quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Bafafá
O Bafafá Pro Rock de fim de ano foi um sucesso. Deu muito trabalho, assim como a organização de projetos pro ano novo. Mais o tempo a dedicar à família e, mais uma vez, quem sai perdendo são os leitores. Calma, vocês vão ganhar também. Mas agora só em 2009!! Registro de Ana Flor.
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Pro Rock
Bafafá Pro Rock na Praça da República
Manifesto da música independente se despede de 2008 e se prepara para o Fórum Social Mundial 2009
As bandas Baby Loyds, Jolly Jocker, Dharma Burns, Jacaré Blues, Resistência Suburbana, Legítima Defesa e mais a Associação de Percussionistas do Pará / Amazônia fazem no próximo dia 28 de dezembro o encerramento da programação do manifesto da música independente “Bafafá Pro Rock”, com apoio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Governo do Estado, no anfi-teatro da Praça da República, a partir do meio-dia.
Os shows e as manifestações marcam a consolidação do Fórum Paraense de Música Independente (FPMI) e a criação do Fórum Amazônico de Música Independente (FAMI), que surgiu em 5 de dezembro, em Macapá, durante a primeira edição do festival Quebramar. “Desde a criação do FPMI e das mostras do Bafafá Pró Rock, em parceria com o festival Se Rasgum, estamos conseguindo conectar os produtores, bandas e agentes do Pará com os demais estados da Amazônia, e esse é o momento em que vamos celebrar isso”, explica Nicolau Amador, presidente da Associação Pro Rock, uma das entidades que compõe o Fórum Paraense e que ajudou articular o FAMI.
A idéia é ajudar a construir políticas públicas e ações em parceria com os governos estaduais e federal para fomentar a cadeia produtiva da música na Amazônia. “A gente tem diversidade e criatividade para fazer girar uma cena muito interessante na Amazônia. Com a proximidade do Fórum Social Mundial, onde vamos nos reunir com outro agentes da música independente brasileira, é o momento para podermos ampliar e executar essa idéia”, continua Nicolau.
Segundo o compositor Paulo Martins, articulador do Movimento Bafafá do Pará, esse é um momento de confraternização importante. “Nossa articulação, dentro do FPMI, tem sido espontânea, baseada no interesse comum que todas as entidades estão tendo de construir um projeto coletivo. Mesmo com as divergências pontuais, estamos encontrando um caminho, o que sempre foi muito difícil na história das organizações da classe artística no Pará”, disse ele.
A primeira mostra Bafafá Pro Rock, que segundo seus organizadores deve se tornar um festival de música independente em 2009, ocorreu no dia 13 de julho desse ano, quando se comemora o dia mundial do Rock, e consolidou-se numa parceria com o terceiro festival Se Rasgum, cujo último dia foi composto pela programação do movimento. Duas outras mostras foram executadas nos bairros da Terra-Firme (15 de novembro) e Guamá (6 de dezembro), dentro da programação Fórum na Praça, espaço de mobilização do FSM 2009.
Desde a sua primeira edição, o Bafafá Pro Rock teve apoio do Governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Cultural (Secult) e Fundação Cultural Tancredo Neves, e ajudou a criar o Fórum Paraense de Música Independente, formado por artistas, produtores, associações, selos e movimentos musicais paraenses. O Bafafá Pro Rock é realizado pela Associação Pró Rock e Movimento Bafafá do Pará.
Serviço:
Mostra artística gratuita e manifesto da música independente Bafafá Pro Rock, dia 28, a partir do meio-dia, no Anfi-teatro da Praça da República. Informações: (91) 8222 1944 / 9614 1005.
Programação:
1. Baby Loyds
2. Jolly Jocker
3. Dharma Burns
4. Jacaré Blues
5. Resistência Suburbana
6. Legítima Defesa
9. Associação de Percussionistas do Pará / Amazônia
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Notícias do front do Suzana Flag
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Famigerado
Um pequeno retrato da primeira reunião da Música Independente da Amazônia durante o festival Quebramar, dia 5 de dezembro, no auditório da Universidade Federal do Amapá (Unifap). O FAMI (Fórum Amazônico de Música Independente)está criando uma lista e divulgando as memórias das duas reuniões ocorridas em Macapá. Nos próximos posts mais imagens e notícias do festival.
sábado, 6 de dezembro de 2008
Refuse / Resist - Quebramar
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Quebramar
Macaco "besta"!
e
O festival Quebramar por quem faz o festival Quebramar:
Nós vamos atravessar esse rio!
