerda/direita”. Coitado! <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
E ensinar...?!
Além da preguiça, FHC ainda tem que preservar as vantagens de estar onde esta. E
não preciso dizer mais nada. Ou preciso?!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Tem saída?
Não. Não em um partido. As pessoas têm que se olhar no olho e conversar, ir à
aula, ao trabalho... e conversar. Ler um livro e pautar a televisão e os
jornais. Com seus problemas reais e os problemas comuns. Para entender o
problema comum tem que ter comunicação! É pra isso que serve! Não pra mascarar
o interesse de uns.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Tem que limpar
a calçada e ligar para o prefeito cobrando. Não interessa se ele é do seu
partido ou se ele emprega a sua sobrinha, que não estudou, e não conseguiria,
por mérito próprio, nem um estágio na iniciativa privada, sem QI. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Não sei de
onde virá a solução, mas eu sei que essa virtualização da vida nos tira a
concentração. A gente tem que botar o pé no chão e sentir o território. Se
proteger do frio e da fome, e, ao mesmo tempo, fazer crescer o mundo das ideias
na nossa cabeça. Quem sabe assim o “Brasil” que todos acham grande em suas
“ideias”, em sua “percepção”, seja, enfim, tão grande quanto seu território.
Até lá, muitas batalhas serão travadas. Parece. <o:p></o:p></div>
Nicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-36016566567298339142014-05-13T17:29:00.002-07:002014-05-13T17:31:38.156-07:00Entre o afeto e a política nas eleições do Sinjor-PAO texto a seguir foi publicado originalmente no site da Chapa #Soumaissinjor que concorre à direção do Sindicato dos Jornalistas do Estado do Pará (Sinjor-PA). Ele pode ser lido no original <a href="http://soumaissinjor.com/index.php/blog/30-entre-afetos-e-uma-politica-efetiva-para-o-sinjor-pa-elielton-amador.html" target="_blank">AQUI.</a><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGINu1mBIWnj41T7bxa_guzdDrMlu2ab7XojvnqSdHUVq3wIFfBzpvuZ9Vn25xmu3Y7U8A2rQbbVl8dJI5Lc8B6zRA2nboyNRSGLMsXFO1Czyi12OkdSW4dXH8_SAQQqDX0ByOBEphF1sv/s1600/sinjorpa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGINu1mBIWnj41T7bxa_guzdDrMlu2ab7XojvnqSdHUVq3wIFfBzpvuZ9Vn25xmu3Y7U8A2rQbbVl8dJI5Lc8B6zRA2nboyNRSGLMsXFO1Czyi12OkdSW4dXH8_SAQQqDX0ByOBEphF1sv/s1600/sinjorpa.jpg" height="265" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Integrantes da Sou Mais Sinjor, que integro. Foto: Tarso Sarraf</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Meu amigo Anderson Araújo escreveu um texto muito ponderado sobre as eleições do Sinjor-PA que estão em curso. Ele declarou neutralidade (você pode ver o texto <a href="http://bebadogonzo.blogspot.com.br/2014/04/sobre-as-eleicoes-no-sinjor.html" target="_blank">aqui</a>). E, veja bem, eu não comecei esse texto dizendo que o jornalista Anderson Araújo é meu amigo para tentar colar nele a figura da chapa 01 “Sou Mais Sinjor”, que integro. Esse começo “afetuoso” tem um motivo e vou explicar. Antes, porém, quero lembrar que temos (nós, jornalistas paraenses) um colega colunista que sempre começa seus textos dizendo que esteve na casa de um ou mais amigos, ou que compartilhou com eles uma opinião sobre determinado assunto, antes de falar sobre o tema de sua coluna. Penso que isso tem a ver com a necessidade afetiva que transborda nas redes sociais e fora delas. Falo e começo meu texto com esse recurso para observar um dos pontos frisados, de maneira franca, mas sutil, no artigo do Anderson. Trata-se exatamente da questão afetiva.<br />
<br />
O grande professor Muniz Sodré tem uma aula registrada e postada no Youtube muito boa sobre o tema da diversidade cultural, que está em voga também nessas eleições, e também de maneira quase subliminar, a partir do slogan adotado pela chapa 2 (Sindicato é pra lutar). “Somos plurais, somos chapa 2”, diz o texto. Ele brinca com o número da chapa e com a diversidade cultural dos membros da mesma. Trata-se obviamente de um recurso discursivo muito bem bolado, ainda que eu duvide de sua eficiência publicitária.<br />
<br />
Pois bem, vocês podem acessar a magnífica aula de Muniz Sodré <a href="http://youtu.be/WfmEABJVeu4" target="_blank">neste link</a>. Mas posso resumir a questão dizendo que Sodré observa que a diferença, motivo intrínseco da diversidade, está dada entre os homens. Ela não precisa ser “reconhecida”, no sentido de que precise ser observada, anunciada. A diferença entre os homens e mulheres esta dada, sempre existiu. Os espécimes humanos (não se trata de uma questão de gênero) são diferentes. São diferentes mesmo entre etnias comuns, mesmo entre povos diferentes, entre classes, entre gênero, enfim. Imaginem vocês, então, entre uma categoria tão plural quanto a dos jornalistas.<br />
<br />
Digo isso de antemão para derrubar o pensamento que, por oposição, chegasse à conclusão falaciosa de que a chapa 01 “Sou mais Sinjor” não seria plural ou tão diversa quanto a chapa 02 (Sindicato é pra lutar). A diferença está dada, como ressalta Muniz Sodré. Ou, como diria aquela canção da banda paraense Norman Bates, em que toquei por 15 anos, “A diferença soma, a diferença é nós, a diferença é voz.”<br />
<br />
Sodré ressalta que a diferença não precisa de reconhecimento, e critica os estudiosos culturalistas pelo reconhecimento distante das diferenças. Um eruditismo inócuo, segundo ele. A diferença precisa ser aceita. E aceitar a diferença evidencia a necessidade de exercitar o afeto, pois é o afeto que permite se misturar ao diferente. Então, chegamos a mais uma questão. A questão principal eu diria.<br />
<br />
Anderson assim como eu, certamente, tem muitos amigos tanto na chapa 01 quanto na chapa 02. E, além de estar distante, preferiu não manifestar apoio a uma ou outra chapa porque isso provocaria o afeto dos amigos, e dos “não-amigos”, que não somos também unanimidade. Coisas da sociedade das redes sociais, tão carente de afetos.<br />
<br />
Uma coisa não tão clara na palestra de Muniz Sodré, mas que fica mais evidente, por exemplo, em trabalhos como o do sociólogo francês Michel Maffesoli, é que o afeto não implica simplesmente em uma relação de harmonia, de amor, de amizade ou de qualquer conceito que defina uma condição pacífica, sem conflitos. Diria um psicólogo amigo meu (outro amigo, vejam como sou querido!), que o afeto é aquilo que te “afeta”. Algo que te afeta pode promover sensações incríveis de bem-estar, mas também pode provocar extremo desconforto, e condições de grande conflito. Se o ser humano é diferente por natureza e se já tem tantos conflitos internos, dele com ele mesmo, imaginem se não teria conflitos entre comuns. Fossem amigos ou inimigos. Aquela música “Entre tapas e beijos” traduz bem o que é uma condição de afeto. Principalmente um afeto corrosivo, complexo e transtornado.<br />
<br />
Aquém (ou além) da questão afetiva, que se manifesta de forma evidente no texto de Anderson quando ele se refere, por exemplo, a certa “animosidade intrínseca” do início do debate entre as chapas, está uma questão política. Ao ponderar que apesar dos afetos (e apesar do mea culpa que Anderson faz pela sua omissão como delegado sindical), ele espera “organização” e “ganhos políticos” para a categoria, de qualquer que seja a chapa vencedora, Anderson expõe a necessidade de uma prática política elevada, altruísta, uma prática que os instintos afetivos parecem obscurecer nessa campanha. A política, como sabemos, é a arte da convivência entre os diferentes. A política é reflexão prática. E penso (e agora sou eu quem está dizendo) que essa obscuridade política fica evidente nos ataques sistemáticos com que a chapa 2, oposição a atual diretoria do Sinjor-PA, iniciou sua campanha. Enquanto reviso este artigo eles insistem em atacar diretores do Sindicato. Tristemente.<br />
<br />
Um bom observador nota o que EU, eu mesmo, estou dizendo. Um grupo de valores inquestionáveis como é a chapa de oposição à atual diretoria do Sinjor, que, por sua vez, teve obviamente seus defeitos (e refletiu a omissão da categoria em certa medida, e isso já foi dito por pessoas de fora das duas chapas nos debates que se seguiram nas redes sociais), não se pode deixar de notar que foram as emoções exacerbadas pela violência trabalhista cometida contra o grupo que se autointitula “Gatos Pingados”, força motriz juntamente com a diretoria do Sinjor-PA da greve do Diário do Pará, que proporcionaram essa oposição “chapa quente”. A cada novo ataque, esse grupo soa como se fosse um bando de cães raivosos, ao invés de gatos malandros e dóceis. Antes que os ataques recomecem, notem que uso essas expressões de maneira figurativa, para demonstrar um comportamento equivocado ou malicioso, não quero pré-julgar ninguém (mas também não sejamos ingênuos). Não somente por causa da campanha, mas como muito bem frisou Anderson, pelo pós-campanha.<br />
<br />
Se fossemos falar sobre política, além da afetividade, talvez atiçássemos ainda mais os afetos, ou os ânimos. Mas o fato é que, politicamente, para não ficar bancando o erudito e citando autores, é preciso pensar em um projeto sindical. Não somente em um “movimento sindical”. A categoria dos jornalistas faz parte de um campo social (refiro, sim, a Bourdieu) muito forte, que está ligado às estruturas de poder hegemônico e precisa pensar o sistema de dentro dele. Não podemos neste campo, a meu ver (e isso obviamente é a opinião de um observador político, crítico, plural), agir com os afetos predominando sobre a reflexão crítica (os gregos diziam que a crítica é a arte do discernimento). Pessoas enfurecidas, sob forte efeito da emoção, não são capazes de discernir. E isso não as faz piores. É humano. Assim como é humano a capacidade de superar a emoção. E pensar, como Habermas, em uma ação comunicativa. Por isso, que não reste dúvidas, Sou mais Sinjor. Porque nossa união não exclui a diferença. A diferença, sempre existirá. Nossa união é calcada na reflexão crítica, no discernimento.<br />
<br />
Por fim, mais uma vez, preciso frisar que não quero colar na figura do Anderson. Usei esse recurso discursivo para me fazer compreender, a partir de uma prática didática e dialógica (e quem sabe bem-humorada), a dimensão das questões aqui envolvidas. Como qualquer colega que tem opinião própria não espero que o Anderson seja unanimidade para que eu possa capitalizar votos de nossa amizade (como já disse, ele e eu, diferentes, temos muitos amigos, ou não, em comum em ambas as chapas). Muito menos pretendo ser unanimidade em qualquer campo. Quero, sim, ter a oportunidade de pensar e refletir sobre as nossas condições e propor alternativas. E que violência ser atacado por isso.<br />
<br />
______________________________________________________<br />
<br />
Elielton Alves Amador é graduado em Jornalismo pela Universidade Federal do Pará (UFPA) em 1999, é especialista em Comunicação e Política nos Órgãos Públicos (Unama/2009) e Mestre em Ciências da Comunicação (UFPA/2014). Foi repórter do jornal O Liberal, colunista, repórter e editor do Diário do Pará. Atuou em assessorias de imprensa, como a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e Universidade do Estado do Pará (Uepa). Também foi assessor na Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) e outros órgãos estatais. Atuante na área da cultura, já foi delegado setorial e presidente da Associação Pró-Rock. Também é músico e editor do site Pará Música (paramusica.com.br), colabora com revistas paraenses e assessora artistas e empresas na área cultural.Nicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-59757702474608322312013-08-23T11:11:00.001-07:002013-08-23T11:33:41.862-07:00Mariana pelo baile brega da saudade<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyXweYdndSwiPgGJ00PSoAKGYxjWhUnNyh_EZL-wn3Qmh_F1Fx_oBTEIPMB_xusfJEuY_SGcrwl_NsgBSnOUr6Foj6eY8lpbesPLKe3ILca6FJbGhlL0Zxve_HGiasERWB4jGIuYVBBLvU/s1600/mariana+web+01.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="303" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyXweYdndSwiPgGJ00PSoAKGYxjWhUnNyh_EZL-wn3Qmh_F1Fx_oBTEIPMB_xusfJEuY_SGcrwl_NsgBSnOUr6Foj6eY8lpbesPLKe3ILca6FJbGhlL0Zxve_HGiasERWB4jGIuYVBBLvU/s400/mariana+web+01.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Um desses casais no salão tem como par a atriz Mariana Rios</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Muita coisa importante sobre a qual gostaria de
blogar. Mas o tempo e a complexidade dos temas não têm me dado essa
oportunidade. O olhar acadêmico tende, pelo menos nesse momento, a frear
conclusões apressadas, análises superficiais etc. Mesmo assim, o olhar jornalístico
obriga a publicidade mesmo que seja em “aberto”. Mas nesse momento vou me
permitir uma “futilidade”. Ontem estive n’A Pororoca, tradicional casa de baile
de Belém, acompanhado da produtora e cantora Gláfira Lobo que deu de presente o
passeio pelo Baile da Saudade do Poderoso Rubi à produção do filme “Órfãos de
Eldorado”, que está sendo rodado na cidade sob a direção de Guilherme Coelho.
Acompanhamos, juntamente com o guitarrista da banda Madame Saatan, Ed Guerreiro,
os atores Mariana Rios e Daniel Oliveira, além do diretor e da preparadora de
elenco Maria Silvia, entre outros membros da produção. Durante 10 minutos,
Mariana soltou-se a dançar o brega no salão, chamando a atenção de todos os
convidados e presentes. Fez “a festa” dos fãs que logo formaram discreta fila para bater
fotos com a moça. Depois de um tempo,
Mariana, muito solicita e atenciosa, se retirou com a equipe para o camarim VIP
da casa oferecido pelo próprio dono do local. Enquanto isso, Guilherme Coelho fez
abordagens no salão para selecionar figurantes para uma cena que vai se passar
exatamente em uma gafieira. A visita fez parte da preparação de Mariana, que é
protagonista da cena que vai acontecer na gafieira. Anteontem, o próprio escritor amazonense Milton Hatoum, autor do livro que deu origem ao roteiro, esteve em Belém para filmar uma participação na película. </span><br />
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ_TRGkOJCQU5hl74woRH0dPfcrRubiXW6n1900fJQYi4zZ0hkmDZ5vzTdSdhwbtqAhMEQLnj62pRf5YUwyCNFW6N4E2MrBMYR7MLtziHrbYi9_B9XlNx_-3GWRBz6-8PmRFgJHoUxJzS3/s1600/mariana+web+02.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="303" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ_TRGkOJCQU5hl74woRH0dPfcrRubiXW6n1900fJQYi4zZ0hkmDZ5vzTdSdhwbtqAhMEQLnj62pRf5YUwyCNFW6N4E2MrBMYR7MLtziHrbYi9_B9XlNx_-3GWRBz6-8PmRFgJHoUxJzS3/s400/mariana+web+02.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Paciente e simpática, a atriz interrompeu a dança para atender aos fãs</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><br /></span>Nicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-79469727457402966162012-12-29T21:26:00.003-08:002012-12-29T21:29:56.703-08:00Ministério da Cultura realiza encontro e renovação dos colegiados setoriais<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcA-zjADz8dOJR5o5gEd0TNqVGTYJXKXf7cMD0rVHxH38fkl4Nrwm77ALPSYoaThzPJ3F11025sivk86mssOkwMV50jpglOujEMFiWrYmdM2bWWvmprqfnDfdZpWeGW1o9k35tNnksSBRA/s1600/Ministra-Marta-Suplicy.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="145" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcA-zjADz8dOJR5o5gEd0TNqVGTYJXKXf7cMD0rVHxH38fkl4Nrwm77ALPSYoaThzPJ3F11025sivk86mssOkwMV50jpglOujEMFiWrYmdM2bWWvmprqfnDfdZpWeGW1o9k35tNnksSBRA/s200/Ministra-Marta-Suplicy.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Soft Power:</b> A ministra Marta Suplicy<br />
na abertura da reunião dos "Fóruns<br />
Setoriais", em Brasília.</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;">Os Colegiados Setoriais de
Cultura, instâncias consultivas que compõem o Plano Nacional de Cultura (cuja
instância superior é o Conselho Nacional de Políticas Culturais – CNPC), tem
nova configuração desde o último dia 15 de dezembro quando encerraram as
reuniões convocadas em Brasília pelo Ministério da Cultura. Neste texto
pretendo registrar os fatos mais importantes ao processo, principalmente,
aquilo referente ao Colegiado Setorial de Música (CSM), do qual fiz parte como membro
nato desde 2005 e do qual me despedi este ano deixando novos colegas no lugar.
Também registro as falas da nova ministra da Cultura, Marta Suplicy, e do
presidente da Funarte, Antonio Grassi, que esteve presente à reunião do CSM.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O encontro reuniu cerca de 450
delegados de todos os 17 colegiados (Design, Música, Teatro, Culturas
Populares, Dança, Artesanato etc.), eleitos em processo eleitoral pela internet
– onde a dificuldade do sistema criado pelo Minc e a burocracia exigida
eliminou mais da metade dos eleitores aptos a votar e muitos candidatos. Essa
dificuldade, fora as dificuldades de locomoção e passagens de muitos delegados,
foi um dos principais motivos de críticas dos delegados na cerimônia de abertura,
onde o diretor do departamento de participação social da Secretaria Nacional de
Articulação Social da Secretaria Geral da Presidência da República, Pedro
Pontual, falou sobre democracia participativa e democracia representativa, e
expôs as ações do governo federal para promover a participação popular no
processo de decisões em várias instâncias. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Apesar da boa vontade demonstrada
por Pontual e o Secretário de Articulação Institucional, João Roberto Peixe, as
críticas se sucederam até que eles não tivessem mais tempo de responder, pois
havia acabado o tempo e era a vez da cerimônia com a participação da ministra.
Além dos delegados, havia observadores como a antropóloga Lorena Avellar, que
prepara a tese de doutorado na USP sobre políticas públicas na área cultural. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Uma das críticas que também
ressoaram no salão do Centro de Eventos e Convenções Brasil 21 foi a da
delegada paraense Edna Marajoara, que reclamou da falta de institucionalização
do “custo amazônico” nas diretrizes do Plano Nacional de Cultura por parte do
CNPC. Produtores, artistas e gestores criticam veladamente o conceito por
acharem ora uma forma de privilegiar a região amazônica sobre as demais, ora
por dizerem que não sabem exatamente do que se trata esse custo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Fato é que o custo amazônico foi
aprovado como diretriz por grande número de votos na última Conferência Nacional
de Cultura, dois anos atrás. Apesar disso, o CNPC não validou a
institucionalização do conceito – apesar do Minc ter iniciado um programa
compensatório com o edital para micro projetos culturais para a Amazônia Legal.
A defesa de uma política de desenvolvimento artístico e cultural para a
Amazônia foi defendida e tem sido reiterada pelos representantes do Fórum
Permanente de Música do Pará como eu,
Augusto Hijo e Gláfira Lobo, além de muitos outros representantes que
vem participando do processo de construção de uma política nacional de cultura
desde 2005, quando foram criadas as câmaras setoriais. Considero-o, antes de um
conceito econômico, um investimento e uma compensação pela exploração dos
recursos naturais e pela omissão histórica da cultura regional como parte de
suposta identidade nacional. Se falarmos de soft power, como explicitaremos mais
adiante, o potencial é grande. Sem negar, de forma alguma, a contribuição que a
cultura das demais regiões dão ao país. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
No final, não obstante as
críticas, delegados e gestores pareceram chegar a um consenso em que, apesar
das falhas, a participação democrática tem sido, na maioria dos casos e a
despeito das mudanças promovidas pela ministra anterior, favorecida pelo Minc.
Pelo menos a impressão que tivemos é que o carisma e a desenvoltura política da
nova ministra Marta Suplicy traz mais segurança ao setor. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p> </o:p><span style="line-height: 150%;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b style="line-height: 150%;"><span style="font-size: large;">O soft power
de Marta Suplicy</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdm2fUl6jfFbYLvvySxpupu2aBGYAv2exWi1qCn8XtLCbakpppKBP6y3mnzxlJZNvcAJXtOx2s-4Ask459FGm3hxRS-UVAi4cXzp5XqPXnBksB9SkZi5YgV3SqcS_A4O4JE2Uzqm92a4aA/s1600/marta+bufalo.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="153" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdm2fUl6jfFbYLvvySxpupu2aBGYAv2exWi1qCn8XtLCbakpppKBP6y3mnzxlJZNvcAJXtOx2s-4Ask459FGm3hxRS-UVAi4cXzp5XqPXnBksB9SkZi5YgV3SqcS_A4O4JE2Uzqm92a4aA/s200/marta+bufalo.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A ministra recebeu de presentes<br />
um Búfalo de balata, tipo de látex<br />
que só dá nas seringueiras do Marajó. </td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A abertura oficial da reunião dos
colegiados setoriais de cultura (chamados erroneamente pelo próprio Minc de Fóruns
Nacionais Setoriais) ocorreu pela parte da noite do dia 13 de dezembro, depois
das palestras dos gestores e das críticas dos delegados, com a participação da
ministra Marta Suplicy e de mais duas mulheres: Rosa Coimbra, representando a
participação da sociedade civil no CNPC, e a deputada Dorinha Seabra Resende, representando
a frente parlamentar em defesa da cultura e a comissão de educação e cultura. Silvestre
Ferreira, da Fundação Cultural de Joinville e presidente do Fórum Nacional dos
secretários de dirigentes municipais de cultura das capitais e regiões
metropolitanas, completou a formação da mesa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Rosa Coimbra reiterou o apoio do
CNPC ao governo, apesar de ressaltar que nem todas as demandas tem sido
atendidas. Dorinha falou sobre a frente parlamentar, que é suprapartidária e
tem conseguido mobilizar muitas questões dentro do Congresso Nacional como a
aprovação recente do Vale Cultura, que chegou a ser anunciado ainda no governo
Lula mas que ainda depende de regulamentação. Ferreira empenhou apoio dos
secretários. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Mas a fala que todos aguardavam
mesmo era a da ministra, que imprimiu um tom descontraído e informal ao seu
discurso. “Eu estou aqui, conversando com vocês, esperando que a gente possa,
junto, entender melhor o processo”, dizia ela. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Marta falou da marca que quer
imprimir à sua gestão. Ressaltou as dificuldades de execução de orçamento e de
falta de interação política e institucional da pasta, e contou como tem contado
com apoio da frente parlamentar, do presidente do senado José Sarney e da
equipe do ministério, que pouco se alterou com a sua chegada recente. “Demos
sorte que ele também é da área”, disse, relembrando a verve literária do
ex-presidente da República e ressaltando a importância dele nas articulações
políticas para a aprovação do Vale Cultura, que ainda depende do convencimento
das empresas que podem ou não adotar o sistema. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O contingenciamento orçamentário
da pasta e a falta de habilidade das organizações culturais com a gestão
financeira dos projetos foram apontados pela ministra como algumas das
dificuldades de implantar uma marca forte. Mas ela anunciou orgulhosa que àquele
momento o ministério chegava ao recorde de 96% de execução do próprio
orçamento.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Falou que o ministério vai
implantar os projetos mesmo que as organizações culturais não tenham fôlego e
convocou os municípios e as instituições a pedirem ajuda se for preciso. “Se
não tiver produtor capacitado para executar os projetos, nós vamos até lá”,
ressaltou a ministra. O anúncio parece coincidir com o edital de seleção de 114
produtores culturais para trabalhar no ministério lançado recentemente. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Mas foi quando falou da
implantação dos CEUs das Artes no exterior que Marta Suplicy reiterou a vocação
de sua gestão para o desenvolvimento integrado entre a economia criativa e a
educação. Para quem não sabe, os CEUs são “centros unificados” que nasceram do
conceito dos Centros Educacionais Unificados, implantados por Marta quando foi
prefeita de São Paulo. A cidade conta hoje com mais de 40 CEUs que oferecem
educação integral, esportes, assistência e cultura aos alunos da periferia.
