sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Mundo redondo
Quem acompanhava o boom do rock paraense anos atrás deve ter ouvido falar de um quase boicote à banda Madame Saatan por parte das Organizações Romulo Maiorana. O motivo era simples: a família tradicional católica não gostava do nome da banda, que lembrava o coisaruim, o capiroto, como diria o meu amigo Tylon. Nada como um "choque de capitalismo", para usar uma expressão zumbi do meu quase amigo Vladimir Cunha, para enterrar crendices e superstições diante da crise financeira. A larga divulgação do show do Madame nos veículos da ORM nada tem a ver com religão, a não ser a religião do Capital. Uma das bandas mais hypadas da cena independente no ano passado, Madame Saatan colhe os frutos do seu investimento e deve lotar o Afrikan Bar com sua legião de adolescentes diabos, que se torna cada vez maior diante da falta de opções culturais e artísticas que falem a sua língua na cidade. A proliferação de micaretas, botequins de pagodes e quejandos começa a chegar no seu limite. Finalmente a massa de exluídos musicais começa a tornar o negócio do rock economicamente viável na cidade? Certamente é cedo demais para tal afirmação. Mas que pelo menos torne a noite de Belém mais eclética e menos monocultural. Que venha 2009. Ah, já chegou né?! Feliz ano novo, então!
Eu lembro exatamente desse quase boicote ou boicote mesmo, até pq eles não tocaram nesse evento. Foi algo gritante, pra quem tava acompanhando a votação, foi revoltante.
ResponderExcluirMas o mundo dá voltas e na noite do dia 17 de janeiro de 2009, o African veio abaixo e se fez inferno num dos melhores shows da banda que já vi, emocionante.
Destaque para as participações que deram um tom a mais na festa, como do Bernie, Wagner e Jayme e dos excelentes covers de JRS, Suzana Flag e Norman Bates, entre outros. Ah se todo cover fosse assim...
Noite inesquecível!