Por Paulo Zab
Depois de meses de correria em torno da concretização do Festival Quebramar finalmente o dia de ver os resultados chegou. A partir de hoje tudo o que foi planejado e escrito passa agora a fazer parte do plano da realidade. Enquanto os últimos detalhes estão sendo resolvidos o pessoal que vem de fora se apressa em chegar para o inicio das atividades. Já na madrugada do dia 04 pudemos contar coma presença de um dos nossos visitantes mais ilustres. Os membros da banda Klethus e do Coletivo Tomarrock, de Roraima, acabam de chegar em solo amapaense. Apesar de estarem muito próximos geograficamente eles são o grupo que mais pegou estrada, já que, para chegar até aqui, os caras tiveram que sair de Boa Vista, depois passar por Manaus, Brasília, Belém e só aí chegar aqui. Seria muito mais fácil se houvessem vôos de Boa Vista para Macapá, mas aqui no Norte temos dessas coisas. Esse é o preço a se pagar por morar em uma região como a Amazônia, mas atitudes como essa só os inspira e nos desperta para a importância de estar realizando um festival desse porte aqui no Amapá.
Não tem mais como voltar atrás, afinal, foram quatro prévias do Festival, que garantiram a apresentação do mais de dez bandas locais. Novos talentos foram revelados, a exemplo do pessoal da Relles e 81 Decibéis e outros mostraram que estão em pleno trabalho de ascensão como a Godizilla e da SPS 12. O mais importante de tudo isso foi que novos grupos e parceiros surgiram nesse processo. Prova disso é o pessoal da Amatribo e da NDA, sempre dispostos a dar aquela força, além de diversos parceiros que se chegaram, se apresentaram, tramparam e mostraram resultados dentro do Coletivo Palafita. Esse é um dos créditos impagáveis que temos a partir de todos esses meses de chá de cadeira e de mentes retrógradas de pessoas que, apesar de estarem a frente de instituições de fomento à cultura, ainda tem o pensamento ligados a interesses pessoais. O lance é que as comissões, já sabendo que atos como esse faz parte do processo, não se deixaram abater por nenhum minuto. A vontade de estar realizando um festival que ficara registrado na história dos festivais independentes do país é bem maior do que qualquer barreira. Daqui há pouco estarão presentes pessoas de vários estados do pais, como Pará, Mato Grosso, São Paulo e Alagoas para celebrarmos mais uma conquista da antes inexistente, mas agora concreta cena independente amapaense.
--
Paulo Zab
http://www.coletivopalafita.blogspot.com
http://www.festivalquebramar.com.br
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Queres tocar no Fórum Social Mundial?!
Iuri
Chuva na Equatorial Lounge
Para quem não conhece, Equatorial Lounge é o apelido de uma cidade na Amazônia que, em 2038, funciona sob um complexo sistema de condicionamento climático. O sistema impede que faça calor excessivo no verão equatorial e controla o volume das chuvas no inverno. O padrão de vida dentro de redonda de ar condicionado eleva-se drasticamente, assim como o preço de morar nela, taxas e impostos. Aumentam também as tensões e conflitos sociais em sua fronteira. Com o passar dos anos, fazer chover na Equatorial Lounge tornou-se um luxo de que seus habitantes se privaram por vontade própria.
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Plano Nacional de Cultura em Belém
O PNC está previsto na Constituição Federal desde a aprovação da Emenda Constitucional n.º 48, em 2005. Atualmente, encontra-se em tramitação na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, sob forma do Projeto de Lei n.º 6835, de 2006. Ao mesmo tempo suas diretrizes gerais são detalhadas pelos poderes Legislativo e Executivo para o encaminhamento de sua aprovação. Durante o ano de 2007, o Ministério da Cultura (Minc) e a Câmara estabeleceram um calendário de audiências públicas para o debate do PNC, visando aprimorar as políticas em desenvolvimento desde a 1ª Conferência Nacional de Cultura. Para 2008, foi programada uma série de seminários pelo país e um conjunto de debates pela Internet. As inscrições podem ser feitas gratuitamente pela internet, no endereço www.cultura.gov.br/pnc. A abertura será na Estação das Docas e os debates ocorrerão no Beira Rio Hotel.
Revelações 001
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Memória Madame
Premiados
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Pedreira
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Bonequinha
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Só uma idéia no coletivo
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Zumbis de Belém para o Texas
Entre mais de 10 mil artistas do mundo inteiro inscritos, a banda paraense Vinil Laranja foi selecionado para participar da edição de 2009 do festival norte-americano SXSW – South by Southwest, que ocorrerá do dia 19 a 24 de março de 2009.
Com mais de vinte anos de existência, o SXSW é uma conferência internacional de música e cinema que acontece anualmente desde 1987 na cidade de Austin, Texas, sul dos Estados Unidos. Com dezenas de palcos espalhados por toda a cidade e aproximadamente 1,5 mil atrações por ano, o SXSW pode ser comparado a outros eventos como a nossa Feira da Música. Assim como acontece aqui, Austin fica repleta de músicos, produtores, jornalistas e formadores de opinião vindos de todas as partes do planeta.