Marta já começa a implantar CEU’s pelo Brasil e contou como a prefeitura de
Lisboa, em Portugal, lhe ofereceu um terreno para a construção de um CEU lá,
disseminando a cultura brasileira. “Quando chegamos na França, o embaixador
disse que já sabia que nós íamos construir um CEU em Portugal e perguntou
porque não fariam o mesmo em Paris. Eu disse que não tínhamos perna para isso,
e eles nos ofereceram também um terreno para implantar um CEU em Paris, e agora
temos mais um CEU para implantar na Europa”, disse a ministra. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Ela mesma contou das críticas a
respeito de investir dinheiro da cultura no exterior e disse que era
importante, que era <i>soft power</i>. “O
pessoal da economia criativa sabe do que estou falando”, afirmou a ministra. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A partir da página 12 do livro
“Mainstream – A guerra global das mídias e das culturas” (Civilização
Brasileira, 2012), o sociólogo francês Frederick Martel, um entusiasta das
indústrias criativas, explica o conceito de <i>soft
power</i> através do cientista político americano Joseph Nye, então presidente
da Kennedy School, “a prestigiosa escola de ciências politicas e diplomacia”
sediada em Harvard. Nye analisou a “interdependência complexa” das relações
entre os países numa época de globalização e inventou o conceito de <i>soft power</i>, que serve ao governo de
Barak Obama atualmente. Consiste em uma estratégia de sedução que dá poder e
está baseada na cultura e não mais na força militar, o <i>hard power</i>. Segundo o cientista, “o <i>soft power</i> também é a influência por meio dos valores como
liberdade, democracia, individualismo, o pluralismo da imprensa, a mobilidade
social, a economia de mercado e o modelo de integração das minorias nos Estados
Unidos.” <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Assim, temos uma ideia do que será
a marca de Marta com os CEUs – em que ela pediu para não economizar, pois,
segundo ela, é com instalações e equipamentos de ponta que a prática das artes
deve se desenvolver entre os jovens. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b style="line-height: 150%;"><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b style="line-height: 150%;"><span style="font-size: large;">A renovação do
colegiado de música</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7QnRCSejUu89pIpiPq-s1Gs8th2q9t_4a911J2kSmLtAfOUvs5FhQm3U0NvNEIC0HXgZpyb32OE2vNBM051lnaJmYDH2UQKDETW5vOchScFSN42hH3r9ovPLlQUKXSxFRqS_2tbbj6hb1/s1600/regional+norte.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="124" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7QnRCSejUu89pIpiPq-s1Gs8th2q9t_4a911J2kSmLtAfOUvs5FhQm3U0NvNEIC0HXgZpyb32OE2vNBM051lnaJmYDH2UQKDETW5vOchScFSN42hH3r9ovPLlQUKXSxFRqS_2tbbj6hb1/s200/regional+norte.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Delegação Norte do Colegiado de<br />
Música: Nicolau, Wertemberg ,<br />
Hijo e Luciano Souza.</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Dada a dificuldade de participação
pelo processo eleitoral implementado pelo Minc, praticamente ao mesmo tempo em
que a ex-ministra Ana de Hollanda caia e ascendia Marta Suplicy, muitos dos 17
colegiados setoriais ficaram incompletos. Cada colegiado é formado por 30
membros, sendo 15 titulares e 15 suplentes. O colegiado setorial de música
contou com a participação efetiva durante as discussões e o processo eleitoral de
32 delegados e membros natos – aqueles que participam do processo desde a
implantação das câmaras setoriais em 2005. Destes, quatro membros natos em
segundo mandato não poderiam participar da renovação dos colegiados, entre eles
o mineiro Makely Ka, o goiano Du Oliveira, o representante do Paraná Manoel Souza Neto e eu. Apesar disso
colaboramos substancialmente para a fluidez do processo, acredito. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Assim sendo o processo eleitoral
tomou início, não sem antes o ator Antonio Grassi, atual presidente da Fundação
Nacional das Artes (Funarte), braço institucional do Minc que organiza os
colegiados/câmaras desde 2005, receber e responder a algumas críticas. Tudo parte
do processo democrático, que eventualmente demonstra alguns gargalos políticos
setorizados ou talvez regionalizados. Grassi
respondeu principalmente sobre a desarticulação da Rede Música Brasil e a
ausência da Feira Música Brasil, e de algumas feiras regionais. Aceitou a
sugestão de Makely Ka para construir um Seminário Nacional da Música.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
De volta à reconstituição do
colegiado, como não havia delegados suficientes para uma disputa mais acirrada,
alguns membros natos tentaram mais uma vez repetir o consenso promovido por
amplas discussões entre o Fórum Nacional da Música e o Circuito Fora do Eixo na
última pré-conferência nacional de cultura, em 2010, onde foram eleitos os
delegados que agora deixaram o cargo. Esse “consenso” encontrou, na minha
opinião, muitas dificuldades de ser executado e acabou por colaborar por um
esvaziamento do FNM e um afastamento do CFE depois que Juca Ferreira deixou a
pasta sendo substituído por Ana de Hollanda. Nesta reunião havia três membros
do Fora Eixo, inclusive Ney Hugo, ex-baixista da banda Macaco Bong, que
atualmente conduz os trabalhos do coletivo no Rio Grande do Sul. <o:p></o:p></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6UgyZA0zoVaE8gNLXIfW1oGCIe4e_WCzynuiNdKMWRLOTdckPyGwSh7NogNEoq3v-iUx1ytvGhIwVvJgLoE6oH2paG893mBUyZSj_C05aWtnusSN0p3aOnqgQ4g1JZAJWp7x_4ZjE9F7G/s1600/grassi+rebatendo.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="143" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6UgyZA0zoVaE8gNLXIfW1oGCIe4e_WCzynuiNdKMWRLOTdckPyGwSh7NogNEoq3v-iUx1ytvGhIwVvJgLoE6oH2paG893mBUyZSj_C05aWtnusSN0p3aOnqgQ4g1JZAJWp7x_4ZjE9F7G/s200/grassi+rebatendo.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Grassi, da Funarte, rebatendo<br />
críticas. Ele prometeu Seminário<br />
Nacional de Música</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O rodízio entre titulares e
suplentes foi a priori mantido mas é um acordo entre os delegados, que depende
deles e não do Minc. Dessa forma, sugeri que seguíssemos a proposição do CNPC e
elegêssemos primeiramente as representações regionais, já que cinco dos 15
titulares do colegiado são representantes regionais. Cada região, então, se
reuniu e elegeu seus representantes. A região Centro-Oeste contou com apenas
uma representante em todo o colegiado, a produtora Alexandra Capone, irmã do
saudoso Tom Capone. A região Norte teve apenas três representantes aptos no
processo: o paraense Augusto Hijo e Wertemberg Nunes e Luciano de Souza, ambos
do Tocantins (O Pará teria mais um representante apto, o produtor Márcio
Macedo, mas este não pode participar da reunião, pois as datas foram alteradas
e ele tinha um compromisso em Belém com o show do Cabloco Muderno de Marco
André).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O representante da região Norte
escolhido foi o paraense Augusto Hijo que a princípio ficou sem suplente, assim
como Alê Capone. A compositora Ana Terra, do Rio de Janeiro, foi escolhida pelo
Sudeste, e o professor e compositor Ricardo Bordin foi eleito pelo Sul. Val Macambira
foi o representante do Nordeste. Cada regional indicou ainda um delegado para
ocupar uma vaga do colegiado representando também os setores criativo,
produtivo ou associativo. A indicação da região Norte foi Luciano, que é
presidente do Sindicato dos Músicos do Tocantins e participa da Federação
Nacional de Cooperativas de Músicos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Depois de escolhidos os
representantes regionais foi a vez de eleger os outros cinco titulares, que foram
eleitos no voto. A indicação da região Norte, o músico e produtor Wertemberg Nunes, foi o segundo mais votando
com 14 votos, atrás apenas do maestro Amilson Godoy, de São Paulo, que teve 19
votos. Atrás dele teve Ney Hugo (12 votos), Gabriel Alves (11), Aládia
Quintella e José Raimundo Alves (ambos com 10 votos) – cada delegado votou em
três nomes já que eram seis vagas restantes, uma vez que a região Centro-Oeste
não pôde indicar outro membro. <o:p></o:p></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuBOK2vZwacTcyzSuveJHq0b5cv5-1l_HQ8HkEz59UIIlzruBz-vEssSJkCOnP0w86m__yAs00Wl_dkkdvqL7Fs_WK1s-maOSXAQUO9wp4ZTmHhxvoiHZfSPg-pdX12n1IWJ4zXV3uS8xo/s1600/membros+cnpc.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="144" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuBOK2vZwacTcyzSuveJHq0b5cv5-1l_HQ8HkEz59UIIlzruBz-vEssSJkCOnP0w86m__yAs00Wl_dkkdvqL7Fs_WK1s-maOSXAQUO9wp4ZTmHhxvoiHZfSPg-pdX12n1IWJ4zXV3uS8xo/s200/membros+cnpc.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Val Macambira e Aílson Godoy,<br />
novos membros do CNPC, com João<br />
Roberto Peixe, da SAI.</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Por fim, depois de uma maratona de
debates que incluiu a tentativa de incluir mais dois membros como suplentes que
ficaram impossibilitados de chegar para a reunião por algum motivo – em geral
por conta da dificuldade do próprio Minc em conseguir passagens para todos –
o novo colegiado elegeu no voto os dois indicados ao Conselho Nacional
de Políticas Culturais (CNPC). Os escolhidos foram o maestro Amílson Godoy,
representando a música erudita, e o baiano Val Macambira, representando a
música popular. Os suplentes ao CNPC, a câmara alta da cultura no Minc, foram,
respectivamente, Luís Felipe Gama, da cooperativa de música de São Paulo, e a
produtora Alê Capone. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Uma das primeiras ações de membros
dos colegiados e outros agentes engajados no processo é uma reunião em janeiro,
no Rio, com a direção da Funarte para a elaboração de um Seminário Nacional da
Música, a que propusemos etapas regionais antecipando a ação. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Meu relato não seria completo
ainda se não registrasse que houve críticas implícitas e explicitas ao modo
como FNM, CFE e outras organizações conduziram o CSM promovendo certo
esvaziamento do mesmo, para o que muito colaborou também a gestão conturbada de
Ana de Hollanda. Principalmente Manoel Souza Neto e Malva Malvar, de Sergipe,
frisaram a necessidade do CSM promover uma mobilização e um debate aberto com
as bases do fóruns, sempre difíceis de mobilizar. Ações práticas como a
conduzida por Val Macambira e correligionários da Bahia e por Ale Capone,
juntamente com o governo do DF tem tido êxito. Acho que o novo momento também
coincide com uma nova articulação do Fórum Municipal de Belém, que reúne vários
membros dos colegiados. Parece um novo momento. Tenhamos esperança e vontade de
trabalhar. <o:p></o:p></div>
Nicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-43455899861618534782012-11-29T08:28:00.001-08:002012-11-29T08:31:30.704-08:00Cenas, textos e mesas<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<div style="line-height: 150%;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjH32CfTWjV6A7OMVOZe3QTIaYBeWMm0BR5NVS0LLtaq-aKb-NWOTyhjnPjNwjEFjEE9oSTNLzjzBUdtOck2OXBGbuIThCVD8kXk5VKSIxs3FVe5j_ETkrSAbYIRoOAETZQyl1Ec7jSK34L/s1600/cenas+musicais+001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjH32CfTWjV6A7OMVOZe3QTIaYBeWMm0BR5NVS0LLtaq-aKb-NWOTyhjnPjNwjEFjEE9oSTNLzjzBUdtOck2OXBGbuIThCVD8kXk5VKSIxs3FVe5j_ETkrSAbYIRoOAETZQyl1Ec7jSK34L/s320/cenas+musicais+001.jpg" width="233" /></a></div>
<span style="line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="line-height: 150%;"> A jornalista Yorrana Oliveira, produtora da revista Conecte!, do grupo Ideal, me convidou para escrever um artigo de 2 mil toques motivado pela pergunta "por que o rock paraense não conseguiu o mesmo sucesso que o tecnobrega ou as guitarradas". Disse que era uma pergunta difícil mas topei escrever sobre o conceito de cena musical do canadense Will Straw, uma vez que ele explica bem a relação sensível das cenas mais rústicas e originais como suponho ser a do rock paraense. Consegui escrever 2,9 mil toques -- </span><span style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><span style="line-height: 150%;">a edição se encarregou de eliminar os excessos para caber na página da revista, que você pode conferir gratuitamente nos pontos de distribuição da Jokerman pela cidade. Aqui você confere a página e o texto original na íntegra. </span></span></div>
<span style="text-indent: 35.4pt;"><span style="line-height: 24px;"> Aproveito para informar que nesta sexta-feira participarei da Semana de Comunicação da Cesupa, na mesa de debate "A expansão do blog no consumo das massas", que acontecerá às 16h no Auditório da Unidade CESUPA da Alcindo Cacela, n. 1523, que fica localizada entre a Av. Governador J. Malcher e Av. Magalhães Barata. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Cenas musicais e mercado</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">ou sensibilidades e articulações<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="line-height: 150%; text-indent: 35.45pt;">O sucesso comercial raramente se
confunde com a efervescência de uma cena musical. São necessários muitos
fatores de mediação em favor, principalmente, do mercado para que cenas
musicais locais possam ser “alçadas” a uma condição de destaque nacional em
nível de mercado. Os exemplos mais clássicos são o grunge de Seattle e o manguebeat
de Recife.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Convém visitar um novo conceito
de “cena musical” utilizado pelo sociólogo canadense Will Straw. Para ele, a
cena nasce nos afetos e sensibilidades, onde o compartilhamento da música gera
a criatividade que produz efeitos sociais, econômicos e culturais em um espaço
geográfico. Por exemplo, garotos que curtem rock juntos decidem montar bandas
para aplacar o tédio. Essas experiências sensíveis começam a impactar as
dimensões culturais, sociais e econômicas na medida em que formam
identificações, mobilizam o comércio de instrumentos, estúdios etc e ocupam o
espaço intersubjetivo com as imagens criativas de suas canções (em shows,
rádios...). <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Para caracterizar uma cena, é
necessário ter sensibilidade e articulação. Ou seja, é preciso que os sujeitos
dessa cena tenham uma interação produtiva, criando a efervescência cultural.
Mas Straw foi criticado e teve que admitir que não somente as sensibilidades
impulsionam ou retraem as cenas. Políticas públicas e fatores econômicos podem
diminuir a intensidade ou criar agenciamentos políticos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Penso que uma cena que ganha dimensões
comerciais sofreu necessariamente, direta ou indiretamente, a ação do mercado, que
não quer a efervescência, quer a qualidade técnica e os fatores estéticos que
atendam aos padrões estabelecidos. O rock paraense, pela sua natureza instintiva,
é resistente a isso. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Daí a importância do Carlos
Eduardo Miranda para o Terruá Pará e o destaque da nova cena paraense. Miranda nos
acompanha desde 2003. Encontramo-nos nesse ano em São Paulo e ele conhecia a
minha banda, a Norman Bates, que ele declarou admirar. Mas sabia que a banda
ainda tinha que ter muitos acertos para se encaixar nos padrões midiáticos ou
fonográficos. O mesmo se pode dizer da Madame Saatan e de outras, mesmo as mais
pop de Belém. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Questões de gênero e econômicas
também podem provocar as oscilações de mercado. Pode haver um produto em falta
no mercado e ele tem que ser substituído por outro. Ou o custo de um é mais
barato que o outro... A construção de um mercado regional ou um novo mercado
nacional que aprimore a técnica e crie novos valores estéticos da cultura de
massa é uma utopia boa, vivida por quem acredita em conceitos como economia
criativa e economia solidária, por exemplo. Continua sendo um caminho quando há
sensibilidade e articulação. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
Nicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-76770180025871802442012-10-03T19:33:00.003-07:002012-10-03T19:34:59.223-07:00Alteridade no Intercom<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikgonTIgMZ13-S7DDF3geUzB_k2ZQbilXfFdI98nBJRtK7J7NP8ZdFLkKnqTPjk5YtDsVkOFwR0F3ZG_OrlUBZ_dJ9Ll03-m9jzBUmONjZ0akfsO-l46n3qMwKx1HjSXB3u3CzInSCvBRi/s1600/Damatta.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="233" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikgonTIgMZ13-S7DDF3geUzB_k2ZQbilXfFdI98nBJRtK7J7NP8ZdFLkKnqTPjk5YtDsVkOFwR0F3ZG_OrlUBZ_dJ9Ll03-m9jzBUmONjZ0akfsO-l46n3qMwKx1HjSXB3u3CzInSCvBRi/s400/Damatta.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A reitora da Unifor, DaMatta e Raquel Paiva na abertura do Intercom 2012</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
O antropólogo Roberto DaMatta proferiu a palestra de
abertura do 35º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, que aconteceu
no mês passado, entre os dias 3 e 7 de setembro em Fortaleza (CE), na moderna
Unifor, uma das melhores universidades particulares do Brasil. O tema era
futebol. O intelectual traçou diversos paralelos entre o futebol e o
comportamento social do brasileiro. Não faltaram piadas e comentários
divertidos. DaMatta é um entertainer. Tem o tempo da piada. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mas quando a professora Raquel Paiva perguntou o que DaMatta
achava da alteridade, da relação com o outro na sociedade. DaMatta
descreveu exemplos cotidianos como a
família que anda no calçadão da praia de Iracema “em linha” evitando que outros
transeuntes possam passar, ou, no trânsito, quando alguém para para conversar
em plena via pública impedindo os demais transeuntes de transitar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Os dois exemplos mostram a necessidade urgente de ir e vir,
e, apesar da preocupação com esse direito não deixar de ser uma alteridade,
está longe de direitos mais elementares com os quais a sociedade, cada vez mais
individualizada, parece não se importar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
É por isso que a própria Raquel Paiva colocou a alteridade
no centro das discussões do próximo Intercom, que vai acontecer em Manaus em
2013. O tema “Comunicação e afetos em temos de redes sociais” foi proposto por
ela e apresentado na reunião anual da Intercom realizada durante o evento em
Fortaleza. Alteridade é um conceito em voga nas ciências sociais aplicadas atualmente
. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Em 2013, o Amzonas vai sediar tanto o Intercom Regional
Norte quanto o Nacional. Confira o site do Intercom Manaus: <a href="http://www.intercomanaus.com/">www.intercomanaus.com</a> <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Nicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-49802004200884167462012-05-15T18:29:00.001-07:002012-05-15T18:29:12.246-07:00Curso de Economia Criativa<br />
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Verdana, sans-serif; font-size: 12px;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbvE7yJMOTAaI55AnqDQQ24q8GFtShzb222thjQ9SH012NZWB10Dw1B9zmDI7rt6d0fQ9k6VB4d2azvdtAAJBeUoWWPwagUF0OSuMoaQLObmpeskg0y7hD-XiFCXmdJk_lviJxObqJlU6M/s1600/criativas.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbvE7yJMOTAaI55AnqDQQ24q8GFtShzb222thjQ9SH012NZWB10Dw1B9zmDI7rt6d0fQ9k6VB4d2azvdtAAJBeUoWWPwagUF0OSuMoaQLObmpeskg0y7hD-XiFCXmdJk_lviJxObqJlU6M/s200/criativas.JPG" width="152" /></a>No dia 05 de junho, terça-feira, Belém receberá o Curso de Economia Criativa e Empreendedorismo, evento gratuito que será realizado em cinco capitais, mapeando todas as regiões do país. Trata-se de um projeto realizado pela Garimpo de Soluções (SP), que conta com o patrocínio do SEBRAE nacional e que, no Pará, tem também o apoio do SEBRAE-PA, da Representação Regional Norte do Ministério da Cultura e do Banco da Amazônia.</div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Verdana, sans-serif; font-size: 12px;">
Na programação, duas aulas com professores que são referência nacional na área: a economista e urbanista Ana Carla Fonseca Reis e o economista Leandro Valiati. Além das aulas expositivas, os professores conduzem uma mesa-redonda formada por agentes representativos do setor cultural e criativo local, integrando empresários, gestores e profissionais ligados ao segmento. Assim, teoria e prática juntam-se para dar espaço ao nascimento de ações efetivas e bem fundamentadas.</div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Verdana, sans-serif; font-size: 12px;">
Para se inscrever mande um e-mail para economiacriativa@gmail.com com "Belém" no assunto e seu nome e RG no corpo da mensagem.</div>Nicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-6352352826223671742012-05-08T04:12:00.000-07:002012-05-08T04:16:55.851-07:00Belém adere ao Sistema Nacional de Cultura<br />
<div style="color: #222222; font-family: Arial, Verdana, sans-serif; font-size: 12px;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2NIQcORH0BKQswWkj8SupwQVABb2WOQ4fC9BMEaBF_zfjwmtTvlCYpWyS9HTCTsIuL7B3zf6WWfAIsJTt8mbIFEweQeE5xOdJNsnVW3eyAx7Q4KpSOIBTSsqP5dQjPag9kA4TokgnEaA7/s1600/hijo+capile.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2NIQcORH0BKQswWkj8SupwQVABb2WOQ4fC9BMEaBF_zfjwmtTvlCYpWyS9HTCTsIuL7B3zf6WWfAIsJTt8mbIFEweQeE5xOdJNsnVW3eyAx7Q4KpSOIBTSsqP5dQjPag9kA4TokgnEaA7/s320/hijo+capile.JPG" width="320" /></a>O prefeito Duciomar Costa reúne hoje pela manhã com uma comissão de 15 artistas, produtores e militantes da área cultural, reunidos no Fórum Municipal de Cultura, para assinar o projeto de criação do Sistema Municipal de Cultura, que deve ser integrado ao Sistema Nacional de Cultura.</div>
<div style="color: #222222; font-family: Arial, Verdana, sans-serif; font-size: 12px;">
Com essa articulação, Duciomar desmobiliza a campanha de arrecadação de assinaturas para o projeto que pretendiam encaminhar à Câmara Municipal de Belém. Segundo o cantor e compositor, Augusto Hijo, um dos ativos integrantes do Fórum, a medida também deve elevar o orçamento municipal de cultura dos atuais R$ 10 milhões para mais de R$ 40 milhões.</div>
<div style="color: #222222; font-family: Arial, Verdana, sans-serif; font-size: 12px;">
“Essa não deixa de ser uma grande vitória para a cultura de Belém, principalmente daquelas pessoas que se dedicaram a essa causa, participando dos fóruns, das reuniões setoriais, enfim, para as pessoas que abdicaram muitas vezes de projetos pessoais em nome de uma causa coletiva”, diz Augusto Hijo.</div>
<div style="color: #222222; font-family: Arial, Verdana, sans-serif; font-size: 12px;">
Comissão Permanente de Cultura da CMB tem como presidente o vereador Marquinho. E a assinatura de Adesão ao Sistema Nacional de Cultura acontecerá às 9h, no Palácio Antonio Lemos. Às 11h deverá ser protocolo o Projeto de Lei na Câmara Municipal. Participam as lideranças setoriais de cultura do Munícipio.</div>
<div style="color: #222222; font-family: Arial, Verdana, sans-serif; font-size: 12px;">
<br /></div>
<div style="color: #222222; font-family: Arial, Verdana, sans-serif; font-size: 12px;">
Conteúdo compartilhado com o site <a href="http://www.paramusica.com.br/pagina/radarparadetalhe/ID/802">www.paramusica.com.br </a></div>Nicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-40993519462350770542011-11-11T20:17:00.000-08:002011-11-11T20:35:15.566-08:00Cultura e o "Custo Amazônico"<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU083CMNRwbe0jtJQkCosUL4Sm5actnah3oeOEjgxK1jXw_k-V_yrDQqbd2FobD2_f8M9o9aWnbsHHGhRKpeP-dmc2yHgFUPepcU4FV8joIxKI0PCj94MFCD2HEEDR1Mdxobbp4QH7Sq0p/s1600/procultura001.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 122px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU083CMNRwbe0jtJQkCosUL4Sm5actnah3oeOEjgxK1jXw_k-V_yrDQqbd2FobD2_f8M9o9aWnbsHHGhRKpeP-dmc2yHgFUPepcU4FV8joIxKI0PCj94MFCD2HEEDR1Mdxobbp4QH7Sq0p/s200/procultura001.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5673959056819515506" /></a>No último dia 31 ocorreu na Assembléia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) a audiência pública promovida pela Câmara dos Deputados sobre o o Procultura, projeto de Lei que pretende reformar o sistema de financiamento da Cultura. A iniciativa foi do deputado federal Claudio Puty (PT-PA), presidente da Comissão de Finanças, por onde tramita o projeto, mas também estiveram por lá o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA); o deputado estadual Edilson Moura (PT); o presidente da Fundação Cultural Tancredo Neves, cantor e compositor Nilson Chaves; o secretario nacional de Fomento e Incentivo à Cultura do Minc, Henilton Menezes; um dos dois membros paraense do Conselho Nacional de Políticas Culturais (CPNC), Antonio Ferreira, de Cultura Afro; o deputado federal Pedro Eugênio (PT-PE), relator do projeto e Eliana Bogéa, membro da comissão formada pela classe artística e de produtores responsável por apresentar sugestões elaboradas em uma série de reuniões. Segue algumas considerações e observações sobre o encontro.<br /><br /><br />1 - Ano passado cerca de R$ 1,3 bilhão foram investidos em cultura através da Lei Rouanet e talvez de outros mecanismos de financiamento. Cerca de R$ 200 milhões a mais que no ano anterior. Segundo Henilton, mais de 90% desse dinheiro era do governo, através de renúncia fiscal.<br /><br />2 – Mais de 70% do dinheiro ficou na região Sudeste, mais especificamente em bairros nobres de São Paulo e Rio de Janeiro. O investimento no Espírito Santo, por exemplo, é irrisório.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIa-5HQurZLC-F6rmwMpOqTF1d8FmaJEQfSqTdOowS4EXNxuivu0A6lgb9kQC3LA2xmxwgK7SAWK1U616hlU3DgrK0MhWea8LItSNZvxr522vo8D8ZpA_SbYZkVWJ8VYQ5TTzHehT3mWEN/s1600/procultura004.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 262px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIa-5HQurZLC-F6rmwMpOqTF1d8FmaJEQfSqTdOowS4EXNxuivu0A6lgb9kQC3LA2xmxwgK7SAWK1U616hlU3DgrK0MhWea8LItSNZvxr522vo8D8ZpA_SbYZkVWJ8VYQ5TTzHehT3mWEN/s400/procultura004.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5673959268845757970" /></a>3 - As distorções são grandes e Henilton disse que o Minc não espera só pela mudança da Lei, que deve demorar ainda, para tentar corrigir as distorções. No entanto, entre os dois últimos dados de financiamento de projetos da Lei Rouanet na região Norte, o percentual mudou de pouco mais de 0,4% para pouco mais de 1,4%. Acredito que esses dados se referem aos anos de 2009 e 2010. Uma variação proporcional de mais de 100% mas que na prática, sobre os números absolutos, representa um aumento de 1%. Esse são os nossos “grandes números”.<br /><br />4 - Henilton disse que o Minc conversa com a Vale para que a empresa abra um edital especifico para a região amazônica.<br /><br />5 - Nilson Chaves sugeriu que se uma grande empresa, pública ou privada, patrocina cinco grandes projetos na região Sudeste, por exemplo, deveria patrocinar tantos projeto iguais nas outras regiões.<br /><br />6 - O deputado Pedro Eugenio, por sua vez, acredita que deva ser dado 100% da renúncia fiscal para quem patrocina, para que não percamos o “apoio” da iniciativa privada. Pode ser que com crise e tudo o mais, realmente devamos ter medo de perder dinheiro de patrocínio privado, mas é bom sempre lembrar que a renúncia é dinheiro público. Quando Gilberto Gil estava saindo do governo, falava em avançar para que o empresário entrasse com 50% e o governo com 50%. Era o que ele dizia que seria o ideal.<br /><br />7 - Arnaldo Jordy fez uma defesa do “Custo Amazônico” baseado na ideia de que os custos de produções são mais caros aqui que em outras regiões do país.<br /><br />8 - Henilton disse que no dia da audiência, a Folha de São Paulo publicou uma matéria “detonando” a pesquisa encomendada à Fundação Getulio Vargas sobre preços de serviços culturais em algumas capitais do país. Nela, Belém tem preços mais altos de serviços de técnicos e instrumentistas, por exemplo, do que em São Paulo. Traduzindo a opinião de Henilton para um tom bem popularesco seria mais ou menos assim: “A imprensa reacionária acredita que aqui só tem bocó, e não pode cobrar caro por serviços tão sofisticados como as horas de serviço de um pianista”.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYNb9cnURa5GZ7Pz29Q6TYaR1Ue4T-MDgBb5141OTYgHXHyR1bPrqEUuEMwbp1_T7UAJRcRSRwtDgeafbUu5CNmeWE5RlTNyILbVp66X3zaqvnXDMpENhbIRp1kev7EzM419rks0XI0aj6/s1600/procultura005.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 249px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYNb9cnURa5GZ7Pz29Q6TYaR1Ue4T-MDgBb5141OTYgHXHyR1bPrqEUuEMwbp1_T7UAJRcRSRwtDgeafbUu5CNmeWE5RlTNyILbVp66X3zaqvnXDMpENhbIRp1kev7EzM419rks0XI0aj6/s400/procultura005.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5673959487593212434" /></a>9 - O produtor Sergio Oliveira sugeriu que o governo obrigasse as estatais ou empresas mistas a somarem seus investimentos em cultura na região. O deputado Pedro Eugenio achou “complicado”, uma vez que o governo não tem ingerência sobre cada direção de empresa. “O que pode haver é uma diplomacia onde a gente conversa e explica que a diretriz do governo é uma e que eles poderiam fazer de acordo”, explicou o deputado. Onde estão os estadistas capazes de o fazer?!<br /><br />10 - Carlos Henrique Gonçalves fez uma defesa do “Custo Amazônico” como uma compensação histórica pela exploração da Amazônia.<br /><br />O Minc sabe das distorções e promete trabalhar mesmo antes da aprovação da Lei para atenuá-las. Assim esperamos. Eu me manifestei. Disse que é preciso pensar a cultura como necessidade de preservação de identidade e tudo, mas também é preciso pensar nela como fator de desenvolvimento econômico, sim, uma vez que a maioria prefere pensar nisso como algo “sagrado”. Vamos identificar o que é sagrado e preservar. O que tiver potencial econômico vamos investir como necessidade de identificar o Brasil no contexto global. A cultura tem poder transformador inclusive por isso. No entanto, esse mercado deve crescer com regulação rígida, sim, e corrigindo as distorções que existem não somente entre as regiões, os estados e os municípios, mas as distorções que existem entre técnicos, artistas, produtores etc. Vamos construir um mercado que seja um fator de desenvolvimento para a nossa cultura e para o nosso povo, de verdade. Nós podemos?Nicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-87938455227966384312011-08-28T19:22:00.000-07:002011-08-28T19:59:02.039-07:00Cultura vai juntar situação e oposição?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifH8fSWhOrQ07pQPgKPA4nF9EMs5cLvBNNl6F6LHoF411u3GMheNr_ZVJe2V0AojF1UuC50YXwIlm3x1MzwmPWYPUtb-Lk-NvK39o56QJ4PzOzK7BFTrf85ugFZdTLjuV6X_D2Ak9wOXi8/s1600/jordy+puty+00.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifH8fSWhOrQ07pQPgKPA4nF9EMs5cLvBNNl6F6LHoF411u3GMheNr_ZVJe2V0AojF1UuC50YXwIlm3x1MzwmPWYPUtb-Lk-NvK39o56QJ4PzOzK7BFTrf85ugFZdTLjuV6X_D2Ak9wOXi8/s400/jordy+puty+00.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5646098953043815762" /></a>O “Diálogo Cultural”, realizado pela Regional do Minc Norte e Fundação Tancredo Neves na última sexta-feira no Cine Teatro Líbero Luxardo do Centur , juntou na mesma mesa os deputados federais Arnaldo Jordy (PPS) e Claudio Puty (PT). Pertencentes a bancadas de partidos opositores no Estado, Jordy e Puty afinaram o discurso em prol da Cultura da Amazônia e do Estado.
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<br />O discurso comum é a defesa do chamado “Custo Amazônico”, um princípio defendido e aprovado na II Conferencia Nacional de Cultura em Brasília pelas bancadas de representações regionais. Votação fortemente influenciada por representantes paraenses nos colegiados setoriais de cultura - estruturas de consulta institucionalizadas ao longo das gestões de Juca Ferreira e Gilberto Gil, que hoje compõem uma política de Estado, firmada com a Lei do Plano Nacional de Cultura, aprovada em dezembro passado.
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<br />A discussão não é nova. Segundo dados registrados pelo Minc há cerca de três anos, apenas 0,43% dos recursos da Lei Rouanet ficam na região, enquanto mais de 70% potencializam os investimentos culturais na região Sudeste do Brasil. Esse quadro já mudou, talvez os recursos no Norte tenham chegado a algo em torno de 1,5%, o que ainda está muito aquém das dimensões grandiosas da região.
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<br />O burburinho em torno dessa desigualdade regional não chega a sensibilizar representantes setoriais de outras regiões que ocupam os colegiados e o Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC), órgão formado por representantes dos colegiados e de outras instancias e que também fazem parte da institucionalização da cultura.
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<br />Tanto é assim que na última reunião do Colegiado Setorial de Música, em junho passado, coloquei a questão em pauta. Ela foi aprovada não como um princípio de isonomia da região Norte, mas indiretamente pela busca da igualdade entre as regiões, o que já seria um avanço significativo em relação a realidade que temos hoje. A questão, dessa forma, foi aprovada como prioridade nas diretrizes setoriais naquele colegiado. Mas não sem antes ser ridicularizada por membros do colegiado de outras regiões.
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<br />A questão do “Custo Amazônico” foi levada ao CNPC e lá, segundo Isaac Oliveira, um dos dois representantes do Pará no CNPC, pertencente ao Colegiado Setorial de Culturas Populares, ele foi vencido. Os argumentos dos conselheiros contrários é que não existem dados suficientes que comprovem que a região necessite ser tratada com diferencial em relação às outras regiões do país.
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<br />Esse possível dispositivo deveria estar contido na lei Procultura, que redefine os parâmetros e métodos de financiamento da produção cultural do País. O Procultura vai substituir a Lei Rouanet e incorporar outros dispositivos de financiamento, sendo o principal deles o Fundo Nacional de Cultura. O documento acaba de sair do CNPC e está tramitando nas comissões parlamentares antes de ser posto a votação no Congresso Nacional.
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<br />Se aprovada do modo como está hoje redigida, a proposta define que a renúncia fiscal, principal mecanismo de financiamento através da Lei Rouanet, será somada ao mesmo volume de recursos provenientes do orçamento do estado para multiplicar os investimentos no setor.
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<br />A luta das lideranças culturais nesse momento é para que o chamado “Custo Amazônico” seja incorporado ao texto nas tramitações dentro do Congresso. Para isso, Puty e Jordy, que compõem comissões diferentes, por onde o texto deve tramitar, acordaram a possibilidade de realizar audiências públicas no Pará e na Amazônia onde seriam discutido e argumentado de melhor forma o principio do investimento necessário para o desenvolvimento do potencial cultural da região.
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<br />Seria a Cultura o tópico capaz de juntar oposição e situação no Pará em torno de uma política comum de desenvolvimento do Estado e da Região? Coisa difícil de dizer na política paraense. Arnaldo Jordy esteve reunido com a Ministra da Cultura na presença de Lucinha Bastos, atual diretora de integração da Fundação Cultural Tancredo Neves. Jordy e Lucinha disseram ter boa acolhida na proposta. O MINC já tinha criado no ano passado um edital de pequenos projetos para a Amazônia, que desburocratizam e estimulam a pequena produção. Aliás, um dos argumentos de tão poucos recursos na Amâzonia é a falta de projetos consistentes e bem elaborados. Argumento que ora vai cair em descrédito. De qualquer forma, a classe de produtores e artistas tem muito o que rever nesse processo de transição. E tem que se preparar para um novo momento.
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<br /><b><span class="Apple-style-span" >Custo amazônico?</span></b>
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<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhn22yU92B507rfcg_HeUpHoM1-P5Tw_VxmIdQ-LAYio7xO9uXsuNiwzmPyzv1DwXEWaq0c-IK6eEq2KPHBJw2YZsNIUIW3yxu4sV849hjQi_p_b2Y145cV48TQTAG1kJzXea3mdLxgEqSv/s1600/jordy+puty.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 282px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhn22yU92B507rfcg_HeUpHoM1-P5Tw_VxmIdQ-LAYio7xO9uXsuNiwzmPyzv1DwXEWaq0c-IK6eEq2KPHBJw2YZsNIUIW3yxu4sV849hjQi_p_b2Y145cV48TQTAG1kJzXea3mdLxgEqSv/s400/jordy+puty.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5646106269511867266" /></a>Na minha opinião, a primeira coisa que deve mudar no discurso atual é o termo “custo”. O que se deve propor nesse momento é o desenvolvimento de um mercado cultural na Amazônia. Já está mais do que claro que as manifestações culturais de todo o tipo e os talentos em todos os setores, seja na música, no cinema, nas artes visuais, na dança, enfim, nos mais diversos segmentos da produção cultural brasileira e universal, existem e tem potencial. Potencial que na Amazônia, conciliando os fatores geográficos e históricos do país, encontra terreno fértil ao desenvolvimento de tal indústria.
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<br />Lembro os argumentos expostos no primeiro artigo publicado neste blog há três anos, quando falava da importância da Economia da Cultura e Economia Criativa para o Brasil, principalmente diante da atual configuração econômica mundial.
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<br />Quando foi escrito meu artigo, por circunstância da primeira crise econômica do século 21, disseram que era ingenuidade minha afirmar que o império americano estava em decadência. Hoje, por mais distante que essa realidade possa estar, ela é ainda mais factível do que naquela época.
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<br />No entanto, o primeiro desafio desse desenvolvimento é justamente mudar a nossa mentalidade. A incorporação do termo “custo” pelas lideranças culturais e políticas que começam a se apropriar desse discurso, e em alguns casos, fazendo dele bandeira política, indica facilmente a nossa inclinação mental e nos mostra como ainda pensamos pequeno. “Custo” em empreendedorismo é aquilo que onera o produto. Que o torna caro. No entanto, somando os valores sociais, simbólicos e ambientais presentes na Amazônia, os recursos aplicados aqui são, pelo menos na cultura, evidentes investimentos.
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<br />O desenvolvimento de uma economia da cultura tem potencial estratégico na afirmação de uma nação. Em primeiro lugar, sim, pelo seu fator simbólico de afirmação da identidade cultural deste país sobre os demais ou aos demais -- sem necessariamente imposições imperialistas como assim o fez o hoje arriscado império americano. Em segundo lugar pela dimensão econômica de seu desenvolvimento, que é estratégica diante do fator social e ambiental, uma vez que a difusão da cultura cada vez mais reduz impactos através do meio digital.
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<br />Os modelos americanos de megaeventos, que também promovem grande impacto ambiental, podem ser adaptados à nossa realidade, buscando tecnologias de produção próprias em parceria com os vizinhos americanos ou brasileiros mais avançados nesse processo. Poderemos enfim potencializar o turismo histórico e natural, o turismo cultural. Sabe aquela música “Vou destruir o Ver-o-Peso (...) Coitada da Cidade velha, que foi vendida para Hollywood” ?? Não precisa ser assim. Mas alguém tem que fazer um dia um filme digno da dimensão do que foi a Cabanagem, por exemplo. Seremos nós?
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<br /><b><span class="Apple-style-span" >Simbolismo e política, teoria e prática </span></b>
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<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPNLJmsKvqQt7_rUf58ndHDXUlNxHN4E6fgUWiN2y-cO86ySR99cdjefEQZ-7SD9JcjA3NWm_Wt90wykf9hEjA1DK2gnQTZ0lC-7DT8n1FsvV_E1TFfyK1V6H-LTbt7y4-b9RmKRWZG4Vs/s1600/jordy+puty+02.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 273px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPNLJmsKvqQt7_rUf58ndHDXUlNxHN4E6fgUWiN2y-cO86ySR99cdjefEQZ-7SD9JcjA3NWm_Wt90wykf9hEjA1DK2gnQTZ0lC-7DT8n1FsvV_E1TFfyK1V6H-LTbt7y4-b9RmKRWZG4Vs/s400/jordy+puty+02.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5646106478558486274" /></a>Chegou a hora do Brasil e da Amazônia assumir seu protagonismo. Não vamos desenvolver Economia da Cultura com a mentalidade de “pequenos projetos culturais” apenas. A Lei do Procultura define algo muito importante para todos os que produzem cultura na região e precisam sobreviver para continuar produzindo. Mas é preciso um programa específico, como o que já esta sendo pensado e proposto pela regional do Minc, como um PAC da Cultura para a Amazônia.
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<br />É preciso aplicar nesse momento os princípios econômicos de Keynes para desenvolver essa economia. É preciso investir em infra-estrutura: teatros, gravadoras, companhias de teatro, fábricas de instrumentos, estúdio de cinema, na recuperação do nosso centro histórico, em Educação - que na Economia da Cultura é tão fundamental quanto uma Transamazônica no PAC da economia tradicional.
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<br />Não dá para pensar só no meu disco, na minha peça, no meu festival etc. É preciso identificar os investidores potenciais, os empreendedores que já tem know how e experiência e que podem conduzir esse processo em seus setores. Àqueles que podem achar que a indústria fere a magia, o encanto ou a mística, ou a identidade da cultura local, é preciso dizer mais. O modelo de desenvolvimento, nós vamos escolher com participação. A cultura muda, isso é fato. A cultura sobrevive, se adéqua, se transforma. E isso dependente da nossa disposição para digerir e dirigir as políticas públicas. Depende de nós. Nós podemos?Nicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-17657380433972311222011-08-26T08:47:00.000-07:002011-08-26T19:51:20.624-07:00O lado dos Porongas<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGHIS7kejlmoN11JEcMXfKVauV4pMqPRMsLduA-vg38-LeZWh5HMHFzNM4HXcLXFi2PmUqDtxpdWLCuZdJbLMvJfkcxqKnwyqByDSN_MmgLM9FjQRFKENFglytp1FV_xbYY0wW-CMXRB1j/s1600/porongas+001.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 400px; FLOAT: left; HEIGHT: 294px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5645192596906458786" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGHIS7kejlmoN11JEcMXfKVauV4pMqPRMsLduA-vg38-LeZWh5HMHFzNM4HXcLXFi2PmUqDtxpdWLCuZdJbLMvJfkcxqKnwyqByDSN_MmgLM9FjQRFKENFglytp1FV_xbYY0wW-CMXRB1j/s400/porongas+001.jpg" /></a>Passam alguns minutos das 10 da noite quando chego ao Parque dos Igarapés, com minha amiga Karine Pedrosa, para o lançamento do Prêmio Curupira de Música Independente, uma iniciativa que promete marcar um novo momento da música do Pará, juntamente com outra série de acontecimentos importantes. Parece que é cedo para as festas no Parque. Los Porongas estão passando o som. Eles são, sem dúvida, a principal atração para os indies e roqueirinhos que compareceram à festa. Nem tantos assim. No geral o público é bem diverso e disperso, o que valeria mais tarde a sentença de Karine de que Belém vive uma revolução burguesa tardia. A sentença fica por conta da interpretação dos leitores.
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<br />Um amigo ligado na produção do evento me dá a dica, o furo da noite. João Eduardo, guitarrista dos Porongas, está de saída. Os Porongas são uma daquelas bandas em que seus integrantes vivem como irmãos e tal cumplicidade gera um som tão novo quanto autêntico e honesto. “Entrevista ele. É um furo”, garantiu meu amigo. Eu compro a ideia e na sequência já me vejo no chalé onde eles estão hospedados.