Pela primeira vez, um grupo do paraense se apresenta no South by Southwest, mas alguns brasileiros já tiveram a oportunidade de mostrar sua música no festival. O pernambucano Lenine e o pessoal do Telerama, por exemplo.
O grupo Vinil Laranja, com quase cinco anos de carreira e todas as composições em inglês, vem conquistando cada vez mais espaço na imprensa local e nacional. Fez muitos shows pelo interior do Pará e participou em 2008 do CCAA Fest, onde concorreu com 92 e foi a banda vencedora, prêmio que a destacou em todo o estado.
Com o convite para o SXSW, o grupo começa a gerar repercussão também na imprensa internacional, e tem a oportunidade de conceder as primeiras entrevistas a revistas estrangeiras. A assessoria de imprensa do grupo nos Estados Unidos está sendo feita pela MG Limited, uma das maiores empresas de agenciamento e marketing de artistas do mundo, com sede em Nova York e responsável pela divulgação de nomes como Gilberto Gil, Bebel Gilberto e Maria Rita no exterior.
Como primeiro grupo do Norte do país a ser convidado para o SXSW, a banda Vinil Laranja tem a missão de representar não só o Brasil, mas o todo o Pará nessa grande celebração da música. Como pioneiros, é nosso dever sermos os embaixadores do nosso Estado, promovendo o intercâmbio da música brasileira com a música mundial.
Por meio desta, solicitamos uma pauta neste veículo de comunicação para a divulgação deste evento, já que o mesmo não disponibiliza os recursos financeiros necessários para a apresentação da banda no exterior (gastos passagens aérea e emissão de visto), e uma matéria com abanda ajudaria bastante a obtenção de patrocínio.
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Virando a página
sábado, 8 de novembro de 2008
Papel em branco
Para quem não achou a resenha on line e não quis comprar a revista, reproduzo:
III Festival Se Rasgum
Festival Paraense chega a terceira edição com estilos variados
Sem o "rock" no nome, o festival Se Rasgum chegou a sua terceira edição. E dessa vez com uma programação bem mais interessante do que a de seus anos anteriores. Mérito da curadoria do festival, que apostou na diversidade. No mesmo palco, o rap com samples de brega e música caribenha do Sequestrodamente e o messianismo GLS do Montage, que literalmente levou às lágrimas a ala gay do público. A ingenuidade charmosa do grupo macapaense Minibox Lunar, com um cruzamento improvável, ainda que um pouco frouxo, de Jefferson Airplane e Banda Calypso; e o rock pós-punk da Plebe Rude. Ou ainda a nova MPB de Wado, Banda do Amor e Curumim, o show mais esperado do segudo dia do festival. E se teve algo a ser comemorado neste terceiro Se Rasgum foi a impressão de que Belém do Pará talvez esteja descobrindo que não tem vocação para o rock. O que é bom. Não fosse isso talvez os indies não tivessem dançado juntinhos durante o show tecnobrega do DJ Malukinho, feito rodas de carimbó durante a apresentação de Os Caçulas da Vila ou descoberto o quanto pode ser pop a surf music de palafita do grupo Metaleiras da Amazônia, apesar do guitarrista presepeiro, um dos grupos locais mais interessantes do festival. Aos poucos, o rock paraense, esse zumbi que ainda se arrasta pelos subterrâneos da cidade, vai dando lugar a sonoridades e misturas bem mais interessantes. Ainda bem.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Caros editores da Rolling Stone Brasil,
Fico pensando que (tudo bem, é uma resenha, que não representa a opinião da revista etc) talvez a Rolling Stone Brasil, que tem contribuído para oxigenar o mercado editorial brasileiro devesse talvez também ajudar a oxigenar o cérebro de quem conduz esse negócio quase falido (quem diz é Midani em sua autobiografia) que é a indústria fonográfica. Eu que faço parte dessa cena quase desconhecida da maior parte do resto do país (fui guitarrista da banda de hardcore Pig Malaquias junto com Vladmir e integrei o Coletivo Rádio Cipó por dois anos em seus primórdios) não sei até hoje que porra afinal é esse tal rock paraense. Imagina o grande público leitor da RS! Talvez, antes de decretar a decadência do gênero na cidade, a revista pudesse produzir uma matéria de fôlego sobre o que é isso afinal, já que a maioria dos jornalistas daqui (mesmo o Vladimir) não conseguem defini-lo, seu fracasso ou sua improvável vocação. Se o rock paraense não tem vocação para a coisa, perguntem a Alex Antunes, a Carlos Eduardo Miranda, a Lúcio Ribeiro ou a Pedro Alexandre Sanches, que já estiveram aqui não uma, mas várias vezes conferindo a produção das bandas locais. Façam suas análises daquilo que é desconhecido do grande público. Ademais, só um legítimo “punk rocker”, que eu conheci em 1991 usando calças rasgadas, coturno e camiseta preta, poderia achar que a diversidade da produção cultural de Belém ou do Pará cabe dentro de um gênero, ou mesmo fora dele. Vladimir deveria ter visto o terceiro dia do festival, ao qual só chegou durante a última banda, onde o palco Bafafá Pro Rock apresentou imensa diversidade, do pop do Suzana Flag ao hardcore dos Rennegados e Delinqüentes, do carimbo do Curimbó de Bolso ao experimentalismo do Clepsidra, entre tantas outras bandas e artistas que apresentam propostas artísticas completamente diferentes do padrão da indústria falida. Mas ele não quer ver, ao que parece. Acredito que o Pará não é mais uma província. Viva o rock amazônico, viva a diversidade, não à monocultura seja ela qual for, a soja, o axé music ou o tecnobrega.