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<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdbf9p64ZAgzjbBJ75IrZmxEl7Tv91JraqpG6QggDPF9vM8d2Iu_4oZIHi2LOuFVDzK5KZ4sf23-NER7GhH0YMvhytdiWW4J2t7pHqrrCFaYMM9tnd36OD462OQRgNJLqTTcR6Oe9HDeBo/s1600/porongas+002.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 400px; FLOAT: right; HEIGHT: 268px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5645192752467795442" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdbf9p64ZAgzjbBJ75IrZmxEl7Tv91JraqpG6QggDPF9vM8d2Iu_4oZIHi2LOuFVDzK5KZ4sf23-NER7GhH0YMvhytdiWW4J2t7pHqrrCFaYMM9tnd36OD462OQRgNJLqTTcR6Oe9HDeBo/s400/porongas+002.jpg" /></a>Poucos minutos depois, estou sentado na cama do vocalista Diogo Soares. Magrão, o baixista, e Anzol, o baterista, estão cada um em uma das quatro camas que ocupam o único cômodo no térreo do chalé. Karine, que insistiu em vir comigo, está sentada na outra, dedilhando o violão de João. “Diz que eu sou a nova estagiária da Pro Rock, prometo que não vou atrapalhar”, disse ela, empolgada com a ideia de acompanhar a entrevista.
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<br />O mote da conversa não é a saída de João, mas a mudanças que culminaram com o momento do segundo disco, “o segundo depois do silêncio”, contemplado com o Prêmio Pixinguinha, da Funarte. A produção foi conduzida pela banda tendo a frente das gravações João, que está de saída justamente para trabalhar a perspectiva nova de compositor e produtor. Após quatro anos em São Paulo com a banda, João disse que sai com as bases firmadas para o novo desafio. Carlos Gadelha o substituirá.
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<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvQHSG8VmkwWp9iRH8JFim2xX78b9tKBopGaWdWYnOKlbwBWESpLQZv4ZDTdEQt9BFgaUNHcgVt081VLBlHappCxYrfP8w7jwMFRDQedjXzzgj1qgfalt2JDI_to8sAVc3VkP1e9Mlxqby/s1600/porongas+06.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 400px; FLOAT: left; HEIGHT: 268px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5645192964668905858" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvQHSG8VmkwWp9iRH8JFim2xX78b9tKBopGaWdWYnOKlbwBWESpLQZv4ZDTdEQt9BFgaUNHcgVt081VLBlHappCxYrfP8w7jwMFRDQedjXzzgj1qgfalt2JDI_to8sAVc3VkP1e9Mlxqby/s400/porongas+06.jpg" /></a>Gravado em São Paulo, ora em casa, ora em estúdios de músicos amigos, o disco foi lançado em fevereiro no Acre. Ainda não está nas lojas, mas vai chegar através do selo Baritone e da distribuidora Tratore. Em junho o disco foi disponibilizado pela banda para download. “Penso que é uma atitude de elegância, condizente como o nosso tempo. Não vamos ganhar dinheiro com o disco, podemos ganhar com os shows, com merchandisign”, explica Diogo, ainda tentando se adaptar às mudanças estruturais do novo empreendimento.
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<br />“Estamos sentindo a necessidade de viajar com um produtor, estamos trabalhando com uma equipe de produtores amigos. Com assessoria de imprensa da Renata Dornelles, que está dando super resultado. O disco já foi resenhado na capa do caderno de cultura do Correio Brasiliense, no Zero Hora de Porto Alegre, e em outras capitais do País. Só não saiu na Folha e no Estadão porque ainda não chegou nas lojas”, prossegue Diogo.
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<br />Esse novo momento dos Porongas parece conciliar, como em uma das canções do novo disco, os dois lados de uma mesma moeda. A paixão e a busca de um profissionalismo. “Não existe um emprego que eu queira mais nesse momento do que ser vocalista dos Los Porongas”, confidencia Diogo.
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<br />A profissionalização, aliás, está na base das mudanças que deram o resultado estético desse novo disco. Magrão é o único que não largou o emprego diurno, ainda trabalha no banco. Mas vive a música muito mais. Pela primeira vez teve aulas de contrabaixo. Anzol, que já era o principal instrumentista quando a banda saiu de Rio Branco, há quatro anos, também tem se dedicado ao estudo do instrumento.
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<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMZdhZjDtOelWVaH9Unjt9nO7z40oxSMMaNOyY6c7uIgfGmKzs_EibaSvyYRHqolhIOgqeFsoCy2dk0fkUQmZHtt6EFkTHXx_e40d-GS7-1CtVNSkv7vjY81MQvU_gAb6UzNMAGM2lvjw9/s1600/porongas06.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 268px; FLOAT: right; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5645194023086775410" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMZdhZjDtOelWVaH9Unjt9nO7z40oxSMMaNOyY6c7uIgfGmKzs_EibaSvyYRHqolhIOgqeFsoCy2dk0fkUQmZHtt6EFkTHXx_e40d-GS7-1CtVNSkv7vjY81MQvU_gAb6UzNMAGM2lvjw9/s400/porongas06.jpg" /></a>“O que mudou basicamente é que há quatro anos nos éramos todos funcionários públicos. E hoje nós somos muito mais músicos. Não tem como você não evoluir se dedicando exclusivamente a isso. Querendo apenas isso como sua profissão mesmo”, conta Anzol.
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<br />O processo ajudou. No primeiro disco, lançado pelo selo Senhor F, foi gravado em Brasília, com Phelipe Seabra, a banda tinha, basicamente, baixo, bateria e guitarra. Neste novo trabalho, sem a imposição do relógio no estúdio, ousaram gravar viola caipira, teclado, programações e percussão. “É diferente gravar em casa. Você para, fuma um baseado, pensa mais na música, volta para gravar”, diz Anzol.
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<br />Mas claro que não foi só o processo. Mudou muita coisa porque são pessoas e músicos diferentes hoje. Ver e conviver com outros músicos, como eles tocam e cantam é uma citação de Diogo, que se refere a Tulipa Ruiz e Hélio Flandres, do Vanguart, entre as pessoas que lhe ajudaram a entender um novo jeito de cantar. O contato com Dado Villa-Lobos, que produziu uma das músicas do disco, também colaborou com isso.
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<br />“O silêncio...” parece um grande experimento onde os Porongas exercitaram e evoluíram o seu jeito de fazer música.
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<br /><strong><span style="font-size:130%;">Paixão versus política
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<br /></span></strong>
<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUBT85kMPoAOaAnxvN18SphWxfMIgwZaxQN6D8_gqtYc1-Vb6xCsVS9Zj8P6Pd8ZkzKkjCmzQtuix8IpiCGZ7ZlmCFzsLjJyh8HymoYwfU3L69ZKrkNPT-RawiQqMGXsdHHJ35dbhfqAZu/s1600/porongas+003.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 400px; FLOAT: left; HEIGHT: 268px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5645194818589600754" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUBT85kMPoAOaAnxvN18SphWxfMIgwZaxQN6D8_gqtYc1-Vb6xCsVS9Zj8P6Pd8ZkzKkjCmzQtuix8IpiCGZ7ZlmCFzsLjJyh8HymoYwfU3L69ZKrkNPT-RawiQqMGXsdHHJ35dbhfqAZu/s400/porongas+003.jpg" /></a>A paixão, o outro lado da moeda. Quando Dado Villa-Lobos soube que eles largaram tudo no estado de origem para tentar a vida como músicos em São Paulo, disse: “pensei que não existisse mais esse tipo de malucos”. Essa paixão é o que os motiva. Mas tem também as desilusões, que são sempre boa munição para canções.
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<br />A paixão se contrapõe à política. E por isso mesmo eu titubeio em falar no assunto que há cinco anos parece dominar a cena independente brasileira, desde o surgimento do Circuito Fora do Eixo, ao qual a banda esteve muito ligada no início. Mas Diogo parece não se incomodar. Reconhece a importância e fala com segurança das ações do FDE. Cita também o programa Conexão Vivo, que ele considera a melhor plataforma de circulação do país hoje. Mas garante que o caminho na música vai além disso.
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<br />“Sempre penso que a política é uma força de conservação, enquanto que a arte é uma força de transformação. Toda situação política exige tato para você lidar com o poder, com um engajamento necessário. E a gente quer é fazer música. A gente quer tocar.
<br />A gente tem se pautado nas parcerias. Na vontade das pessoas se conhecerem, de confiarem e quererem fazer as coisas juntas”, conta ele.
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<br />A fala mansa e segura e uma atitude que não demonstra nem ressentimento nem empolgação parece camuflar a crítica mais dura que vem a seguir. “A gente mesmo é bem outsider disso. Vivemos nos quatro anos que estamos em São Paulo bem longe do Fora do Eixo, e o próprio circuito não fez muita questão de saber como se relacionar com os Porongas. Às vezes fico muito temeroso com esses discursos coletivistas, principalmente quando há uma exclusão velada. Só não incomoda mais porque a gente está fazendo o que a gente vive, o que a gente escolheu”.
<br />
<br />Após a entrevista, durante o show, quando Diogo tocou “Fortaleza”, a climática faixa de seis minutos que abre o disco, mandou um recado: “Essa nós fizemos por causa de certas exclusões veladas que existem na cena independente”. Na faixa ele instiga: “Como é que vão dizer o que não é e você vai ficar calado?”. E como se estivesse reafirmando o papel da arte sobre a política quando pergunta: “Quem vai poder plantar as flores que nascem na cabeça?”.
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<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXkNaa3FmHe0X6HeKlbkeSuzL95iohQeH2mM7TkiX43CinV_A4H8EZEATJznnrUxuL9uWhC1OD5cCkGT8ShOb10tl_NEN-eThiGD9k4q1cQsRhWaSYmVqm6H9aFhsfs0W4WxZbFXHT-t3F/s1600/porongas+004.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 400px; FLOAT: right; HEIGHT: 268px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5645196618149919138" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXkNaa3FmHe0X6HeKlbkeSuzL95iohQeH2mM7TkiX43CinV_A4H8EZEATJznnrUxuL9uWhC1OD5cCkGT8ShOb10tl_NEN-eThiGD9k4q1cQsRhWaSYmVqm6H9aFhsfs0W4WxZbFXHT-t3F/s400/porongas+004.jpg" /></a>Com crítica ou sem crítica, o fato reconhecido pelo amadurecimento dos músicos é que, “no começo era tudo mais desarticulado. Hoje em dia o deslumbre com um falso glamour é muito menor.” E isso se deveu a toda essa movimentação da cena independente, com a qual, sem dúvida, o Circuito colaborou muito.
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<br />O papo também não poupou a nova Ministra da Cultura, Ana de Holanda, que, segundo Diogo, parecia não entender o que estava sendo feito antes dela chegar. “Isso é comum nas políticas culturais no país inteiro. Aliás, não só nas políticas culturais. Entra um novo governante e interrompe as políticas que foram construídas com a comunidade. Acho que isso é uma mazela da nossa democracia”.
<br />
<br />Diogo garante que é um direito do Fora do Eixo reivindicar uma política que ajudou a construir com a participação das pessoas. Por outro lado, as políticas culturais ainda permitem prêmios editais como o Pinxiguinha. “Talvez isso [o encerramento de um ciclo na política pública] instigue ainda mais as bandas a fazerem os seus corres independente de apoio de governo”, opina Anzol.
<br />
<br />Mas não dá para se iludir. Não existe maneira de se manter em São Paulo tocando na Augusta. “O custo de vida de São Paulo é muito alto. Comparável a Manhattan. A cena independente não está tão estruturada a ponto de garantir a sustentabilidade das bandas”, diz Anzol. “Não existe fórmula”, completa Diogo. De qualquer modo, “a vontade do cara tocar guitarra e montar uma banda sempre vai existir”. As lições de oito anos de carreira e quatro morando em São Paulo continuam: “O que você precisa entender é que a gente vive num mundo capitalista e se você quer viver de música você precisa se adequar a seu tempo.”
<br />
<br />
<br />Não tem nem meia hora de gravação e o papo parece que durou muito mais. João chega e confirma tudo que foi dito sobre a sua saída. Depois da confraternização com os músicos de Saulo Duarte, a gente se despede para a banda se concentrar antes de ir para o palco. No caminho de volta para a festa, Karine pergunta: “Só uma dúvida de estagiária, naquela parte em que ele diz que fumava um baseado entre uma gravação e outra você transcreve exatamente o que ele disse?”.
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<br />Voltamos e o público tinha aumentado. Até as 7h da manhã muitas pessoas se confraternizaram ao som de 12 curimbós ritmando o swingue da Música do Pará.
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<br /><span style="font-size:130%;"><strong>Quebrando o Silêncio</strong>
<br /></span>
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<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjB3HwvXO0uwTuYclYMf6Zlpbp3dpA6EGPcd4bUCt5ycaZ09FciyQFbCTAnx7PldNvSJU0IuERAjaYM8LtfBhFNidBTz4eHwFzAKyR_vAs_OGCjzdLKHO2fAmA0L8XI7lFmjnX6yrgo9NbY/s1600/los+porongas+capa.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 400px; FLOAT: left; HEIGHT: 390px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5645197226191439154" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjB3HwvXO0uwTuYclYMf6Zlpbp3dpA6EGPcd4bUCt5ycaZ09FciyQFbCTAnx7PldNvSJU0IuERAjaYM8LtfBhFNidBTz4eHwFzAKyR_vAs_OGCjzdLKHO2fAmA0L8XI7lFmjnX6yrgo9NbY/s400/los+porongas+capa.jpg" /></a>“O segundo depois do silêncio” começa com “Fortaleza”. Climática, a faixa tem seis minutos de uma poesia meio ressentida, meio magoada. Os efeitos e os arranjos são grandiosos. O clima é de expurgar, de liberar certa raiva: “No lugar de onde nunca vim / que amigos já não sei quem são? / Do que eu me esqueci por indelicadeza?”.
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<br />“Cada segundo” começa com belas frases de guitarra, sob um arranjo que mantém o clima etéreo dos teclados e efeitos. Melodias belíssimas duelam com a poesia passional de Diogo. E o expurgo continua: “O mar do medo é uma gota pra se navegar”.
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<br />O clima progressivo segue com “Bem Longe” e a grandiloqüência dos arranjos já quase demonstra cansaço, quando “Dois lados” nos salva. Não adianta. É um disco para ser contemplado e se você não tiver disposição para desvendar as melodias e letras, então não perca seu tempo. É um disco para ser descoberto. “Quando o barco balançar / Você vai permanecer / Eu pulo”. Os metais e a viola caipira no arranjo de “Dois lados” faz dela uma das melhores do disco.
<br />
<br />As faixas são longas, mas as letras e as melodias grudam, contrariando as formulas de bolo das canções radiofônicas. A comparação com a Legião Urbana é inevitável nem tanto pela estética, mas pela postura. E Dado Villa-Lobos imprime sua marca com a produção de “Sangue novo”. Durante os solos de guitarra parece que estamos diante dos melhores momentos do pós-punk brasileiro. “Silêncio” é a música de trabalho, tem menos de quatro minutos e virou o primeiro clipe.
<br />
<br />No próximo destaque, Hélio Flandres empresta seu jeito blazé para tornar “Mais difícil” uma balada blues de doer no coração. Nessas horas a gente pensa que muito das críticas a alguns emergentes e independentes artistas está contaminada com a política e menos tem haver com música. E dá para entender (lembrar?) onde reside o sentimento que nos provoca que nos instiga na música.
<br />
<br />E já não bastasse tudo isso e o que ainda nos resta até chegar à última das 12 faixas do disco, Mauricio Pereira (Ex-Mulheres Negras) é mais um a abençoar a escolha dos Porongas pela música. Ele encerra o disco com a participação em “Longo Passeio”, onde finalmente a melodia já não precisa nem de letra para te pegar. Se fosse um “papapá” fácil de qualquer banda de power pop seria bem diferente. Mas não se trata disso. Não é um disco fácil. É um disco raro.
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<br /><em>*Nicobates foi ao lançamento do Prêmio Curupira Antenado a convite da organização do evento. As fotos são de Nayane Muniz e de Thiago Araújo e foram fornecidas pela produção do evento.</em>Nicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-7393725988456600712011-08-22T12:33:00.000-07:002011-08-22T13:30:04.249-07:00Ecad: Máquina de fazer dinheiro<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8MZLa0AwmlLtRVBXBzok0sxEh4nT9tDPXfr3qcb4fxS_o5G4ZO31JywP-Egmjybbwe95iXbGQzkNMNat9KG5HlNmGJ47pDw0q739PNOz9xKu1GdhDk4Upnj0CUyKuiKrcbBkU34L-v7VG/s1600/ecad+03.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 400px; FLOAT: left; HEIGHT: 290px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5643776228325000210" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8MZLa0AwmlLtRVBXBzok0sxEh4nT9tDPXfr3qcb4fxS_o5G4ZO31JywP-Egmjybbwe95iXbGQzkNMNat9KG5HlNmGJ47pDw0q739PNOz9xKu1GdhDk4Upnj0CUyKuiKrcbBkU34L-v7VG/s400/ecad+03.jpg" /></a>No ano passado o Ecad arrecadou algo em torno de 350 milhões de reais. É uma arrecadação muito grande, dizem, e continua crescendo a cada ano. Mesmo tendo que apurar cerca de 80% de suas receitas por via judicial, o Ecad é uma máquina de fazer dinheiro. Tem a legislação e o preceito de legitimidade a seu lado, pois as associações que o mantém, com seus próprios recursos, são entidades que representam os compositores e autores brasileiros. Estas associações, que são as representantes legais dos compositores, doam parte significativa de suas receitas para manter o Ecad.
<br />
<br />O Escritório Central de Arrecadação e Distribuição do Direito Autoral (Ecad) cumpre a função que o autor sozinho não poderia cumprir. O de aferir e recolher os direitos pela execução de sua obra. Imagine o autor, sozinho, indo de bar em bar, de rádio em rádio cobrando o seu legítimo direito pela execução de sua obra. Seria algo difícil, você não acha? Mas ele pode fazer isso se quiser. É permitido e facultado por lei.
<br />
<br />Mas porque recolher direito autoral? Por que tentar ser remunerado se a gente aprendeu nas ultimas décadas que não era possível ganhar dinheiro com direito autoral? Houve muitas distorções no meio do caminho, mas uma coisa é certa: bares, veículos de comunicação, academias, lojas e muitos estabelecimentos comerciais ganham dinheiro vendendo serviços ou espaços publicitários que se utilizam da música como atrativo. Você escuta a rádio pela música, mas a uma rádio se aproveita de que você a ouve por causa da música e vende espaços de publicidade. Assim, é justo que você ganhe pela utilização de sua obra.
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<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKRCdEZAsA9SqiKcgUFPvzx_jTulCqKMtAQ9ciXtyI4ZsrUcdkiiLu5g0GrtEEUsYStQYuumGesmrKV-qj51g-JL8bE1LyHQ7g23if-4Pny27-D2Urmh1sjmp60X8PqV9oy_1hKkUBIhQ7/s1600/ecad+05.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 400px; FLOAT: right; HEIGHT: 300px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5643776555654395186" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKRCdEZAsA9SqiKcgUFPvzx_jTulCqKMtAQ9ciXtyI4ZsrUcdkiiLu5g0GrtEEUsYStQYuumGesmrKV-qj51g-JL8bE1LyHQ7g23if-4Pny27-D2Urmh1sjmp60X8PqV9oy_1hKkUBIhQ7/s400/ecad+05.jpg" /></a>A cultura da distribuição gratuita da internet e a falta de mínimo senso profissional dos compositores da geração digital, principalmente aqueles de regiões periféricas onde o mercado cultural ainda não se estabeleceu, faz parecer uma coisa absurda pensar em ganhar dinheiro com direito autoral. Mas, como se pode ver, o dinheiro existe. Essas execuções geram dinheiro e alguém está ganhando em cima dessas obras. Se você não recolhe, outros recolherão por você. Há alguns meses a impressa noticiou o caso de um espertinho que se disse co-autor da trilha sonora de vários filmes. A associação a que ele se filiou acreditou (ou foi conivente, isso ainda está sendo apurado) e ele recebeu um cheque de R$ 110 mil por obras que nunca compôs.
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<br />Enquanto isso, autores paraenses que cresceram na cultura da distribuição digital, foram procurados para recolher seus direitos através de uma associação e nunca tiveram interesse em se filiar. Escuto muitas queixas de músicos que acreditam que não tem nem tempo nem dinheiro para cumprir a burocracia de recolher seus direitos autorais. E tem artista que tem música em filme da Globo. Os direitos autorais retidos são garantidos por cinco anos. Depois disso, eles serão redistribuídos pelos maiores arrecadadores integrados ao sistema. A CPI do Ecad tem apurado que os dirigentes do órgão trabalham com metas de arrecadação e ganham polpudas comissões em cima dessas metas.
<br />
<br />Autores independentes como Madame Saatan, Elder Effe e outros paraenses já cumprem ações básicas de informar o Ecad quando tocam em festivais ou quando tem sua música executada em rádio ou TV. Isso, às vezes, garante que seu dinheirinho seja recolhido e some no caixa da empresa, que deve ter faturamento pra se manter.
<br />
<br />Converso com compositores novos que dizem não acreditar “nesse papo de associação” e que se recusam completamente a se associar para qualquer fim. Cheguei a ouvir deles que deveriam ganhar pela execução de sua obra, mas isso deveria ser automático, sem o envolvimento do artista. Seria ótimo se fosse assim, mas a vida não tão fácil quanto parecia quando a gente pegou o violão pela primeira vez pra fazer música.
<br />
<br />Pena Schimit, uma referência para qualquer profissional de música no Brasil, indie ou mainstream, disse em artigo recente que o artista deve estar de olho no seu direito autoral. É o mínimo. Por isso, é bom entender como funciona o sistema de arrecadação e distribuição de tal dinheiro.
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<br /><span style="font-size:130%;"><strong>Enquanto isso, na Câmara dos Deputados</strong>
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<br /></span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgb7GutX3EaaczGfnqVW6TSJ81dXC9y0klNHFCi3e21Ce7DwQP61M5UwQR0icTJUAO6UaI0YL_k6IUNnI7f-t9o2L1Ffy4pPN_BJbqB2G9J65wTFSUGzyounaBgaAwCpw1T6kesCDYqKMXz/s1600/ecad+01.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 400px; FLOAT: left; HEIGHT: 286px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5643775817574999874" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgb7GutX3EaaczGfnqVW6TSJ81dXC9y0klNHFCi3e21Ce7DwQP61M5UwQR0icTJUAO6UaI0YL_k6IUNnI7f-t9o2L1Ffy4pPN_BJbqB2G9J65wTFSUGzyounaBgaAwCpw1T6kesCDYqKMXz/s400/ecad+01.jpg" /></a>Em junho estive na reunião da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados em Brasília. Foi a última reunião antes da instauração da CPI do Ecad. Estavam presentes na mesa, vários estudiosos advogados que denunciaram práticas recentes do Ecad. Estava na mesma mesa também o Leoni, aquele cantor pop que tocou com Kid Abelha e fez parte da banda Heróis da Resistência e que hoje aparece em um monte de revistas como referência de artista que sabe lidar com seu público na era digital. Leoni integra um movimento de artistas que se chama “A Terceira Via do DA”. Leoni disse que leva uma vida confortável graças aos direitos autorais que lhe são repassados por suas obras.
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<br />Lá também estava Téo Ruiz, paranaense que integra o Fórum Nacional da Música (FNM), movimento fortalecido pelas ações da gestão de Gilberto Gil e Juca Ferreira frente ao Ministério da Cultura. Teo Ruiz escreveu um livro chamado “Contra a Indústria”, em que prega formas modernas de gestão de carreira longe do “esquemão” da Indústria Fonográfica. Lá estavam os deputados, a superintendente do Ecad, Glória Braga, e artistas famosos que defendem o modelo atual, entre eles Sandra de Sá e Walter Franco. Esses não estavam na mesa e ficaram somente até a hora de fazer suas falas e posar para as fotos. Depois pegaram o avião de volta pra São Paulo e para o Rio.
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<br />Nenhum deles, absolutamente nenhum deles, se manifestou a favor da extinção do Ecad. É pouco provável portanto que qualquer reforma da Lei de DA diga que o autor não deve receber pela execução de sua obra. O que todos querem é reformular a lei e/ou regulamentar os princípios que medem a arrecadação. A atual Ministra da Cultura, Ana de Hollanda, já dizia que existem na lei atual mecanismos de aferição, de cessão de direitos e tudo o mais que a legião de produtores, autores e agentes digitais prega. Ou seja, não precisaria de reforma, basta que os interessados busquem fazer valer os seus direitos.
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<br />A Funarte chegou a criar um edital para premiar “propostas alternativas” ou ‘inovadoras” de gestão de direitos autorais. Não sei se vingou. É verdade que a lei permite que você não se associe e que você recolha direitos autorais sozinho. Mas é impossível se concentrar em sua carreira e fazer isso ao mesmo tempo. As associações existem para isso e ganham para isso, e ganham em cima do que elas arrecadam, por isso, o autor não perde nada. O investimento dele já foi feito quando ele compôs, gravou e divulgou seu trabalho. Esses três procedimentos juntos garantem a entrada de sua obra em um circuito comercial e logo lhe garante a arrecadação, ou deveria, mesmo que ela seja pequena.
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<br />
<br />A exceção de algumas emissoras de TV e rádio, que emitem relatórios detalhados, o Ecad recolhe por “amostragem”. Ou seja, ele aplica regras estatísticas para projetar, em cima de poucas horas de programação gravada, a execução das obras dos autores filiados. Essa é a maior distorção. A programação da rádio não segue uma ordem aleatória de progressão aritmética ou geométrica como se entendem as regras estatísticas.
<br />
<br />Se você desconsiderar o jabá, a programação da rádio e da televisão segue a intenção dos programadores segundo suas necessidades estéticas e gostos pessoais naquele horário e naquele programa. Assim, eu posso tocar uma ou duas vezes num programa de rock e nunca aparecer numa amostragem do Ecad, porque ela foi feita em horário comercial.
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<br />Na televisão, o Ecad garante que a arrecadação é feita por obra. Toda obra executada é registrada e repassada ao Ecad em um relatório de execução. Glória Braga afirmou que existem mais de 350 mil autores registrados no Brasil mas as grandes emissoras só executam 19 mil deles. Quando ela falou isso, a platéia gritou “jabá” do lado de cá.
<br />
<br />Mas a arrecadação pode ser pulverizada pelas emissoras regionais e segmentada por estados e municípios. Se as rádios públicas e universitárias de cada estado e município, assim como emissoras regionais de televisão, se dispuserem a trabalhar em parceria com entidades representativas, elas, que não deixam de pagar o Ecad de qualquer modo, podem contribuir ao menos para que a distribuição seja mais justa.
<br />
<br />Já perguntei a um ex-diretor de rádio pública e ele disse: “Nós pagamos o Ecad, vá lá recolher seus direitos!”. O diretor, ex-sindicalista, sabe defender seus direitos certamente, mas não era muito preocupado com o direito do artista. Quando eu perguntei se ele tinha informado a programação da Rádio, ele disse “isso é problema do Ecad ele é que tem que ouvir a Radio e dizer quem a gente tocou!”.
<br />
<br />Pois é, se a Radio não informar nós ficamos na mão do Ecad, que também tem seus problemas para aferir, arrecadar e distribuir. É necessário um novo pacto entre autores, suas representações, executores que ganham com a música e o poder público para tornar essa arrecadação mais justa e mais equilibrada, de modo a incentivar a produção do artista regional, aquele que não toca na Globo mas toca na TV Liberal ou na TV Cultura.
<br />
<br />Segundo um relatório de dois meses atrás, as rádios paraenses, segundo me informou a minha associação, devem cerca de R$ 15 milhões ao Ecad. A Funtelpa, por exemplo, devia, segundo o Ecad, até o mês passado quase R$ 90 mil. Essas rádios sempre pagam porque ao contrário do exercício direto do músico, as execuções são consideradas comerciais. E o Ecad sempre leva na Justiça mesmo fazendo acordos. Mesmo que o dinheiro seja desviado dentro do Ecad, como estão comprovando as investigações da CPI.
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<br /><span style="font-size:130%;"><strong>Eu, independente também?</strong>
<br /></span>
<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmQ5bvyuwhFuxLMei_NGzCloYQqY8t9mGjMVFwxiBLwim1ZzTS6JMG4yUcHVWMD4PFKVaDoifbKPTZAwpvOPcDQpE_Egj2uVdBt1vAwfvwY9c_vTGAXxdUXoE13TLn-NfctVvjYZjkme7A/s1600/ecad+02.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 400px; FLOAT: right; HEIGHT: 289px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5643776036580431714" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmQ5bvyuwhFuxLMei_NGzCloYQqY8t9mGjMVFwxiBLwim1ZzTS6JMG4yUcHVWMD4PFKVaDoifbKPTZAwpvOPcDQpE_Egj2uVdBt1vAwfvwY9c_vTGAXxdUXoE13TLn-NfctVvjYZjkme7A/s400/ecad+02.jpg" /></a>Você pode pensar: no meu caso, que sou musico independente, e não vivo disso, tenho outro emprego, compensa a burocracia, o gasto de energia de se inscrever numa associação para receber? Além da questão de compensar o investimento, há uma questão latente na sua possível omissão. Você ajuda a viciar o sistema se você se omite. Como cidadão e como profissional, você tem responsabilidades. Não adianta fugir delas. O Brasil está entrando em uma nova era de desenvolvimento econômico e social. A tendência é que a informalidade seja banida do mercado, e é preciso acompanhar os novos tempos.
<br />
<br />Mesmo viciado, o sistema do Ecad é estudado por acadêmicos europeus porque seu modelo é mais justo em princípio. Só que, como o sistema é complexo e o artista não se envolve, acaba dando margem para desvios e distorções.
<br />
<br />Na Europa, por exemplo, não existe fundo retido. O fundo retido é aquele dinheiro que é recolhido, mas não é repassado porque os autores dessas músicas não são associados às entidades mantenedoras do Ecad. No Brasil, esse fundo fica guardado por cinco anos depois é redistribuído entre autores e funcionários do Ecad como vem mostrando as investigações da CPI. Lá na Europa se sua música não é identificada na aferição o dinheiro entra no bolo de quem é. E pronto.
<br />
<br />Mexer com o Direito Autoral hoje em dia implica em mexer em vespeiros de deputados e senadores que detém concessões publicas de veículos de comunicação de massas. Mas há uma CPI sobre o caso em curso. Por pouco e por ignorância dos músicos não emplacamos uma cadeira no Conselho Nacional de Comunicação. Isso quer dizer que mudanças são possíveis. E elas começam bem pequenas, conversando com o dono do bar que você conhece e que toca a sua música, conversando com o diretor de programação da rádio pública ou da radio universitária que você conhece. Conversando com outros artistas e outros músicos que como você passam pela mesma situação. Se organizando para uma gestão mais justa dos direitos e deveres que envolvem o exercício da profissão que você escolheu.
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<br /><em>Fotos: Leoni, Teo Ruiz na mesa da audiência na Câmara dos deputados (1); Glória Braga, superintendente do Ecad, preparando0-se para dar entrevista (2); O poster e Malva Malvar, membros do Colegiado Setorial de Música em Brasília (3); Sandra de Sá e os artistas que defendem o Ecad na plateia da Comissão de Educação e Cultura na Câmara </em>
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<br />
<br /><em>*@Nicobates Todos os reservados</em>
<br />Nicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-5239768382287413512011-07-31T11:01:00.000-07:002011-07-31T11:20:05.087-07:00Artigo sobre Tecnobrega<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinNcZ4Svp4TP0U4AuHdWyrBhq44Szk5f2jvwe1eVXIAMgYabB465hlniQn85sxfs7xsZEwVEOPOzR4QPjx8CyL60EZ_cLKuO_Yyzqx4SR3zKu1Vpwjx1XEybfCzJ4a_4YgQLmSmBcUxWYn/s1600/keila+e+waldo+002.JPG" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYlL3-Qbb8j-g6x4kwdo79sD-vgMw2uBUXbRdXtb60OKJLq4T8zCSKQHP4O5wfdtghqaESQKHlYeznFzi6ZisB61a27wzh6oSKUUCWG91eDsP7yCsOriAyO4sohGf1mpFO3QPTTVOTMwzE/s1600/maderito+002.JPG" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg01HPtO8rf91t1mZRZDJWXLcwPgTczRGceNI4g9gb9_RF8Zb64AmzbPT0699UiIHO1zWIOWQGTAFSt4k4Wdoe42qkna6HSm1041nYLugnjdzHgpMUOZ2nKXYeBGKSgqp02xJKKSfAbYiQW/s1600/gaby+002.JPG" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg01HPtO8rf91t1mZRZDJWXLcwPgTczRGceNI4g9gb9_RF8Zb64AmzbPT0699UiIHO1zWIOWQGTAFSt4k4Wdoe42qkna6HSm1041nYLugnjdzHgpMUOZ2nKXYeBGKSgqp02xJKKSfAbYiQW/s400/gaby+002.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5635580691889006754" /></a><p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium; "><br /></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" ><i>O artigo abaixo foi escrito sob encomenda para a Revista PZZ. Pelo atraso da revista e pelo acúmulo de textos sobre o mesmo tema, decidimos não publicar meu texto na revista, já que Patrick Torquatro, Marcel Arede, Felipe Cordeiro e Vladimir Cunha escreveriam sobre o mesmo assunto. Decidi então fazer um texto sobre o rock paraense. Trago para o blog a minha versão sobre o tema do tecnobrega, para não deixar passar em branco. Como trato de uma discussão que já se deu há algum tempo, principalmente se considerar o tempo na web. No entanto, considero importante o registro para reflexão inda mais pelo mínimo distanciamento.</i></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" ><i><br /></i></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size:16.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt">MÚSICA PARAENSE <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight:normal"><span style="font-size:26.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;font-family:"Arial Black"">A polêmica do tecnobrega<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt">Economia, sociologia e cultura se misturam no debate sobre o gênero musical paraense que ganha o mundo e contraria seus conterrâneos</span></i><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span style="font-size:14.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt"><o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><o:p> </o:p></i></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal">Por Elielton <span style="mso-spacerun:yes"> </span></i><i style="mso-bidi-font-style:normal">Amador*</i></p><p class="MsoNormal"> </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt;line-height: 150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%">O debate sobre as tendências de mercado e cultura envolvendo o gênero <i style="mso-bidi-font-style:normal">tecnobrega</i> paraense continua rendendo muitas polêmicas. Poucas vezes, um produto musical se afirmou nacionalmente sob tantos protestos, discursos, análises e jogadas de marketing. A discussão teórica, ou “pseudo teórica”, sobre o assunto, porém, parece briga de foice no escuro, tiroteio de cego: cada um atira para um lado e quase todos erram, quando acertam não deixam boas sequelas. Depois de muito relutar, decidi meter o meu bedelho e contribuir para esse debate que começo a julgar de importante para o Pará e para o Brasil. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt;line-height: 150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%">Atualmente, o debate interno parece polarizado entre os “detratores” e os “defensores” do gênero, e as opiniões parecem estar contaminadas por interesses pessoais ou pela emoção. Antes de mais nada, preciso dizer que este artigo não defende somente uma opinião. É fruto da análise de um jornalista e de um produtor, um agente público que tem trabalhado durante anos no fortalecimento da cadeia produtiva da música no Pará. Formado em Jornalismo, pós-graduado em Comunicação e Política, também sou músico, guitarrista e produtor há 18 anos. Participo ativamente desde os meus 16 anos de idade da vida cultural do estado.<span style="mso-spacerun:yes"> </span>Também sou integrante do projeto Pará Pró Música, a primeira tentativa do SEBRAE-PA de profissionalizar o mercado musical paraense, onde tive aulas de Gestão, de Controle Financeiro, de Tributação e Análises de Mercado, além de ter viajado pelo Brasil participando de festivais, feiras e seminários sobre o tema. Sou membro do Fórum Nacional da Música (FNM) e representante do Fórum Permanente de Música do Pará (FPM-PA). Sou delegado do Colegiado Setorial de Música, que compõe o Conselho Nacional de Políticas Culturais, do Ministério da Cultura.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Longe de ostentar meu currículo, considero essa identificação um cuidado necessário, pois cada análise tem seu <i style="mso-bidi-font-style:normal">lugar de fala</i>. Senão vejamos a própria origem da polêmica: A questão foi suscitada porque um deputado do PT (Paulo Bordalo) propôs na Assembléia Legislativa do Pará um Projeto de Lei para transformar o tecnobrega em Patrimônio Cultural do Estado. Quando o governador Simão Jatene (PSDB) vetou o projeto aprovado na Alepa, a polêmica estourou com ares de mera birra política, um grupo contrariando o outro. <span style="mso-spacerun:yes"> </span>No entanto, a história não é bem assim. Por mais estranho que pareça, o tecnobrega tem detratores e defensores na mesma proporção em vários segmentos políticos ou sociais. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt;line-height: 150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%">O mais impressionante é que o coro dos descontentes só soa internamente. Fora do estado, praticamente não existe quem seja contra o gênero e suas variações estilísticas. Seja defendendo uma legítima manifestação popular, seja vislumbrando ares de modernidade irrefletida em intelectuais de classe média, o tecnobrega ganha cada vez mais espaços na TV, nos jornais e, principalmente, na internet. Além do mais, ele ainda é considerado precursor de um modelo de negócios que dribla a crise em que o mercado fonográfico se afundou na década passada.</span></p><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 238); -webkit-text-decorations-in-effect: underline; "><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYlL3-Qbb8j-g6x4kwdo79sD-vgMw2uBUXbRdXtb60OKJLq4T8zCSKQHP4O5wfdtghqaESQKHlYeznFzi6ZisB61a27wzh6oSKUUCWG91eDsP7yCsOriAyO4sohGf1mpFO3QPTTVOTMwzE/s400/maderito+002.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5635581544274641186" style="float: left; margin-top: 0px; margin-right: 10px; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; cursor: pointer; width: 400px; height: 300px; " /></span><p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt;line-height: 150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%">Tentando entender os motivos que levariam os paraenses a serem avessos ao novo fenômeno nacional, o jornalista Valdimir Cunha escreveu um artigo no Diário do Pará (<i style="mso-bidi-font-style:normal">A encruzilhada do Tecnobrega</i>, 24/04/2011) onde enumera uma série de fatores sociais e culturais que poderiam levar o paraense a ser contra a defesa do gênero como patrimônio cultural. Os argumentos sociais chegam a ser óbvios para quem mora na cidade. No entanto, a proposição “as mazelas sociais e a negação de nossas raízes culturais invalidam o tecnobrega como música a ponto de sermos contra ele se tornar patrimônio cultural do Estado?” soou estranha, uma vez que a dimensão cultural do gênero ainda passa longe de sua dimensão econômica, precariamente analisada no mesmo texto.<span style="mso-spacerun:yes"> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt;line-height: 150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%">A afirmação é suspeita porque Vladimir, também diretor do documentário Brega S/A e roteirista de programas de televisão explorando certo populismo de periferia, é uma parte muito ligada ao negócio incipiente para se pronunciar como um analista isento de abraçar questão tão acadêmica quanto a elevação de um gênero musical a uma condição sociológica. Vladimir (e o grupo de defensores do gênero) foi alvo de uma crítica mordaz e direta, apesar de não ter seu nome citado, no artigo “Os sociólogos de aparelhagem”, publicado no dia seguinte no site Belém do Pará, pelo também jornalista Anderson Araújo. Anderson recorreu a um relato obviamente passional de sua vida para negar esse tipo de música e se defender dos patrulheiros de classe média, para os quais falar mal do tecnobrega é um pecado mortal. Ele justificou que nasceu e cresceu na periferia de Belém e nem por isso se vê retratado nessa cultura que ganha destaque nacionalmente. Assim como Vladimir, Anderson levanta pontos pertinentes, como o fato de que a questão está ainda em formação:<span style="mso-spacerun:yes"> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt;line-height: 150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:72.0pt;text-align:justify;text-indent: 35.4pt;line-height:150%"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%">Foi quando essa classe média descobriu o ritmo que tudo começou a se complicar. A imersão na periferia desses novos apreciadores deu início à tentativa de moldar uma fundamentação sócio-cultural-política-estética em torno do que ainda está em construção e, pelo menos, deliberadamente, não tem essa pretensão intelectual.<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt;line-height: 150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt;line-height: 150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%">Mas ele gastou mais linhas do que precisava com sua própria biografia, e deixou passar em branco aquilo que considero suficientemente importante para ter escrito eu mesmo o meu artigo sobre o tema. Anderson se deixa cegar pela emoção e perde a chance de fazer uma análise mais isenta. A comparação dos dois textos me fez observar alguns pontos sobre a questão que me parecem embaralhados também pela falta de mínimo conhecimento teórico sobre os temas da cultura e da economia da cultura. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%"><span style="mso-tab-count:1"> </span>O primeiro deles é a Estética, que está na base das principais críticas ao gênero. Todos os seus detratores alegam que se trata de um estilo pobre, que não tem melodia nem harmonia e tem baixa qualidade de produção. Esse ataque veio muito antes da polêmica entre Vladimir e Anderson, quando outro jornalista, o também sociólogo Lúcio Flávio Pinto (que aparece em Brega S/A fazendo o contraponto ao coro dos contentes) em artigo de seu Jornal Pessoal chamou literalmente o gênero de lixo (<i style="mso-bidi-font-style: normal">Tecnobrega: lixo em forma de música</i> – Jornal Pessoal - Janeiro de 2009).<span style="mso-spacerun:yes"> </span>“Já houve criação humana mais horrorosa em matéria de música do que o tecnobrega? Eu não conheço”. É assim que LFP começa seu texto, descartando qualquer “sociologismo” sobre o tema.<span style="mso-spacerun:yes"> </span>E provoca o ódio dos defensores do gênero quando afirma: <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:36.0pt;text-align:justify;text-indent: 35.4pt;line-height:150%"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%">A música paraense de raiz é monótona, repetitiva, dominada pela marcação do ritmo, que cada vez mais sufoca as outras partes (mais relevantes) da composição. Ouve-se com deleite três números de carimbó. A partir daí, a exaustão vem rápido. Um disco inteiro de carimbó demarca na audição a exigência de quem ouve. Uma festa só de brega é passaporte para o rebaixamento do gosto. Uma única música de tecnobrega é tortura auditiva. Com o som estourando o registro dos decibéis, é poluição humana certa.<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt;line-height: 150%"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span style="font-size:13.0pt; mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%"><o:p> </o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt;line-height: 150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%">Sendo morador da periferia de Belém (moro na Sacramenta, desde a adolescência), fui obrigado a escutar o tecnobrega nas ruas, nos ônibus e mesmo dentro de casa, pois que os sons das aparelhagens ambulantes muitas vezes não poupam sequer o retiro do lar. Por esse motivo também fui avesso ao gênero e sei que se trata ainda de uma música com sérias deficiências técnicas, além de gosto muitas vezes duvidoso. Sempre preferi, como Anderson, o brega clássico, o Yeah Yeah Yeah, mas cresci mesmo foi ouvindo a música brasileira e paraense popular que hoje em dia soa demais sofisticada em relação aos estilos emergentes. Falo da música de Nilson Chaves, Vital Lima, Fafá de Belém, Chico Buarque e Caetano Veloso [só depois descobri o rock].<span style="mso-spacerun:yes"> </span>Porém, fosse por obrigação de oficio ou por imposição social, acompanhei a evolução do gênero. De tanto praticar seria impossível que os produtores do tecnobrega não evoluíssem, segundo, e seguindo, padrões de mercado que eles tentam copiar à exaustão. É notável hoje como podemos escutar tecnobregas, melodies e tecnomelodies (a evolução do gênero) de boa qualidade técnica e recursos estilísticos cativantes. Já cheguei a ouvir no carro as rádios populares na ausência de programações mais qualificadas (ou diversificadas) em outras rádios. Ademais, a maior representante do gênero hoje, Gaby Amarantos, é uma artista com enorme talento e potencial, independente do estilo em que ela atue. Além do carisma, Gaby tem uma voz fenomenal. O seu próximo disco, ainda inédito, produzido por Carlos Eduardo Miranda (Raimundos, O Rappa, entre outros artistas de renome nacional), deve trazer a carga da pressão sociológica, a cobrança dos setores intelectualizados da sociedade paraense para que esse gênero evolua. E isso não é ruim. Sob pressão é que se evolui.