Cordialmente,
Elielton “Nicolau” Amador
Belém – PA
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Sobre o post anterior e a demora em postar
Sobre a demora nos posts, não tem sobrado muito tempo mesmo. Tenho que entregar a monografia da minha especialização até o dia 17 e há muito trabalho. Tenho lido as notícias na Rolling Stone. Diverti-me com a reportagem sobre o Metallica e uma expressão curiosa na resenha de Vladimir Cunha sobre a terceira edição do Se Rasgum "sem rock". Dizia sobre o rock paraense, "esse zumbi que se arrasta pelos subterrâneos da cidade", ou algo parecido. Achei engraçado porque parece a típica expressão de típicos jornalistas de rock, frases feitas sobre ídolos decadentes. Se não fosse o próprio "rock paraense" o "ídolo" em questão, já seria muito engraçado.
Não merece mais que isso por enquanto, mas a lista dos 100 maiores artistas brasileiros também é um doce a parte na revista. Peço desculpas a quem tenho cativado com a leitura desse blog e posso dizer, como os ídolos "decadentes" do Metallica, que enquanto ele não atrapalhar o convívio famliar e os trabalhos, ele é viável. Ainda que demore o próximo post.
Radiodifusão na Transamazônica
Boiada na BR-230
Foto de Lucivaldo Sena
Dos 46 quilômetros que percorremos de Altamira (região do Rio Xingu, no sudoeste do Pará) até Brasil Novo, mais de 20 ainda são de terra batida e poeira que levanta quando o carro passa. Mesmo se tiver uma boiada no caminho (os bois e os vaqueiros viajam por vários dias na Transamazônica atrás de pasto), a viagem não dura nem uma hora. Os boiadeiros assopram seus berrantes e a gente “pede licença” no meio do gado.
As distâncias estão diminuindo na rodovia BR-230 – obra inaugurada no governo militar que rasgou a floresta ao meio com a finalidade de promover a colonização da Amazônia. “Homens sem terra, para terra sem homens”, dizia a propaganda da época. Depois de três dias, rodando entre as duas cidades e percorrendo vicinais na “espinha de peixe”, como é conhecida por causa dos “travessões” que a cruzam a cada cinco quilômetros, percebemos que a realidade da região tem mudado. E ainda que as políticas públicas comecem a surtir efeito, muito do trabalho que hoje a torna viável economicamente se deve a ação dos movimentos sociais.
Dos agricultores familiares até o movimento religioso e de mulheres, foram eles que construíram a noção de cidadania que os habitantes da região têm hoje. Esse conceito (cidadania) também está ligado a uma área do conhecimento humano que normalmente está cerceada nos sertões e mesmo nas capitais de centros afastados do eixo econômico do Brasil: a comunicação.
Não por acaso que a região do Xingu foi a primeira a realizar um encontro regional de rádios comunitárias. Um evento que há de significar muito para o crescimento da região, mas não foi citado por nenhuma das quatro emissoras locais de TV de Altamira ou pela única rádio comercial da cidade. Os promotores do evento nem gostariam da publicidade. É que políticos e/ou empresários que usam as concessões em quase todos os municípios do Pará para defender seus próprios interesses econômicos financiam operações da Anatel de fechamento de rádios comunitárias. Ao menos essa é denúncia mais comum no Encontro.
Enquanto o presidente Lula anuncia que a Anatel não está autorizada a promover uma caça às bruxas das rádios comunitárias, no interior do Pará, prefeitos dão suporte de polícia para mega operações, que incluem até helicópteros, para o fechamento de rádios de associações. Por esse motivo também, a reunião das 14 rádios comunitárias da região da Transamazônica ocorre numa sala pequena da Casa do Trabalhador, um centro de serviços no principal bairro de Altamira, onde foi nossa primeira parada, antes de seguir para Brasil Novo para conhecer como funciona lá uma rádio comunitária na Transamazônica.