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt;line-height: 150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%">Por outro lado, como produtor executivo, aprendi a não pensar somente do ponto de vista estético. Gosto se discute, mas tem limites. E em algumas situações não se discute mesmo. Quando era diretor da Associação Comunitária Paraense de Rock – Pro Rock, ouvi do então presidente da Associação Brasileira de Música Independente (ABMI), Pena Schimidt, que dentro de uma associação não se discutia valor estético. Schmidt dizia que a associação era um instrumento de fortalecer o setor. “A disputa estética se dá do lado de fora, pelo público”, disse ele para mim e para Ícaro Suzuki (contrabaixista da banda Madame Saatan), que era então presidente da Pro Rock ainda em 2005. <span style="mso-spacerun:yes"> </span>Talvez ele tenha mudado de ideia, mas em 2005 era o que ele dizia. Parece-me atual. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt;line-height: 150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%">E aqui entra a questão central que considero em relação ao tecnobrega: seu valor de mercado. O gênero foi reconhecido mundialmente como modelo de negócios. Na verdade, uma espécie de Arranjo Produtivo Local informal e gigante que se fechava na cidade e no estado, ainda de maneira precária. Para uma abordagem curta do que é um APL, a Wikipédia é eficiente:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:54.0pt;text-align:justify;text-indent: 35.4pt;line-height:150%"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%">O Arranjo Produtivo Local (APL) é um conjunto de fatores econômicos, políticos e sociais, localizados em um mesmo território, desenvolvendo atividades econômicas correlatas e que apresentam vínculos de produção, interação, cooperação e aprendizagem. Os arranjos geralmente incluem empresas – produtoras de bens e serviços finais, fornecedoras de equipamentos e outros insumos, prestadoras de serviços, comercializadoras, clientes, etc., cooperativas, associações e representações - e demais organizações voltadas à formação e treinamento de recursos humanos, informação, pesquisa, desenvolvimento e engenharia, promoção e financiamento.<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt;line-height: 150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%">Há quem duvide da eficiência desse APL assim como propagandearam os estrangeiros que vieram aqui pesquisá-lo, mas é bem provável que ele funcionasse (e ainda funcione) bem num mercado frouxo, principalmente na regulação dos direitos de autor (leia-se pirataria) e na tributação de um produto completamente informal. O avanço desse gênero além das fronteiras desse grande APL, porém, se mostra problemático. Sem o incentivo governamental, o gênero sobrevive nos limites do estado, mas, quando avança para novas fronteiras, precisa não somente de incentivos como de uma estratégia orquestrada de marketing para afirmar sua identidade na grande mídia nacional. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt;line-height: 150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%">Há muitas questões sobre isso, mas vou me ater ao tema proposto. Quando efetivamente atinge esse estágio, o tecnobrega é um valor da cultura, ou melhor, da economia da cultura paraense. (Ainda) Não é patrimônio imaterial, mas pode vir a ser um fator de desenvolvimento econômico e social importante. O investimento nele e nos demais gêneros e estilos musicais paraenses se torna estratégico, se aplicado segundo critérios que tenham em vista esse desenvolvimento. Sua evolução pode contribuir para a consolidação de um mercado cultural e fonográfico no Pará, assim como o axé o fez na Bahia. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt;line-height: 150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%">Muitos dos produtores culturais no Brasil afora são unânimes em afirmar que o mercado cultural de Salvador evoluiu graças ao axé mas não se restringiu a ele. Para se ter um exemplo, os organizadores do Wacken Open Air, o maior festival europeu de heavy metal, e um dos maiores do mundo, devem realizar em 2012 uma grande edição brasileira do evento. E quem vai executar o projeto é uma empresa baiana. Como o mercado paulista do showbusiness está pautado (e saturado) em grandes eventos comerciais e internacionais, foi na Bahia que Airton Diniz, o editor chefe da Roadie Crew, franqueador do W.O.A no Brasil, encontrou os empresários dispostos a realizar o evento. “É a expertise deles, realizar grande eventos, mas os alemães só toparam fazer com a nossa consultoria, pois eles dizem que nós é que sabemos de heavy metal”, disse-me Airton Diniz em entrevista recente quando esteve em Belém para a seletiva regional do W.O.A deste ano. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%"><span style="mso-tab-count:1"> </span>O negócio da música na Bahia também foi cercado de investimentos sociais e acompanhado do interesse de artistas de renome, como Carlinhos Brown, no desenvolvimento desses mesmos projetos sociais. Uma cidade que cresce como Belém precisa de projetos sociais envolvendo a arte, a cultura e a educação para amenizar os impactos desse crescimento, que muitas vezes aumenta o fosso entre os mais ricos e os mais pobres. Isso é mais urgente do que qualquer vaidade ou orgulho intelectual. Eu, que continuo morando na Sacramenta, vizinho do Barreiro (bairros onde prolifera não só o tecnobrega mas a criminalidade) e que já fui assaltado por adolescentes de mão armada na porta de casa, sei bem disso. <o:p></o:p></span></p> <span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 238); -webkit-text-decorations-in-effect: underline; "><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinNcZ4Svp4TP0U4AuHdWyrBhq44Szk5f2jvwe1eVXIAMgYabB465hlniQn85sxfs7xsZEwVEOPOzR4QPjx8CyL60EZ_cLKuO_Yyzqx4SR3zKu1Vpwjx1XEybfCzJ4a_4YgQLmSmBcUxWYn/s400/keila+e+waldo+002.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5635581794184252930" style="float: right; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 10px; margin-left: 10px; cursor: pointer; width: 400px; height: 300px; " /></span><p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%"><span style="mso-tab-count:1"></span>Artistas de origem pobre como são os que representam o tecnobrega tem todo o direito (como todos nós, aliás) de poder ascender socialmente, e isso não tem nada a ver com sua arte ser patrimônio cultural instituído. O tempo ainda comprovará seu valor artístico e certamente há muitas honrarias que esses artistas hão de conquistar. Considerando o aspecto imaterial da cultura, porém, é sempre bom lembrar que, por mais que a produção cultural e artística possa alimentar uma cadeia produtiva, ela é uma manifestação subjetiva do espírito humano, individual, que reflete a realidade e a vivência de pessoas mais ou menos envolvidos com seu povo e sua sociedade. Sua manutenção e sobrevivência não deve depender apenas do Estado, mas, principalmente, da vontade da sociedade. Pois que se esta cultura representa a nossa identidade, mantê-la, assim como manter o artista, depende de nós querermos ter essa identidade reconhecida perante o mundo e perante nós mesmos. Ela também pode ser nossa representação, nosso instrumento de auto-afirmação diante da nação e do mundo. Isso, através do tecnobrega ou de qualquer outro gênero musical, deveria ser interesse da iniciativa privada, por exemplo, que se nega a investir em cultura no Pará. Há esse é um ponto crucial. Onde está a iniciativa privada paraense que não investe em cultura como possibilidade de desenvolvimento social e econômico? <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt;line-height: 150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%">A auto-afirmação de identidade tem sido a principal estratégia de marketing utilizada pela própria Gaby Amarantos. Mas essa estratégia é melhor identificada, até agora, por jornalistas de fora como é o caso de Pedro Alexandre Sanches, que escreveu o mais emblemático artigo sobre a artista depois da apresentação dela na última Virada Cultural de São Paulo. É o que está por traz da alcunha de “Beyoncé do Pará”. A cantora americana Beyonce não é apenas uma artista identificada com um estilo, mas com a qualidade de sua arte no gênero que ela representa (pop e black music). No tempo certo Gaby negou o apelido, como mostra a resenha de Pedro Alexandre Sanches no texto do IG: <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:45.0pt;text-align:justify;text-indent: 27.0pt;line-height:150%"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%">Por conta de uma versão tecnoindígena de ‘Single Ladies’, Gaby já foi vendida nos domingões da Globo como ‘a Beyoncé do Pará’, e capitalizou o marketing, mas não parece mais satisfeita com o codinome. Resiste em atender os pedidos para que cante a versão ‘Tô Solteira’. Faz só um trecho e profere mais uma frase de afirmação de identidade: ‘Beyoncé é maravilhosa, mas eu amo ser Gaby Amarantos. <o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt;line-height: 150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%">Ao que parece, nossa visão passional das coisas, ainda nos impede de ver a dimensão real desse fenômeno e capitalizá-lo a favor do nosso desenvolvimento. Felizmente, a evolução natural do mercado e a consciência gradativa desses fenômenos começam a mudar essa realidade. Medidas institucionais corretas se fazem necessárias para que esse impulso não retroceda e continue avançando progressivamente. A música paraense tem muito potencial em seus estilos e gêneros para os negócios. No entanto, todas essas dimensões (culturais, econômicas e sociais) devem ser consideradas principalmente pelo Estado quando implantar políticas públicas para o segmento. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt;line-height: 150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%">Neste artigo, que não se propõe a ser um artigo acadêmico, ainda que suscite questões teóricas sobre as três dimensões da cultura, existe um conceito expresso logo no inicio, o de <i style="mso-bidi-font-style:normal">lugar de fala</i>, conceito que define ao mesmo tempo minha autoridade e meu viés para falar sobre o assunto. Evidentemente que somente a questão lingüística de afirmação do tecnobrega suscitaria um estudo acadêmico, assim como a economia do mesmo já provocou. Outros conceitos, como a formação discursiva, muito abordada pelo filósofo francês Michel Foucault, seriam temas de abordagens acadêmicas específicas, mas eu não tenho essa pretensão no momento, ainda que o tema necessite desses estudos (deve haver algum estudante debruçado sobre o tema). <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt;line-height: 150%"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:150%">O que pretendi aqui foi expor a minha visão, razoavelmente esclarecida pela minha experiência profissional e pelas pesquisas que desenvolvo nessa área, sobre essas dimensões da cultura. Há aqui, sem dúvida, algum juízo de valor, mas ele também está submetido à apreciação do leitor. Não querendo ser eu o guardião de sentenças finais sobre o tema. Gostaria apenas ainda de ressaltar, quanto aos artistas, que penso que eles tem o compromisso moral, assim como Joelma e Chimbinha o demonstram ter, e como Gaby tem demonstrado publicamente, de manter e alimentar suas raízes, trabalhando pelo desenvolvimento social do lugar onde nasceram. <span style="mso-spacerun:yes"> </span>Na discussão recente sobre os direitos autorais, em vigor hoje no Brasil, tenho visto artistas famosos somente preocupados com uma dimensão da política cultural vigente hoje no país: a dimensão do próprio ego. Mas isso é outra questão a ser superada. Por enquanto, essa era a contribuição que eu gostaria de dar nessa polêmica. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt"><o:p> </o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt">*Elielton também é conhecido como Nicolau e já tocou guitarra com as bandas Pig Malaquias, <span style="mso-spacerun:yes"> </span>Norman Bates, Suzana Flag e Coletivo Radio Cipó. É produtor cultural e musical, ex-presidente da Pro Rock e edita os blogs www.qualquerbossa.blogspot.com e www.prorockblog.blogspot.com os sites www.guiart.com.br<span style="mso-spacerun:yes"> </span>e <span style="mso-spacerun:yes"> </span>www.paramusica.com.br. Siga ele no Twitter: @nicobates<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt"><o:p> </o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt"><o:p> </o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt"><o:p> </o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span style="font-size:13.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt"><o:p> </o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal">Bibliografia </p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">ARAÚJO, Anderson – Os Sociólogos de Aparelhagem - </p> <p class="MsoNormal"><span style="mso-spacerun:yes"> </span>25 de abril de 2011 no Site Belém do Pará </p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><a href="http://www.belemdopara.com.br/detalhe.bdop?conteudo=1414">http://www.belemdopara.com.br/detalhe.bdop?conteudo=1414</a></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">PINTO, Lucio Flávio Pinto - Tecnobrega: Lixo em Forma de Música - Jornal Pessoal - Janeiro de 2009</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><a href="http://troppos.org/2009/06/22/tecnobrega-lixo-em-forma-de-musica/">http://troppos.org/2009/06/22/tecnobrega-lixo-em-forma-de-musica/</a></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">CUNHA, Vladimir - A Encruzilhada do Tecnobrega - Diário do Pará - 24 de abril de 2011</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><a href="http://diariodopara.diarioonline.com.br/N-131523-OPINIAO++A+ENCRUZILHADA+DO+TECNOBREGA.html">http://diariodopara.diarioonline.com.br/N-131523-OPINIAO++A+ENCRUZILHADA+DO+TECNOBREGA.html</a></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">SANCHES, Pedro Alexandre - Musa do Tecnobrega, Gaby Amarantos festeja música do Norte. 17 de abril de 2011</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><a href="http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/musica/musa+do+tecnobrega+gaby+amarantos+festeja+musica+do+norte/n1300080395820.html">http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/musica/musa+do+tecnobrega+gaby+amarantos+festeja+musica+do+norte/n1300080395820.html</a></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>Nicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-49482236376243009072011-07-22T13:26:00.000-07:002011-07-22T13:31:29.090-07:00Musical Diversity From Amazonia<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaEw2oQqnEW5Gm1U8QtngQMqJu59KA-1qzobXH7Z0-amYX5jI6mjbheFkZaDkJh763YnYHXrY8JdBjOSs_aKioW0rkzRKfIl2SE5hgKljTmeKg8p7fzO1fnVH39OSEWjTqMiwZWGN1OpAw/s1600/eflyer+lan%25C3%25A7amento+%25282%2529.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 256px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaEw2oQqnEW5Gm1U8QtngQMqJu59KA-1qzobXH7Z0-amYX5jI6mjbheFkZaDkJh763YnYHXrY8JdBjOSs_aKioW0rkzRKfIl2SE5hgKljTmeKg8p7fzO1fnVH39OSEWjTqMiwZWGN1OpAw/s400/eflyer+lan%25C3%25A7amento+%25282%2529.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5632276418767402114" /></a><br />Há três anos, precisamente no dia 23 de abril de 2008, o jornal O Liberal estampou na capa do caderno Magazine a manchete "Músicos querem portal"<br />Foi uma notícia capturada durante uma reunião de classe para debater o Plano Estadual de Cultura. <br /><br />A proposta era ter um portal que divulgasse e promovesse a inclusão da música paraense no novo e emergente mercado digital.O PEC ainda não foi adiante, mas nos já o fizemos assim mesmo.<br /><br />Como nós todos, que atuamos e militamos na música e nas políticas públicas da cultura, sabemos, o mercado digital é um futuro que já chegou para todos. <br />A internet abriu mil possibilidades. Durante anos, porém, nos "batemos" com ela. O resultado positivo começa a aparecer: criaram-se redes, circuitos surgiram e se fortaleceram. Ainda distribuímos nossas músicas de graça e nós às vezes nos batemos individualmente ou dentro desses circuitos para promovê-las. Com tanta coisa com que se preocupar, além da própria feitura da música, pouco tempo nos sobra para a nossa arte. E ainda não sabemos como vai ser esse mercado nesse futuro que já começou. No momento em que existe CPI do Ecad e que grandes corporações começam a fechar acordos de certa forma limitando o compartilhamento de arquivos... acredito que o futuro é encarar o digital como um mercado onde distribuir a música exige uma estratégia bem clara. E é preciso pensar em consumo e fruição. Resgatar o valor da música e do músico. <br /><br />Dessa forma, há mais de quatro anos nós estamos estudando, discutindo, às vezes brigando mesmo, para entender e pensar estrategicamente esse mercado. Valorizar nossa região... Dessa forma foi concebido o projeto Pará Música, um portal que tem por objetivo divulgar e promover a música do Pará para o Brasil e para o mundo. A ideia é agrupar e se juntar a todas as iniciativas que já existem de forma criativa para celebrar a nossa música, assim como celebramos a música carioca, a música do mangue, a música sulista, a música mineira... enfim, não querendo ser melhor do que o resto do Brasil, mas afirmando também a nossa qualidade e a nossa diversidade. Como a maior parte das nossas matas foi ao chão, o povo que aqui se assentou tratou de tornar esse calor mais aprazível. Que o Brasil se chegue, que os músicos brasileiros se cheguem...compartilhem conosco. Que os nossos colegas do Norte se cheguem, já estamos mais próximos. Estamos na Amazônia.<br /><br />Gostaria de convidá-los a conhecer um pouco/muito dessa diversidade. Agradeço muito ao programa Conexão Vivo e ao Governo do Pará, que nos possibilitaram essa iniciativa, através da Lei Semear. Obrigado Kuru e toda a turma... Agradeço à Associação Comunitária Paraense de Rock - Pró Rock que me deu a oportunidade de coordenar esse projeto. Gláfira, Rui, Jayme, John, Flor, Azul, Mário, Joel, Vivian, Beatriz, Lucas, Raoni... (a lista é grande, enoooorme). <br /><br />Agradeço, enfim, a toda a equipe que juntamos ao longo desses meses todos... todos. Sou honrado por trabalhar ou ter trabalhado ao lado de todos vocês. Felizmente nós vamos ter a oportunidade de nomear cada um deles ao longo dos meses através do nosso twitter e do nosso facebook... e na seção institucional do portal. <br /><br />Agradeço ao Sebrae-PA pela oportunidade de, através do projeto Pará Pró Música, travar contato com as técnicas, competências e conhecer as pessoas que com suas vivências e experiências nos passaram conhecimentos, ideias, criticas... Tudo colaborou para isso, e espero que a nossa equipe tenha chegado à altura desse desafio. Se tiver bom, a culpa é nossa! Se tiver mais ou menos, a responsabilidade é toda minha. Mas muito disso depende dos nossos músicos, intérpretes e compositores, então, penso que estamos em boas mãos. <br /><br />Obrigado à Libra Design, que trabalhou em cima do gênio das logomarcas e dos layouts incríveis do rock e da música. Nunca ninguém traduziu tão bem em imagens os conceitos e os desafios que nos impusemos desses anos. Obrigado John Bogea, o que é teu estará assegurado sempre. <br /><br />Agradeço até a quem torceu contra, pois isso nunca nos deixou desmotivar. Ao contrário, só nos deu a certeza de que estávamos no caminho certo e que precisávamos corrigir rumos, repensar, reconsiderar... Muito obrigado a Ná Figueredo! Por tudo. Pessoa absolutamente admirável. Sensacional compartilhar isso com essa pessoa maravilhosa!<br /><br />Enfim, desculpem a todos que não pude citar nominalmente... todos os colegas de música, parceiros de bandas, de fórum, família, filhas, colegas de rua etc. Eu perdi uma banda incrível no meio do caminho (vocês vão conhecer, se ainda não conhecem), perdi horas preciosas ao lado das minhas filhas, um delas recém chegada ao mundo. Mas valeu a pena. Sempre valerá, afinal a música me salvou. Obrigado Gil.<br /><br />Espalhem a notícia, usem essa ferramenta, mandem releases, notícias, todos os seus contatos, endereços eletrônicos, rider e mapa de palco... telefone do empresário, produtor ou seu mesmo... Vamos anunciar bem cuidadosamente todas as ferramentas de que dispomos no portal em breve. <br /><br />Por enquanto, eu vos peço apenas um pouco mais de... paciência e que acessem este hotsite: <a href="http://www.paramusica.com.br">http://www.paramusica.com.br</a> e veja o eflyer que segue em anexo! <br />Divulguem, repassem aos colegas, amigos...<br /><br />Siga <a href="http://twitter.com/paramusica">@paramusica</a> no Twitter. Facebook: <a href="http://www.facebook.com/profile.php?id=100002518160959">http://www.facebook.com/profile.php?id=100002518160959 </a><br /><br />E-mail: contato@paramusica.com.br <br /><br />Em breve divulgaremos a data exata do lançamento em agosto. <br /><br />Desculpem por tomar o precioso tempo de vocês, em breve teremos mais. O trabalho está só começando. <br /><br />Atenciosamente, <br /><br />Nicolau AmadorNicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-21266302285218833912011-06-10T13:06:00.000-07:002011-06-10T14:11:30.764-07:00Daime Soul: A alma musical da Amazônia<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhV6I4tJRU_AFOpAfP6HjwNqCIdx-nXii1Vw6ZaM45phT69wsumg5QBTdNr0DFSYJpEUYrF5wIvQ2eMS6Mel7gvhzOLeQWdGdC4Rjr_F_voPaoLHfMQZ6VCyHD5F9rK-4Ya4iWbOzzai485/s1600/magrus+e+adriana.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 254px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhV6I4tJRU_AFOpAfP6HjwNqCIdx-nXii1Vw6ZaM45phT69wsumg5QBTdNr0DFSYJpEUYrF5wIvQ2eMS6Mel7gvhzOLeQWdGdC4Rjr_F_voPaoLHfMQZ6VCyHD5F9rK-4Ya4iWbOzzai485/s400/magrus+e+adriana.