Apenas um papel de computador, impresso em preto e branco, colado na porta de vidro anunciava o “Primeiro Encontro Regional de Rádios Comunitárias”. Sem bancada decorada, sem logomarcas, banners ou qualquer outro tipo de publicidade, cerca de 12diretores de rádios comunitárias ao longo da rodovia Transamazônica ou do Rio Xingu reuniram-se no dia 5 de julho em um pequeno auditório de Altamira. Dois diretores de rádio faltaram, provavelmente por dificuldades de transporte (depois de Brasil Novo e Medicilândia, as distâncias ainda são grandes).
Sentado de frente para um notebook, Amarildo Madergan, o Arildo, um capixaba de 43 anos que vive na região há mais de 23 anos, inicia os trabalhos chamando a advogada da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos. Leslie Carusso participa, em Belém, do Fórum Paraense em Defesa das Rádios Comunitárias e defende vários militantes, multados ou processados por crimes previstos na legislação que regulamenta a radiodifusão brasileira. Completa a mesa a jornalista Rosane, que estuda as rádios comunitárias do Pará para um trabalho de doutorado e explica aos líderes comunitários um pouco do que sabem os teóricos da sociologia da comunicação sobre o fenômeno responsável hoje por quase 40% de toda a radiodifusão brasileira.
Leslie veio a convite da Secretaria de Comunicação do Governo do Pará. Rosane veio por conta própria, como voluntária.
“O Encontro tem o objetivo de pôr em contato as experiências das rádios da região com o pessoal que trabalha no Fórum em Belém para que a gente possa trocar idéias e buscar alternativas para a nossa luta”, explica Arildo, que ajudou a fundar, há dez anos, a rádio comunitária Popular FM, de Brasil Novo, a 46 quilômetros de Altamira, que ganhou este ano a sua concessão de operação da Anatel depois de 10 anos de batalha judicial e burocrática.
Desde que saiu da Popular FM, Arildo se dedica ao fortalecimento das rádios da
região, criando uma rede de associações comunitárias que usam as rádios como instrumento de fortalecimento da cidadania e de conscientização política. Ocupadas democraticamente por igrejas de todas as procedências e movimentos sociais ou políticos, hoje já são 14 rádios atuantes na região. Duas estão em Medicilândia, a 90 quilômetros de Altamira, e, as outras, em Brasil Novo , Rurópolis, Placas, Pacajá, Porto de Moz, Senador José Porfírio, Vitória do Xingu, Uruará, Gurupá, Belo Monte, Anapu e Altamira. Oito delas já conseguiram a concessão da Anatel para operarem legalmente. As demais estão em processo de legalização, e mesmo com os processos avançados, até o início do ano, contrariando declarações do presidente Lula, era comum operações conjuntas com a Polícia Federal de fechamento de rádios comunitárias, algumas vezes patrocinadas por empresários e políticos da região. A última operação tirou do ar, a rádio de Anapu, cidade conhecida pela atuação da freira americana Dorothy Stang, onde os movimentos sociais são reprimidos pela política de coronelismo e pela ação de alguns fazendeiros.
Mas a rádio de Anapu não deve ficar muito tempo fora do ar. Há alguns anos, o movimento de rádios comunitárias da Transamazônica e do Xingu decidiu, conscientemente, desrespeitar a lei de radiodifusão. Toda vez que alguma rádio é fechada ou tem seus equipamentos apreendidos logo há uma mobilização para reativá-la. “A própria comunidade pede para reabrir a rádio. Em alguns municípios a rádio comunitária é a única que existe e o único meio de informação sobre as questões da região, que interessam aos moradores”, explica Arildo.
Há quatro anos as rádios ganharam um reforço, dado sem querer pelos mesmos que exploram a floresta e a mão-de-obra da região. Em 2003, o Ibama apreendeu seis mil toras de mogno ilegal e o doou para os movimentos sociais da Transamazônica e Xingu, com o consentimento do Ministério Público Federal. A madeira é beneficiada e comercializada através de um consórcio de entidades formado pela FASE, a Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP) e a Prelazia do Xingu, e já rendeu mais R$ 5 milhões para o Fundo Dema, um fundo permanente que financia projetos de desenvolvimento sustentável. Entre eles, estão projetos de comunicação comunitária que incluem as rádios. Assim, a maioria delas tem se estruturado e tem conseguido vencer a burocracia do Ministério das Comunicações, contratando um advogado para sanar as pendências que surgem a toda hora no processo de legalização das rádios. “Quando eles (da Anatel) vão nas rádios para fecha-las, a gente diz que a culpa é deles, que nós estamos fazendo a nossa parte. Falta o governo fazer a parte dele, acelerando o processo de liberação”, conta Arildo.