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5616698694650669186" /></a><br />Uma brisa de praia invade as narinas com cheiro de mar e de mangue. Um ritmo caribenho embala as melodias de índio e de negro; a soul music, o reggae, o jazz e a música pop brasileira se confundem como numa festa à beira do mar do Marajó, sob a influência do Rio Amazonas e dos americanos de todo canto da América, trazendo em sua bagagem o mundo, que chegam para confraternizar. Assim é o estilo Amazon Words Music de “Daime Soul Vol. 01”, disco e projeto do instrumentista Magrus Borges e da cantora Adriana Cavalcante, que chega a público através do selo Na Music com patrocínio do <a href="http://conexaovivo.com.br/">Conexão Vivo</a>. <br /><br />Paraense de Belém, Adriana começou a tocar piano aos oito anos e a cantar aos 19. Até 2002 integrou Batom Carmim e Tempero da Tribo, bandas de charme e influências latinas. Depois, seguiu como atriz e fez carreira solo, excursionando e cantando pelo Brasil e pela América Latina, tendo morado na Argentina e no Caribe. Em 2009, foi “descoberta” pela americana Kristina Borges, mulher de Magrus, num bar em Belém do Pará. Kristina a apresentou ao marido e aí teve início o projeto Daime Soul.<br /><br />Durante dois anos, Magrus e Adriana reuniram-se no estúdio dele em Belém para compor e gravar. Adriana trouxe as letras e as “encaixou” nas músicas e melodias de Magrus, que fez também a produção musical do projeto, tocando bateria, percussão e programando vários instrumentos. “Adriana trouxe alma para o projeto musical que eu queria realizar naquele momento. Nós ficávamos até seis da amanhã bebendo vinho e compondo”, explica Magrus. <br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5udjkNamdosuBTOK84c8jyf7_7pDRX8QtWQGVYvUooblU2dSF_jlTf_GXMbtBeOC3mEm54NByjR-5QZj0WsBZlT2rJW5Od_j6JzzQX2r96W12rAGP_Si-qifGtgyZLf6D7MZL364Q0T5Y/s1600/magrus+01+na.JPG"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 266px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5udjkNamdosuBTOK84c8jyf7_7pDRX8QtWQGVYvUooblU2dSF_jlTf_GXMbtBeOC3mEm54NByjR-5QZj0WsBZlT2rJW5Od_j6JzzQX2r96W12rAGP_Si-qifGtgyZLf6D7MZL364Q0T5Y/s400/magrus+01+na.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5616699860646940978" /></a><br /><br />Magrus começou sua vida musical em Belém na década de 1970, tocando na Casa da Juventude (Caju), onde formou o Sol do Meio Dia com os músicos paraense Odorico, Rafael Lima, Minni Paulo e Zé Macedo – uma banda que influenciou gerações em Belém. Sua vida mudou radicalmente quando Johny Alf, um dos bambas da Bossa Nova, chegou na cidade e o baterista dele ficou doente. “Alguém me recomendou para tocar bateria com ele e foi uma coisa mágica porque eu já queria sair e ganhar o mundo”, explica.<br /><br />Aos 15 anos de idade, Antonio Guilherme Borges praticamente fugiu de casa para tocar bateria com Johny Alf. Morou em São Paulo e Rio de Janeiro e tocou também com Maria Bethania, Caetano Veloso, Elza Soares e Luiz Melodia, entre outros. Depois foi estudar música nos EUA, onde também tocou com Grace Jones, Shakira e Larry Coryell. Morou na Califórnia, Miami e Nova York, onde tocou com Jimmy Page, Arthur Lindsay e montou uma banda de rock, o Tall Stories. “Gravei e lancei discos com essa banda, mas não queria só tocar rock, queria tocar outras coisas, adoro jazz e blues."<br /><br />Em Daime Soul, Magrus potencializou a musicalidade sensível de Adriana com uma produção sofisticada, que inclui ainda várias participações especiais, como do guitarrista Mark Lambert, do contrabaixista MG Calibre, Trio Manari, Daniel Delatuche e Fabrício Cavalcante. “O Magrus tem, pela experiência dele, a capacidade de fazer música com propriedade pop, sendo comercial sem perder a alma, sem deixa de ser de bom gosto e de qualidade”, comenta Adriana, acertando em cheio. <br /><br />Daimista, Adriana diz que usou a influência de sua espiritualidade e da gente de todo mundo que chegou em Belém em 2009 para o Fórum Social Mundial no trabalho. “<em>People</em>, faixa que abre o disco é cantada em inglês, espanhol e português por causa disso. Traz essa influência do mundo, das minhas andanças”, afirma. A intenção "global" também é defendida por Magrus: "Nós fizemos esse disco para o mundo." <br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_1VWXFmrIFHdOXroIDJUdYaGBNUQ5AJQqa33gZaD3cC5bX9Wgz5_xE5CECkXtxwoHLSqRqnjx6cjrvbJb0PtxOec_QB5gaGFwm8cB5qxAmAzjl2BHERS8PhAr8QM2NZ_pQXIiCMf2ySO7/s1600/adriana+01+na.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 266px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_1VWXFmrIFHdOXroIDJUdYaGBNUQ5AJQqa33gZaD3cC5bX9Wgz5_xE5CECkXtxwoHLSqRqnjx6cjrvbJb0PtxOec_QB5gaGFwm8cB5qxAmAzjl2BHERS8PhAr8QM2NZ_pQXIiCMf2ySO7/s400/adriana+01+na.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5616701105919873474" /></a><br /><br />Na segunda faixa, “Amazônia Caribenha” fica mais evidente a influência da música latina no disco. “Canta pra subir” usa a percussão do Trio Manari para compor um canto afro em que Adriana “pede licença” para cantar. De audição fácil, depois de escutar esta canção duas vezes você vai querer ouvi-la muitas outras. Sempre com o viés da espiritualidade e das boas vibrações, “Belo Monte”, entre tantas outras influências, usa a levada tribal da Amazônia para incrementar um protesto sem rancor. É Magroove em ação, como a cantora Grace Jones apelidou o músico paraense.<br /><br />“I can feel your Love” traz o ritmo e as boas vibrações do reggae, evidenciando a melhor influência de Bob Marley sobre o trabalho de Adriana. MG Calibre, faz as vezes de rap na canção. Em “Mundo dá volta”, uma das mais pegajosas, no bom sentido, a levada da capoeira é que é homenageada trazendo os ensinamentos dessa arte marcial afro brasileira, com uma justa referência a Gilberto Gil. <br /><br />A cada faixa, as influências dos ritmos e cantos dos povos que ajudaram a formar a cultura amazônica, vão se misturando e se evidenciando para compor um canto de alcance global. A latinidade (em ritmo e linguagem) volta em “Santo Daime” para falar de expansão sensorial e espiritual com um toque psicodélico, mas ainda sem perder a veia pop. <br /><br />Ainda que o jazz também venha se insinuando em outras faixas, é em “Rain on me”, que encerra o disco, que Magrus evidencia uma de suas maiores paixões. Fabrício Cavalcante, irmão de Adriana, toca guitarra e o arranjo, também de verve latina, ainda privilegia o bom gosto com os metais de Daniel Delatuche e Josibias Ribeiro. E quando o disco acaba, na oitava faixa, não resta outra coisa senão escutá-lo de novo. <br /><br /><br /><em>Fotos: Na Figueredo</em><br /><em>*Edição integral do texto publicado originalmente em <a href="http://www.orm.com.br/projetos/oliberal/interna/default.asp?modulo=248&codigo=532822">O Liberal</a> do dia 17 de maio de 2011</em>Nicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-10838852013634226412011-04-30T19:55:00.000-07:002011-05-02T18:11:03.311-07:00Já princesa<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtPLc6COFSgDgeaxBkGQAKJulYWUZ86H0IjeC6h1rVNA0aKp2kQYGqUPmCga0VDskVoDyu91JycTh48p7VdFldoaIlKDKMUQWVNjYR0CemkYX_rNcMQdiTC098uhdjsOrT_6vy-D-AF8Wv/s1600/Lu%25C3%25AA+30-04_Bruno+Cantu%25C3%25A1ria2.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 300px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtPLc6COFSgDgeaxBkGQAKJulYWUZ86H0IjeC6h1rVNA0aKp2kQYGqUPmCga0VDskVoDyu91JycTh48p7VdFldoaIlKDKMUQWVNjYR0CemkYX_rNcMQdiTC098uhdjsOrT_6vy-D-AF8Wv/s400/Lu%25C3%25AA+30-04_Bruno+Cantu%25C3%25A1ria2.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5601772963197918898" /></a>“Tu já rainha” o show que Luê Soares apresentou ontem no SESC Boulevard traz um diálogo de gerações que marca talvez o momento anterior ao despertar da carreira da jovem cantora. Luê começou a cantar há pouquíssimo tempo, no entanto, já consta na programação do Terruá Pará, o projeto de maior visibilidade do Governo do Pará pelos próximos quatros anos. Luê merece. Quem a visse cantar ontem no SESC não diria que ela começou há poucos meses. <br /><br />Bela, sensual, afinada e extremamente competente, ela tem na figura do pai, Júnior Soares, do Arraial do Pavulagem, mais do que um padrinho de carreira, um preceptor na música. Foi na fonte dele, não resta dúvida, que ela bebeu para tocar rabeca e entoar cantos de lamento e baladas do mais tradicional cancioneiro popular. <br /><br />E não resta duvida, na presença de Júnior no palco da filha, que o carinho e o afeto transbordam nas canções e nos gestos manifestos públicos de um amor incondicionado. “Tu Já Rainha”, explica a cantora, não é porque ela “se acha” mas se trata de uma canção “profética”, segundo o pai, que ele fez quando ela ainda era um bebê. <br /><br />Mas Luê já não é mais um bebê. Tem uma voz potente, um corpo que a deixa sem graça quando o vestido deixa mostrar mais do que deve, e desenvoltura pra dançar e descer do salto quando acha que o público merece. Enfim, Nayá (o segundo nome ficou de fora do nome artístico, provavelmente para privilegiar o sobrenome ilustre de família) tem potencial e talentos incomuns para a música tradicional popular e aponta a música pop. <br /><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_YqWjg4L2r8845LorV3G6_PzY9QAMcDOVPh_gcNXehVjkH7GlDl8rG2D7QHLLBF8TAIXoK3zOPuCAyjttYHuE5bz7_-yHQPHpKJtWlTIF9RAUqyQtaeU9FYu6AeaXvC0TgJUD-QgOvLS8/s1600/Lu%25C3%25AA+30-04_Bruno+Cantu%25C3%25A1ria.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 264px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_YqWjg4L2r8845LorV3G6_PzY9QAMcDOVPh_gcNXehVjkH7GlDl8rG2D7QHLLBF8TAIXoK3zOPuCAyjttYHuE5bz7_-yHQPHpKJtWlTIF9RAUqyQtaeU9FYu6AeaXvC0TgJUD-QgOvLS8/s400/Lu%25C3%25AA+30-04_Bruno+Cantu%25C3%25A1ria.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5601772679817169698" /></a>A presença de Júnior no palco serve, como ele mesmo demonstra, para tolher um pouco, talvez para segurar um pouco mais o passarinho antes que ele voe tão alto. Não fosse assim e talvez o repertório não tivesse tantas baladas, tantas toadas, mesmo estilizadas. Não estou revelando nenhum segredo. “Ela tem todo potencial para voar”, diz Junior em uma de suas interferências do show. <br /><br />O contraste de gerações ocorre logo em “Alumiará”, uma das baladas do pai em parceria com Ronaldo Silva que foi transformada em uma espécie de bossa nova. “Eu insisti na versão, ele não queria, mas no fim ele gostou”, diz. Junior torce o nariz como quem desaprova, mas ri e toca junto. Quando ela toca “Saara” com Arthur Espindola o gosto pelo mais moderno fica ainda mais evidente. <br /><br />Mas a fonte em que Luê bebeu tem o seu charme, e marca o seu diferencial. Por isso o repertório ta recheado de toadas e canções que também trazem raízes populares como “Festividade” e “Capitulador”, todas pontuadas pela sua rabeca, todas de inspiração bragantina, terra fértil.<br /><br />“Farois”, que encerra o show, traz um arranjo apimentado de música latina, e nessa hora fica a impressão de que poderia ter “esquentado” um pouco antes, a despeito do auditório muito confortável e bem refrigerado do SESC. O clima intimista teve até participação de Nilson Chaves na platéia, que opinou sobre uma ou outra versão. <br /><br />Além de Luê cantar muito bem e do timbre privilegiado, ela teve acompanhamento de músicos competentes como Renato Torres (guitarra), Rubens Stanislaw (contrabaixo), Rafael Barros (percussão) e o próprio Júnior Soares no violão de naylon. A sombra que Junior projeta é grande, mas não ofusca.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWIUMhXA_5vhyphenhyphenMEoxGhP0UIAgRazZrIC9pNJZxHvWCTJxXS1Tfg9GVz8viCfwBO4YvLLTXKP75DLogIL77YO3uF5jm2Z3lTw1LZ2micJI0HaliI3BTa9ec42JdJhOxe3uT89Mx0MrG5l3X/s1600/Lu%25C3%25AA+30-04_Bruno+Cantu%25C3%25A1ria3.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 285px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWIUMhXA_5vhyphenhyphenMEoxGhP0UIAgRazZrIC9pNJZxHvWCTJxXS1Tfg9GVz8viCfwBO4YvLLTXKP75DLogIL77YO3uF5jm2Z3lTw1LZ2micJI0HaliI3BTa9ec42JdJhOxe3uT89Mx0MrG5l3X/s400/Lu%25C3%25AA+30-04_Bruno+Cantu%25C3%25A1ria3.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5601773552023588546" /></a><br />Talvez, e eu vou me dar o direito à dúvida, se Luê cedesse tão rápido às influências mais modernas, corresse o risco de ter sua voz grave comparada a uma dessas cantoras da média MPB, essas que tem grande técnica e talento mas que foram corrompidas pelo mercado e que já não suportamos ouvir de tanto que se expuseram, inclusive através de seus clones. Dessas que eu prefiro nem citar o nome para não ofuscar o brilho dessa jóia em processo final de lapidação. Ainda bem que ela respeita os mais velhos e tem ainda um preceptor de responsa.<br /><br />O pai,por sua vez, já mostrou, no Arraial do Pavulagem, que os ritmos tradicionais podem muito bem conviver com os elementos da música pop. Enfim, está muito bem instruída essa princesa. A lua diz amém. <br /><br /><br /><em>Fotos: Bruno Cantuária</em><br /><br />Set List - Tua Já Rainha<br /><br /><br />1 - Dunas da princesa<br />2 - Sei lá<br />3 - Alumiará<br />4 - Ave Manhã<br />5 - Nós dois<br />6 - Tu já rainha<br />7 - Capitulador<br />8 - Festividade<br />9 - Saara<br />10 - Tempo Invertido<br />11 - Campo do meio<br />12 - Delicadeza<br />13 - Sim<br />14 - FaróisNicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-33720212053589492182011-02-03T05:33:00.000-08:002011-02-03T18:31:41.577-08:00Punk Velho Reloaded<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGdiCCdk2FSsuW-9hNjNHVnUaDnZZlRV7GycMWxG9IC1a6lCHi8GUFZe5ftnte-BFXqtTTDN14vpZGICfaUjbHdSTHz8v7riQbzncW2BKcR4qaIXL8EZdE8093zwrQhztPWsd93TTVK-4L/s1600/flash+giobates+02+web.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 264px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGdiCCdk2FSsuW-9hNjNHVnUaDnZZlRV7GycMWxG9IC1a6lCHi8GUFZe5ftnte-BFXqtTTDN14vpZGICfaUjbHdSTHz8v7riQbzncW2BKcR4qaIXL8EZdE8093zwrQhztPWsd93TTVK-4L/s400/flash+giobates+02+web.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5569495683558338306" /></a><em>Especial Giovani Villacorta relembrando classicos punks locais vai ao ar sábado</em><br /><br />O guitarrista, vocalista e compositor punk Giovani Villacorta, atualmente no Norman Bates, recebe uma justa homenagem de Beto Fares e seu Balanço do Rock (No Twitter: @balancodorock). Giovani, que começou em 1988, na banda Ódio do Poder, depois integrou uma das formações mais consistentes da clássica Baby Loyds. Com Regi Cavalcante na bateria e Giovani nos vocais, o Baby Loyds fez apresentações matadoras nas duas primeiras edições do Rock 24 horas. Giovani ajudou a formatar o som do Norman Bates e representa a vertente mais clássica do punk rock paraense, aquela que evoca Coléra, Inocentes e Mercenárias além dos nomes mais obscuros da cena paulista. <br /><br />A homenagem consiste em uma apresentação ao vivo no estúdio Edgar Proença, da Radio Cultura FM, com uma banda base que reúne algumas feras do novo rock paraense e de gerações anteriores, como João (Sincera), Camillo Royale (Turbo, Eletrola), Eric Alvarenga (Aeroplano), Marreta (Ovo Goro) Jayme Katarro (Deliquentes) Sandro-K (Baby Loyds)e Claudio Figueiredo (Tribo). Ao final, a Norman Bates deve apresentar três ou quatro músicas. No repertório, "crássicos" como "Beirute Está Morta" (Insolencia Publika), "Almirante Bras" (Tribo), "Embriagados na Caverna" (Baby Loyds) e "Sampa Apodrecendo" (Norman Bates). <br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8FZdcUBMsw-tD8IRGqgOI16oBWckGVnbGF2sdYhVPAKfw1ODr6SDVz4UdpqFBbq8isjGYERg5HU9U6j3xIeQdaC7eZ_lW4e7O3vWxOgL5xgcZJnN6j5sDkJRKkKQioeZW8-8N3IPtlNM5/s1600/nb005.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 300px; height: 225px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8FZdcUBMsw-tD8IRGqgOI16oBWckGVnbGF2sdYhVPAKfw1ODr6SDVz4UdpqFBbq8isjGYERg5HU9U6j3xIeQdaC7eZ_lW4e7O3vWxOgL5xgcZJnN6j5sDkJRKkKQioeZW8-8N3IPtlNM5/s400/nb005.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5569494831742315042" /></a><br /><br />O convite de Beto Fares provocou um redrucescimento do punk clássico dos anos 80, que coincide com a vinda da banda Cólera a Belém. Depois de 30 anos, pela primeira vez a banda paulista chega por aqui no dia 19 de março, no Açaí Biruta, com abertura das bandas Delinquentes, Likor de Xorume e Nó Cego, clássicas bandas que fazem parte da história do punk em Belém, algo tão forte quando a tradição do heavy metal. <br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZnINlbrKUZs2nehI86osiJHgwVNEva-uFs8uMCGpVM2-xxuO6bLHrYZvdx6hNqwGAcQkLQijiF728alNefQOFzT_9gTW2SBM-mRVbI1TCT3pLM9DnYvyPWAlSrGbmKLyr5QX-fINXU-pu/s1600/colera+flyer+oficial.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 286px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZnINlbrKUZs2nehI86osiJHgwVNEva-uFs8uMCGpVM2-xxuO6bLHrYZvdx6hNqwGAcQkLQijiF728alNefQOFzT_9gTW2SBM-mRVbI1TCT3pLM9DnYvyPWAlSrGbmKLyr5QX-fINXU-pu/s400/colera+flyer+oficial.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5569495934685209890" /></a><em>Banda paulista Coléra toca em Belém pela primeira vez no dia 19 de março</em><br /><br />A produção é da Xaninhos Discos (No twitter: @xaninhodiscos) com patrocínio do Curso Exemplo, da loja For Fun Street Shop e apoio da Pro Rock, Música Paraense e Fabrika Studio, entre outros apoiadores. Káká, produtor do show, tocou na banda Derci Gonçalves e representa bem um novo momento da cena hardcore em Belém. Um momento para apresentar novamente as armas deste movimento cultural que vira e mexe se agita com mais força.Nicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-34727141711180766972011-01-29T11:26:00.000-08:002011-01-29T11:34:37.862-08:002011O ano de 2010 foi bom, mas me faltou tempo de fazer uma retrospectiva! Sempre achei que faltavam mais repórteres culturais na cidade. O ano de 2011 trouxe muitas mudanças de cenário e, como já tinha previsto do <a href="http://www.perguntaprodidi.ecleteca.com.br">Blog do Diego Fadul</a>, este blog tem os dias contatos. Vou me ater a ser apenas mais um repórter do cotidiano do rock e da música paraense, as analises mais profundas não cabem aqui, cabem notas e destaques. Em breve vou colavorar com os blogs da <a href="http://www.prorockblog.blogspot.com">Pro Rock </a>e com o Portal Música Pará, projeto patrocinado pela Conexão Vivo. Aguardem as novidades.Nicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-13105904039311037852010-12-24T08:12:00.000-08:002010-12-24T08:24:46.582-08:00Jingle Hell VIII<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7QIZGT82gL5c7tGl6PARqw_NvMJhatH0RqMBLHVSg-7McHPBU_e-ZHBzwlvEPFe1ZBFbovs6AHvDrgZtWXVM6tCQfNpbGQiI9kztO8iO3IbX0100n3b4Bqmk_m4fatAkarkdf7MRgmWmQ/s1600/jingle_hell_testeira01.png"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 171px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7QIZGT82gL5c7tGl6PARqw_NvMJhatH0RqMBLHVSg-7McHPBU_e-ZHBzwlvEPFe1ZBFbovs6AHvDrgZtWXVM6tCQfNpbGQiI9kztO8iO3IbX0100n3b4Bqmk_m4fatAkarkdf7MRgmWmQ/s400/jingle_hell_testeira01.png" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5554284596571636994" /></a><br /><br /><em>A banda Presidente Elvis já ensaio na minha casa, mas eu não tive como acompanhar o ensaio. Pelo que reza a lenda, a banda, que tem Gustavo Rodrigues nos vocais e Marcelo Damaso na guitarra (alguns dos fundadores da Dançum Se Rasgum Produciones), só toca na noite de Natal, uma vez a cada ano já tem um tempo. Como faz tempo que não encaro baladas natalinas, acho que vi dois shows da banda. Os repertórios são sempre bacanas porque a rapaziada tem ótimo gosto musical e estão sempre atualizados, inclusive com o que há de mais clássico no rock. Dudu Feijó é um guitarrista esmerado nos timbres e nas efeitos e, como toda banda que toca pouco, tem sempre, nessas apresentações, a chance de torná-las únicas. Sendo assim, creio que é uma noite merecidamente concorrida. Confira o release que me chegou por email: </em><br /><br /><strong>Jingle Hell VIII</strong><br /><br />A festa em que Papai Noel perdeu as botas, está volta ao Café com Arte no dia 24 de dezembro, pós-ceia, com a apresentação da banda Presidente Elvis e DJs espalhados pelos quatros cantos do Café com Arte<br />A oitava edição do natal mais roqueiro de Belém está de volta ao Café com Arte. O Jingle Hell VIII não brinca muito de inovação, pelo contrário, se mantém cada vez mais fiel às tradições natalinas e retorna ao lugar em que foi concebido. Dia 24 de dezembro, depois da ceia natalina é hora de se divertir na Jingle Hell VIII, a festa onde o Papai Noel perdeu as botas, a dignidade, o respeitos com as renas e esqueceu onde estacionou o trenó.<br />No palco, a banda Presidente Elvis, formada pelos fundadores da Se Rasgum, que uma vez por ano atacam de roqueiros tocando as mesmas músicas de sempre, mas se esforçando pra parecer que é um show novo. Além das clássicas versões para músicas de The Clash, Talking Heads, The Kinks, Beatles, Lynyrd Skynyrd, Pixies, Pavement, Roberto Carlos, Júpiter Maçã e T-Rex, a banda ainda traz no repertório novas versões de Elton John, Ultraje à Rigor, Graforréia Xilarmônica e mucho mas! Formada por Gustavo Rodrigues (voz), Dudu Feijó (guitarra), Raphael Pinheiro (baixo), Marcelo Damaso (guitarra) e Jean Louis Franco (bateria).<br />E na pista de cima, o retornos dos DJs amigos Aloizio & Natalia (indie rock), Flávio Proença (new rave) e Fernando Souza (90’s). No Porão, a diversão fica com os DJs Marcel Arede (rock, bagaceira e pop sem vergonha), Marcelo Papel (clássicos 70, 80 e 90) e a dupla Vandersexxx , de Marcos e Vinícius (indie, 90s etc.)<br />A rockada natalina começa a meia-noite, logo depois da ceia, da troca de presentes avacalhados, depois que as crianças dormirem e as tias forem pra casa “já com sono daquele vinhozinho”. <br /><br />SERVIÇO <br />Jingle Hell VIII <br />Banda: Presidente Elvis <br />DJ's: Aloizio e Natália, Marcel Arede, Flávio Proença, Fernando Souza, Marcelo Papel e Vandersexxx. <br />Local: Café com Arte (travessa Rui Barbosa, 1437) <br />Ingressos: 15 dinheiros até 1h / 20 dinheiros apósNicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-72356662131146506172010-12-23T07:01:00.000-08:002010-12-23T07:15:54.402-08:00Músicos definem novo rumo em Minas<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiezH_M-xZL-omhO4a1DwgB5hkFZ7qxehH2_Tp4oB1aL9tvfvQutZOsM3WP7BXEfdapIs4vZl_Vkza1Q4ZS90WCbr7TWwu2yvtZDaR14DBPU98OXV5Dgkyc1JMw9nmHrOySeCjZ-MjbjBIY/s1600/RMB+01.