Mesmo com os avanços das rádios do Xingu e da Transamazônica, o Encontro é marcado por queixas e lamentações. Darci Costa Lima, borracheiro e evangélico da Assembléia de Deus, é diretor da Rádio Floresta FM, que fica na zona rural de Medicilândia. Depois de ter sido fechada no ano passado pela Anatel, a rádio teve todos os equipamentos novos queimados pela queda de um raio. “As dificuldades desestimulam a comunidade. A gente precisa da participação popular e comunitária, e sempre que uma operação chega fechando tudo, com carros e policiais federais, o povo fica amedrontado, diz que não vai mais fazer esse negócio de rádio comunitária, que não quer ser preso etc”, explica ele.
Luci Costa, da Rádio Fuso Horário FM, de Placas, diz que o trabalho tem momento de desânimo, mas sempre tem alguém “que surge e que a gente espera que possa dar continuidade ao trabalho”.
A partir do Encontro Regional, e estimulado pela política da Secretaria de Comunicação do Governo do Pará, o movimento de rádios comunitárias espera superar seus desafios históricos no estado. Desde que assumiu o governo em 2007, o Partido dos Trabalhadores descentralizou as verbas de publicidade, que migravam basicamente para os dois principais grupos empresarias de comunicação do Estado, e começou a estimular ações de comunicação popular. No mês de agosto, o governo lança seu primeiro edital de projetos de comunicação para a cidadania e assina um convênio com a SPDDH, para capacitar e dar assessoria jurídica e técnica às rádios comunitárias em quatro pólos, incluindo Altamira.
A verba de publicidade do estado agora também pode ser aplicada, na forma de apoio cultural, nas rádios comunitárias legalmente constituídas. “Como a rádio comunitária é, em alguns municípios, o único e mais eficiente meio de comunicação, o governo precisa delas para difundir campanhas educativas e informativas. Ela trabalha também como instrumento mobilizador, convocando a população à participação democrática, e ajudando, assim, a ampliar e fortalecer a esfera pública, prejudicada pelo coronelismo e pela comunicação oligárquica dos grandes veículos familiares de comunicação”, explica José Luiz Miranda, assessor da diretoria de comunicação popular da Secom.
“A gente ainda não sabe como vai ser o nosso futuro porque os desafios continuam sendo muito grandes. Mas a gente espera poder criar uma rede em que possa integrar as informações comuns a todos esses municípios. Precisamos também fortalecer a participação comunitária e capacitar o pessoal que trabalha nas rádios para que eles possam saber realmente como funciona uma rádio comunitária. Como nós nunca tivemos capacitação em comunicação, o que a gente tem de modelo são as rádios comerciais”, explica Arildo.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Nas ondas do Brasil Novo
Sempre atrasado por causa da correria da produção do disco do Suzana Flag, e outros trabalhos, vim postar sobre a minha matéria que foi publicada na edição de outubro da Revista do Brasil. Ela é parte de uma reportagem grande que fiz sobre o encontro regional de rádios comunitárias da região do Xingú/Transamazônica, e conta um pouco do cotidiano da Rádio Popular FM, de Brasil Novo. São três páginas com fotos de Lucivaldo Sena. Vou publicar a reportagem na íntegra aqui em três partes.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Guitarrada beat pernambucano
Artistas e a esmola social
Larissa foi vestida para dançar mas as atrações eram os músicos
No último dia 9 de outubro, artistas da Associação Pro Rock e movimento Bafafá do Pará se apresentaram na Semana Luamim, do programa homônimo desenvolvido por professores e alunos do curso de Serviço Social da UFPA. Suzana Flag, Rafael Arke (Pianuts), Rand Frank, Paulo Luamim (que tirou seu nome artístico do programa), Augusto Hijo e outros artistas tocaram no hall da reitoria. A programação também teve Mestre Fabico, que levou o seu boi "Flor de Todo Ano".
Na ocasição, os artistas e os produtores da Dançum Se Rasgum fizeram a doação de quase 500 quilos de alimentos arrecadados na terceira noite do festival Se Rasgum desse ano.
Mesmo fazendo parte do Grupo Facilitador do Fórum Social Mundial em Belém, o grupo foi proibido de veicular a ação ao FSM. Para o Comite Internacional do FSM, doar alimentos é como "dar esmolar no semáforo". O Comitê Internacional também barrou um manifesto que aconteceria na Avenida Presidente Vargas logo após a Trasladação da imagem da Virgem de Nazaré. Para o CI, não era interessante questionar ou "atritar" umas das maiores festas religiosas do País, quando o FSM quer ganhar a adesão da população paraense.
O Luamim atende crianças e jovens dos bairros do Guamá e Terra-Firme, como Larissa dos Reis, de 9 anos, que tem aulas de balé pelo programa. Mestre Fabico não reclamou e levou as "esmolas" para casa.
E o Cirial, programação do Núcleo de Produção Cultural de Belém, também ligado ao Fórum Paraense de Música Independente, juntou milhares de excluídos ao lado de uma das festas profanas mais populares da quadra nazarena, a Festa da Chiquita.
sábado, 11 de outubro de 2008
Quem acontece (ou não?)
Montage e DJ Dolores
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Suíte atrasada
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Autoramas e Montage
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Azul e amarelo
Pesquisas de opinião não divulgadas pela grande imprensa davam certa vantagem de Mário sobre Priante, o que gerou grande esperança nos quadros e militantes do PT em um segundo turno de cores mais quentes.
Ficou certa perplexidade e descontantamento. "Mas o que teria acontecido?", devem estar se perguntando os dirigentes da campanha petista.
O problema com as urnas prejudicou o candidato certamente. O grande eleitorado, que não tinha informações privilegiadas sobre pesquisas alternativas, e que poderia votar na confiança do partido do presidente Lula, pode ter fraquejado, como pareceu fraca a campanha petista na maior parte do período que antecedeu a eleição.
Mesmo ciente da possibilidade de segundo a turno, a militância não parecia tão engajada. Na seção eleitoral onde votei, na Sacramenta, um reduto petista, não havia sequer fiscais do partido. No Telégrafo, onde votaram também minha mãe e minha irmã, a situação era a mesma.
Para que a mãe de uma amiga minha votasse em Mário, foi preciso que ela a levasse na seção eleitoral pela terceira vez, depois de constantes problemas com a urna. Onde houve problemas técnicos e demora, só votou quem estava decidido por seu candidato.
Talvez a militância petista não contasse com esse contratempo técnico, afinal o que se espera de um país que anualmente tenta afirmar a competência de seus tribunais eleitorais através da propaganda é que ele garanta o mínimo, o direito ao voto.
sábado, 4 de outubro de 2008
Caco Ishak
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Blog do FPMI
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Para não passar em branco
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
FPMI reúne às terças
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Tempo líquido
Destaque também para Artur Kunz, um dos melhores bateristas que já vi em ação em Belém em todos os tempos. Com grande técnica e sensibilidade ritmica para criar o cenário adequada "às músicas malucas do Renato", Artur chega a roubar a cena em vários momentos, facilitado pelo posicionamento incomum da bateria no palco. Você fica hipnotizado vendo o rapaz tocar.
Mas não se deve deixar de frisar o quanto é competente o trio, que tem também na discrição e segurança de Panzera, ao baixo, um de seus trunfos musicais. Panzera é músico hábil e sensível e compositor do grande hit do Clepsidra, "A Máquina do Tempo", exemplo do que a poesia do grupo pode gerar se lapidada em versos e melodia um pouco mais pop.
O trio tocou, além de canções de seus dois discos - "Bem Musical" (2004) e "Tempo Líquido" (2006) -, canções novas que deverão estar no seu terceiro registro fonográfico. Uma delas eu já conhecia, "Independente", parceria com Felipe Cordeiro. "Guamá" me surpreendeu e me ganhou. As outras eu não consigo lembrar o nome porque alguém me roubou o belo folder/programa que trazia o repertório completo de "A Volta do Mundo".
Como disse o Renato, Belém é um clepsidra, um relógio de água que oscila de acordo com a vontade da natureza, imprevisível, misterioso, místico. Talvez isso explique o fraco público presente ao teatro, que perdeu espetáculo de tão grande qualidade. E ontem nem choveu.
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Antiaéreo...
Fóruns regionais
Agora que o FPMI foi criado a partir da organização da sociedade civil, sem a provocação do Estado (algo semelhante ao que aconteceu com o Conselho em relação à Abrafin), a discussão se amplia. O FPMI se reuniu com integrantes da banda Mini Box Lunar, que organiza o Palafita, festival que vai ocorrer em novembro em Macapá. Foi decidida a mobilização de foruns estaduais em todos os estados da Amazônia, e a criação de um fórum regional Norte. O primeiro passo fundamental para isso seria a reunião no festival Varadouro, que vai ocorrer no proximo final de semana no Acre. Capilé pediu uma passagem para que eu possa ir representando o FPMI, mas ficou muito em cima. A Secult também não vai conseguir liberar a passagem. Será que vamos perder mais essa oportunidade?
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Articulações musicais
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Repercussão
Bastidores do FPMI
Ousadia e coragem
Foto de Ana Flor.
Público do segundo dia do 1o Seminário do Fórum Paraense de Música Independente.