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiezH_M-xZL-omhO4a1DwgB5hkFZ7qxehH2_Tp4oB1aL9tvfvQutZOsM3WP7BXEfdapIs4vZl_Vkza1Q4ZS90WCbr7TWwu2yvtZDaR14DBPU98OXV5Dgkyc1JMw9nmHrOySeCjZ-MjbjBIY/s400/RMB+01.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5553895711093885186" /></a><em>Uma "banda" da RMB reunida em Minas Gerais, onde foi escrita a Carat de Belo Horizonte</em><br /><br />Um das coisas mais importantes que aconteceram na última Feira Música Brasil não esteve nos palcos, apesar dos ótimos shows que aconteceram em Belo Horizonte entre os dias 8 e 12 de dezembro. Otto, Andreas Kisser e uma turma boa de mineiros, Mestre Vieira, Iva Rothe e Pio Lobato e B Negão fizeram alguns dos ótimos shows que assisti por lá, mas quem foi à Feira para aprimorar-se pensando no futuro do negócio e da política cultural do país estava de olho mesmo em outra movimentação. <br /><br />Nesse sentido o grande momento foi a consolidação da Rede Música Brasil, uma entidade formada pelos principais agentes da cadeia produtiva da música brasileira hoje, principalmente aquela não diretamente ligada à grande indústria das multinacionais. Essa rede hoje é formada por 18 associações, fóruns e coletivos de amplitude nacional como Circuito Fora do Eixo, Associação de Rádios Públicas do Brasil (Arpub), Música Para Baixar (MPB), Associação Brasileira de Festivais Independentes (Abrafin), Fórum Nacional da Música (FNM) e Colegiado Setorial de Música (CSM), entre outras (veja lista completa abaixo da Carta de BH). <br /><br />No próximo dia 13 de janeiro, a RMB deve se reunir no Rio de Janeiro para a primeira reunião sem que tenha sido convocada pela Fundação Nacional das Artes (Funarte), órgão do Minc que tem gerenciado os investimentos públicos federais no setor. A RMB tem como objetivo principal nesse momento pautar a próxima Ministra da Cultura, Ana de Hollanda, das demandas do setor, aprimoradas e afinadas em uma semana de conversas e negociações durante a Feira Música Brasil. <br /><br />Resultados práticos da FMB 2010 foram a escolha da executiva nacional do FNM, que saiu reestruturado depois de várias manifestações críticas e muito criticadas dentro da rede, que alegava não ter o FNM um direcionamento coeso de suas proposições. Isso acontece (ou acontecia) porque o FNM reúne músicos de todo o país, que passaram a debater depois da convocação da câmara setorial de música em 2005 pela Funarte, quando esta fundação tinha a frente do Centro de Música exatamente a futura ministra Ana de Hollanda. <br /><br />Fazem parte da nova Executiva Nacional do Fórum Nacional de Música, eleita em Belo Horizonte, Makely Ka (MG), Naldinho (AL), Du Oliveira (GO), a paraense Gláfira Lobo, representando a região Norte, e o músico e pesquisador paranaense Téo Ruiz, que coordena a comitiva e terá a responsabilidade de conduzir as negociações e conversas do FNM com o novo ministério. <br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiymBBDKJEOosRlmSSP11_cj7Sdl0DQzTHUH4do70tdZFcy51sXBWfpzTU4U2IQZO8iaIqbhBSQ5cF6cR_b63yQ7YVLRYLfNNb5MkDfz26oHOpQcEkLHu0B2lc-rr9IHXdk8GyKQX6temOu/s1600/RMB+02.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 293px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiymBBDKJEOosRlmSSP11_cj7Sdl0DQzTHUH4do70tdZFcy51sXBWfpzTU4U2IQZO8iaIqbhBSQ5cF6cR_b63yQ7YVLRYLfNNb5MkDfz26oHOpQcEkLHu0B2lc-rr9IHXdk8GyKQX6temOu/s400/RMB+02.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5553896007278662386" /></a><em>Outra banda da RMB, representantes da Arpub, Federação das Cooperativas de Música, MPB e CFE</em><br /><br />Durante a última reunião da RMB, em BH, a Abrafin também anunciou a próxima nova diretoria da entidade. Fabrício Nobre, dos festivais Bananada e Goiânia Noise, atual presidente, e Pablo Capilé, coordenador do Calango, atual vice-presidente, deverão ser substituídos por Tales Lopes, do coletivo mineiro Goma, e Ivan Ferraro, da Feira da Música de Fortaleza. <br /><br />Outra diretriz importante tirada da RMB, foi da reunião do Circuito Fora do Eixo com a delegação Norte, que integra tanto o CFE quanto o FNM. As duas entidades, que ocupam também o Colegiado Setorial de Música e andaram se estranhando nas listas e fóruns on line, fizeram um pacto de não agressão e de cooperação que deve evoluir, segundo Pablo Capilé, para uma pauta mais efetiva das questões amazônicas dentro da RMB. <br /><br />Esse foi sem dúvida um momento de suma importância para a nova música brasileira. Seus frutos serão provados e aprovados em breve. E o Pará e região Norte esteve bastante representando nele. Veja mais detalhes no blog da<a href="http://prorockblog.blogspot.com/2010/12/o-para-vai-feira.html"> Pro Rock.</a><br /><br />Segue abaixo o texto integral da Carta de Belo Horizonte. <br /><br /><strong>CARTA DE BELO HORIZONTE</strong><br />Reunidos em Belo Horizonte, durante a III Feira Música Brasil 2010, as entidades componentes do Conselho da Rede Música Brasil, principal interlocutor hoje do segmento da música brasileira com o poder público, reconhecem que houve muitos avanços, nos últimos 04 anos, em busca da consolidação de uma política pública estruturada e estruturante para o setor.<br />A Carta do Recife, em dezembro do ano passado, foi um marco neste sentido, quando sociedade civil e governos se uniram na busca das soluções para os diversos gargalos da cadeia da música. Reconhecendo que muito foi feito, mas que ainda falta muito a conquistar, elaboramos hoje uma pauta que é a expressão do que pensam e reivindicam as principais entidades deste Conselho.<br /><br />10 PONTOS FUNDAMENTAIS PARA UMA POLÍTICA PERMANENTE PARA A MÚSICA NO BRASIL<br /> <br />1- Agência <br />A Criação da ANM - Agência Nacional da Música continua sendo um ponto fundamental para que este desenho possa se materializar numa política de Estado.<br /><br />2- Fomento<br />Consolidar e ampliar o Fundo Setorial da Música integrado ao Fundo Nacional de Cultura. Lutar pela plena aprovação e posterior implementação do Pró-Cultura e participação efetiva na regulamentação do Fundo Setorial da Música;<br /><br />3- Marcos Regulatórios <br />Estabelecer um novo marco regulatório trabalhista e previdenciário e desonerar a carga tributária para o setor criativo e produtivo da música.<br /><br />4- Direito Autoral <br />Após encerrada a consulta pública, avançar na revisão da Lei de Direito Autoral e trabalhar pela sua aprovação.<br /><br />5- Formação<br />Regulamentar imediatamente a Lei 11.769/2008 que institui a obrigatoriedade do ensino de música nas escolas e dar continuidade em todas as macro-regiões aos seminários de discussão sobre a sua implementação.<br /><br />6- Mapeamento<br />Promover o mapeamento amplo e imediato de toda a cadeia criativa e produtiva da música. Incluir o setor da música na matriz insumo-produto utilizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).<br /><br />7- Comunicação<br />Garantir a execução da diversidade da música brasileira nos meios de comunicação e fortalecer as redes de emissoras públicas, comunitárias e livres, como canais de divulgação da música brasileira. Criação e fortalecimento dos conselhos de comunicação nas três esferas governamentais;<br /><br />8- Redes<br />Estimular e fomentar a formação e organização de redes associativas no campo da música, pautadas nos princípios da economia solidária. Atribuir á Feira Música Brasil e as Feiras Regionais de Música papel crucial na interligação entre as diferentes redes, incluindo os parceiros internacionais, o mercado e as instituições.<br /><br />9- Circulação<br />Consolidar, fortalecer e fomentar ações de circulação através das redes de festivais, feiras, casas e espaços de apresentações musicais em sua diversidade. Criar mecanismos que assegurem divulgação, acesso do público aos espetáculos e formação de plateias. <br /><br />10 - Exportação<br />Criar um escritório de exportação da música brasileira para fomentar às ações existentes, assim como regulamentar os mecanismos legais para a exportação.<br /><br />O CONSELHO DA REDE MÚSICA BRASIL É COMPOSTO PELAS SEGUINTES ENTIDADES: <br /><br /><em>ARPUB, <br />ABEART, <br />Academia Brasileira de Música<br />ABRAFIN, <br />ABEM, (editoras de música)<br />ABEM, (ensino de música)<br />ABPD, <br />ABMI, <br />Circuito Fora do Eixo, <br />CUFA, <br />MPBaixar, <br />Fórum Nacional da Música, <br />Federação das Cooperativas de Músicos, <br />Casas Associadas, <br />BM&A, <br />Fenamusi <br />UBEM<br />Colegiado Setorial de Música</em>Nicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-46084911568846077002010-12-13T13:32:00.000-08:002010-12-13T13:42:57.161-08:00Sistema nervoso central<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizONztRrSHR3m-0PpgeZOzI7JjFok5wq6Ur0VJEHzLsTjLE3UypVBwpl-HmjAIMcbokVY6Y_fRKUYSY5xldMZFfE3KfCa1Z2qtYVkNRSJ90Nazg3ARy8jNq_d4ndDIAp5SpxvQOuRJFQQ_/s1600/feto.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 315px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizONztRrSHR3m-0PpgeZOzI7JjFok5wq6Ur0VJEHzLsTjLE3UypVBwpl-HmjAIMcbokVY6Y_fRKUYSY5xldMZFfE3KfCa1Z2qtYVkNRSJ90Nazg3ARy8jNq_d4ndDIAp5SpxvQOuRJFQQ_/s400/feto.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5550283308267105538" /></a><em>A máquina perfeita. Era proibido fotografar, mas a pirataria é como o cancer. Quando menos você espera, ela se manifesta. </em><br /><br />Por Elielton Amador<br /><br />Num único momento de distração dentro da longa semana que passei em BH, discutindo, reunindo e fazendo negócios na Feira Música Brasil, fui ao Shopping Boulevard ver a exposição sobre o corpo humano que roda o mundo. Era uma oportunidade rara e meu amigo João de Deus queria vê-la. Ocuparia não mais que duas horas da nossa manhã e seria um importante instrumento de conhecimento geral, que, segundo ele, sabiamente, é importante para o desenvolvimento de qualquer profissional.<br /><br />Lá fomos nós para a exposição. R$ 40, suados, para ver corpos dissecados, cérebros expostos em tridimensão, alguns com marcas de hemorragias de AVC, pulmões negros consumidos pelo tabaco, e as várias fases de desenvolvimento de um embrião a feto. Além de ter os sistemas orgânicos todos muito bem explanados e compreendidos dentro de uma engrenagem perfeita. Sim, aquele clichê médico de que o corpo humano é um organismo perfeito está valendo.<br /><br />A vida de hoje, com toda a tecnologia e toda a intricada rede de relacionamentos humanos, acaba por nos fazer esquecer o básico: como funciona o nosso corpo. Saber como esse organismo funciona através da integração de sistemas de funções específicas para a manutenção do todo, nos ajudaria a preservá-lo melhor, saudável. <br /><br />A sensação, depois de passar pela exposição, é um misto de insegurança e de encantamento. A vontade que dá é de preservar aquele corpo o mais longe possível do câncer. Câncer que é a rebeldia das células para com o sistema do corpo. Elas parecem se negar a trabalhar para a manutenção do organismo. Muito provavelmente, são provocadas pelas agressões a que o próprio corpo é submetido. <br /><br />De forma um pouco lúdica, fico imaginando, com base na teoria evolucionista, em todos os milhões de anos que bactérias e células se constrangeram e se desentenderam até gerar vidas menos complexas e gradativamente evoluíram até vir a ser este organismo perfeito. <br /><br />Alguns crentes, que acreditam na inferência de Deus nesse processo, podem dizer que ele deu o sopro de vida que motivou a criação do homem à sua imagem e semelhança. Sendo assim, Deus poderia ser algo tão primitivo quanto todas essa unidades celulares, mas que, dentre elas, teve uma ideia brilhante de que se podiam se unir num único organismo, poderiam evoluir e crescer. E a sua própria imagem e semelhança lhe fez assim, cada vez mais nobre, forte e sábio diante de seus pares. Yes, we can, teria dito a célula mater.<br /><br />Esta é uma parábola absurda! Mas juro que foi mais ou menos assim, associando as idéias sobre o funcionamento do corpo humano, seus sistemas interdependentes (como sistema nervoso, sistema circulatório e sistema digestivo, integrados uns aos outros numa maquina capaz de quase tudo, inclusive de gerar outras vidas), que pensei a rede que se estabelece hoje em torno da música do Brasil. <br /><br />Em alguns momentos, nesse estágio mais primitivo, alguns quiseram alienar alguns dos pais dessa criança, que ainda nem saiu das fraldas, mas que agora começa a engatinhar de forma mais organizada. Consideremos seus sistemas interdependentes como as redes regionais e a rede central, que em analogia seria o nosso sistema nervoso. A gestão do MINC nesses anos teria a importância de um sopro quase divino em estimular a organização desses microorganismos, que hoje trabalham pela nova música brasileira. <br /><br />Com essa breve parábola cientifico filosófica, inauguro uma série de pequenos textos a respeito das ações e diretrizes tomadas durante a Feira Música Brasil 2010, realizada entre os dias 8 e 12 de dezembro em Belo Horizonte (MG). Em especial as travadas pela delegação paraense na Feira. Sejam bem-vindos!Nicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-46715380240959812962010-12-11T11:04:00.000-08:002010-12-11T11:42:28.178-08:00Guitarras empoeiradas<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9Y2AUbREDXHoasCXeeFiShEb1_yI0RXP6y7RhwaJbHmIZc1qX2Ey4ogZ-rbl8q1AkTXLEZJRWcsq38dYyb58Iflca0-oB5tBr225pDZtJ3u6X5XvXgyG-cIIWJDFolsv3GzLolHhbbpAB/s1600/Aeroplano+promo%252C+por+Jo%25C3%25A3o+%2527Sincera%2527+Lemos.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 268px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9Y2AUbREDXHoasCXeeFiShEb1_yI0RXP6y7RhwaJbHmIZc1qX2Ey4ogZ-rbl8q1AkTXLEZJRWcsq38dYyb58Iflca0-oB5tBr225pDZtJ3u6X5XvXgyG-cIIWJDFolsv3GzLolHhbbpAB/s400/Aeroplano+promo%252C+por+Jo%25C3%25A3o+%2527Sincera%2527+Lemos.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5549512213103539538" /></a>Banda aeroplano retorna do estúdio. Foto de João Sincera<br /><br />Neste momento estou na reunião da Rede Música Brasil, em Belo Horizonte (MG). Enquanto não consigo repassar todos os informes da rede, aproveito para bloggar um pouco sobre o lançamento do single "Estou bem mesmo sem você", da banda Aeroplano. Eu estava ansioso pelo lançamento. Ele está disponível para download a partir de hoje. <br /><br />Na minha opinião, a música título é uma das melhores canções pop da nova safra do rock paraense. Como diz Diego Fadul, no bom texto de apresentação do disco, o som amadureceu e ganhou uma definição. Centrado em alguma nostalgia e no relato de relações desgastadas, as letras definem alguns dos temas existenciais mais latentes nas relações humanas. Timbres vintage e guitarras "empoeiradas" são as marcas sonoras do single, que traz ainda duas músicas: "Para você, solidão" e "Vermelho que é rosa", músicas densas e arrastadas que lembraram alguns momentos do Radiohead e outras bandas indies nessa linha dos anos 1990. <br /><br />Mas "Estou bem mesmo sem você" é sem dúvida a música de trabalho. Radiofônica ela traz um arranjo de guitarra bem característico e versos tão simples quanto deve ser uma reflexão pop. Além das três faixas de mp3, o arquivo do single traz um release, fotos, encarte, capa e papel de parede, formando um material visual bem interessante. <br /><br />Primeiro single do disco Voyage (Doutromundo Discos), o lançamento é uma parceria entre os selos virtuais Senhor F e Doutromundo Digital. A Aeroplano foi formada em 2006 pelos músicos Eric Alvarenga (voz e guitarra), Diego Fadul (guitarra), Bruno Almeida (baixo e backing vocal) e Felipe Dantas (bateria e backing vocal). Na discografia estão um EP (Aeroplano. 2006) e um CD demo (Solidão, pra você. 2007), ambos lançados pela Ná Records. <br /><br />A produção musical é de Gustavo Vazquez (Macaco Bong, Black Drawing Chalks, MQN, Violins, entre outros) e o lançamento é o primeiro físico do selo Doutromundo Discos, que lançou anteriormente em plataforma digital as bandas Johny Rockstar, Plug Ventura e Superjack, e em 2011 lançará o novo do Madame Saatan.<br /><br />Baixe agora:<br />www.senhorf.com.br<br />www.doutromundo.com.br<br />www.musicaparaense.orgNicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-10827419089036148742010-11-19T20:32:00.000-08:002010-11-19T20:38:20.283-08:00Stigma faz Zoe Feliz<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPpXPxxTgbI58NYAoyJXP0juz87466XSyJ9-Bpg0Re6h2iT6tp7Q6XHKqdn_DzaFGmxIMD8BrS-Jao-4QKWdmDVM5QnbJj3SUumZD8Fvq4K9KZ8UCykdM3YuC3NKtmNfZi0QadAiieEsK5/s1600/zoefeliz-01.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 283px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPpXPxxTgbI58NYAoyJXP0juz87466XSyJ9-Bpg0Re6h2iT6tp7Q6XHKqdn_DzaFGmxIMD8BrS-Jao-4QKWdmDVM5QnbJj3SUumZD8Fvq4K9KZ8UCykdM3YuC3NKtmNfZi0QadAiieEsK5/s400/zoefeliz-01.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5541485816024442866" /></a><br />Zoe tem poucos anos de idade e é filha e Iza e de Ivan. Ela precisa ser submetida a uma cirurgia complexa e cara para reconstruir um osso da perna e poder ter uma vida saudável e confortável. Os pais de Zoe foram, respectivamente, vocalista e guitarrista de uma das bandas paraenses mais legais da década de 1990, daquelas influenciadas por aquele som que misto de punk e hard rock. Há anos sem tocar, o Stigma vai se reunir novamente no próximo domingo para o que seus integrantes estão anunciando como a última apresentação da banda. É por um bom motivo, o show faz parte da campanha "Zoe Feliz" e vai arrecadar dinheiro para a cirurgia dela. O show vai ser no Studio Pub e vai reunir ainda as bandas Turbo, Kisen, Johny Rockstar, Dharma Burns e Tio Nelson. Participe e ajude a fazer a Zoe feliz.Nicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-71946196153158405802010-11-18T03:05:00.000-08:002010-11-18T03:10:01.506-08:00Avant Premier Bodas de Ouro<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikfe-NVTEGrFF5XkvX6wFgVFludxmMdZM4R5TW0495tSqq_ZXvlfmouX98Z2iG2svVqs7oc_iR8tIyv9lXXSDG3QOxA3GOVaelBcNc5WuJyLFiCQdPkimMJkTsLZxAWm8GWB_4mTPJZ4qD/s1600/Cartaz_virtual_Bodas.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 283px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikfe-NVTEGrFF5XkvX6wFgVFludxmMdZM4R5TW0495tSqq_ZXvlfmouX98Z2iG2svVqs7oc_iR8tIyv9lXXSDG3QOxA3GOVaelBcNc5WuJyLFiCQdPkimMJkTsLZxAWm8GWB_4mTPJZ4qD/s400/Cartaz_virtual_Bodas.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5540844755243146738" /></a><br />É hoje a primeira exibição do especial "Trilogia Punk" com as bandas Deliquentes, Norman Bates e Rennegados. Vai ser numa fetinha VIP no Café com Arte.Saiba mais sobre a festa no <a href="http://www.prorockblog.blogspot.com/">Blog da Pro Rock</a>. <br /><br />Eveja aqui o teaser preparado pelo pessoal do Programa Invasão, tendo a frente Robson Fonseca:<br /><br /><iframe width="425" height="344" src="http://www.youtube.com/embed/WhD3OMZNDe8?fs=1" frameborder="0"></iframe>Nicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907031591382386209.post-41742749517312437412010-11-15T12:01:00.000-08:002010-11-15T12:01:04.813-08:00Se Rasgum: Terceiro dia na pressão sonora<object style="background-image:url(http://i2.ytimg.com/vi/AEticECNr14/hqdefault.jpg)" width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/AEticECNr14?fs=1&hl=pt_BR"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/AEticECNr14?fs=1&hl=pt_BR" width="425" height="344" allowScriptAccess="never" allowFullScreen="true" wmode="transparent" type="application/x-shockwave-flash"></embed></object>Perfomance de Pio Lobato e Juliana Sinimbu<br /><br />Domingo é dia de rock no Se Rasgum. E de ska, ragga, dub e hardcore. O terceiro dia do festival teve performances memoráveis das melhores bandas de rock paraense e grandes atrações de fora. A noite começou com o projeto instrumental Secreto Macacos que impressionou o grande público que já presente ao festival. Depois teve a banda Paris Rock (PA) escolhida nas seletivas realizadas nos meses anteriores ao festival. <br /><br />O rapper Bruno B.O foi o primeiro artista a começar a elevar a temperatura do ambiente. Ele se juntou a músicos que fizeram parte da sua carreira, inclusive a banda Carmina Burana, que viveu seu auge nos anos 1990, para fazer um show pesado e agressivo que misturou rock e rap. <br /><br />No palco principal, logo em seguida, os também paraenses dos Delinqüentes fizeram uma das melhores performances da noite, com direito a pulos do vocalista Jayme Neto sobre a platéia e invasão de palco. Os mineiros do Graveola e o Lixo Polifônico baixaram a temperatura mas mostraram um som atraente aos ouvidos do público paraense – Pelo menos foi o que o Beto Fares contou. <br /><br />O MC paulista Emicida, que desponta entre as celebridades emergentes do hip hop nacional, fez uma grande performance acompanhado apenas do DJ. E o guitarrista paraense Pio Lobato proporcionou momentos de deleite com as participações das musas Iva Rothe, Juliana Sinimbu e Sammliz, vocalista da Madame Saatan. <br /><br />Na sequencia, pela primeira vez juntos no palco, o guitarrista da Legião Urbana, Dado Villa-Lobos, encontrou os acreanos dos Los Porongas e relembrou sucessos de Renato Russo como “Mais do Mesmo” e “Tempo Perdido”. <br /><br />Sem atrasos, o Madame Saatan subiu ao palco interno do Afrikan Bar e fez uma performance explosiva e intensa na participação de seu público e fã clube. A excessiva pressão sonora provocada pelo volume das guitarras do Madame foram substituídas pelo swing novaiorquino do grupo The Slackers, que misturou ska até com música brasileira, em bom português. <br /><br />The Slackers colocou o público paraense para dançar suave sem muita pressão de volume, como num grande baile. A noite terminou e o festival deixou saudade com a participação do grupo de dub e ragga Dubalizer, de São Paulo, que arrebatou quem ainda estava em pé e com disposição para dançar ao final do festival. <br /><br /><br /><br />Texto: Elielton Alves Amador*<br />Originalmente escrito para a Agencia Pará (www.agenciapara.com.br)Nicolau Amadorhttp://www.blogger.com/profile/15130421365616724720noreply@blogger.com0