A reportagem da revista Rolling Stone sobre as críticas à Associação Brasileira de Festivais Independentes (Abrafin) foi citada durante o segundo dia do 1o Seminário do Fórum Paraense de Música Independente. Pablo Capilé, produtor do festival Calango (MT) e coordenador político da Abrafin, defendeu a associação e falou sobre as conquistas da entidade durente seus dois anos de funcionamento. A remuneração das bandas que tocam nos festivais foi alvo de crítica de alguns artistas paraenses também.
Na reportagem citada, o produtor Marcelo Damaso foi ouvido e disse que gostaria que o Se Rasgum fizesse parte da Abrafin desde que não sofresse pressão para escalar bandas "hypadas" por produtores donos de festivais. Capilé declarou que o Espaço Cubo investiu na banda Macaco Bong para que ela tocasse no festival Se Rasgum do ano passado porque a projeção da banda também era interessante para o festival e a associação de Cuiabá. O investimento, porém, retorna como força de trabalho, garantiu.
Dependendo da banda, a sua contrapartida, como artista, é tão importante quanto a visibilidade que o festival dá a ela. Penso que a Abrafin tem mais acertos do que problemas. Mas fico feliz que assunto possa ser discutido abertamente. Aqui, jornalistas como o próprio Ismael Machado, que comentou o post anterior, continuam ignorando as dificuldades da produção independente na região. Comentam os festivais como se vivessem de aparências. Ficam valorizando esforços que o público não tem como mesurar por falta do contexto. É preciso um pouco mais de ousadia e coragem.
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Fórum Constituído
Atualizado em 19 de setembro.
Foto de Ana Flor
Na foto: Ná Figueredo, Juca Culatra, Nicolau Amador, o secretário de Cultura Edilson Moura e Paulo Martins, durante o 1o Seminário do Fórum Paraense de Música Independente.
Além dos repórtes da Rádio Cultura e da jornalista de Cuiabá que acompanhou o produtor Pablo Capilé, nenhum dos jornais de Belém cobriu o seminário de constituição do Fórum Paraense de Música Independente, realizado ontem no Instituto de Artes do Pará. Nenhum dos candidatos a prefeito compareceu, talvez porque o release/manifesto não foi veiculado na imprensa. Mesmo assim, a iniciativa teve o respaldo de pelo menos sete insituições e a presença do secretário de cultura do Estado, professor Edilson Moura.
Moura disse que a iniciativa é um marco para a organização da classe artística e que vai facilitar as políticas públicas do Estado para o setor. "E um movimento amplo que agrega vários segmentos e essa sempre foi nossa maior dificuldade, principalmente na área da música, porque nós conversavamos com um grupo e de repente outro grupo não se dizia representado. Pelo que vejo, este fórum é legitimo e significativamente agrangente", disse o secretario.
O Fórum foi constituído com a Associação de Percussionistas do Pará/Amazônia, Nação de Resistência Periférica (NRP), Movimento Bafafá do Pará, Associação Paraense Comunitária de Rock (Pro Rock), Coletivo Sonora Iqoraci, Movimento Pará Roots, Verdurada, Se Rasgum, Ná Music, APCE Estúdio, e devem se incorporar ainda a Associação de Músicos da Amazônia Jazz Band e Instituto Arraial do Pavulagem.
O Fórum tem uma reunião marcada para o dia 24 de setembro às 15h no Espaço Cultural Ná Figueredo, onde vai ser formatado seu estatuto e constituida sua diretoria. O Fórum está aberto a adesões.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Pará Musical
Aniversário do Teatro Experimental Waldemar Henrique
No próximo dia 17 de setembro, o Teatro Experimental Waldemar Henrique, fará aniversário de 29 anos e preparou uma programação cultural que é a cara do espaço, com o melhor da música, da dança e do teatro paraense. A programação é toda gratuita.
As comemorações iniciam às 12h e seguem o dia todo. A primeira arte a ser contemplada na programação é a música, que marca o lançamento do "Projeto Arte ao Meio-Dia", que no primeiro momento apresenta um show musical em frente ao teatro, com Nego Nelson, Marcos Puff e Tambores do Norte. Segundo o diretor do Teatro Waldemar Henrique, Marcos Vinícius.
O "Projeto Arte ao Meio-Dia" pretende uma aproximação da população com o espaço. "Esta é uma das maneiras que encontramos de apropriação da sociedade com este espaço cultural, que é público e as pessoas desconhecem", comenta. O projeto pretende movimentar o horário de almoço das pessoas que circulam pela praça e pretende contemplar todos os tipos de arte.
Além das apresentações externas, a programação segue com espetáculos no hall e no palco do teatro. Às 14h, o espaço é dedicado à dança com mostras da Cia. de Dança Clara Pinto, Escola de Dança Bella Art, Escola Municipal de Dança, Escola de Dança Ribalta e Escola de Dança Cemi. Os Palhaços Trovadores apresentam às 18h as conhecidas performances de clown do grupo e abrem espaço para a programação de teatro que segue com a Cia. De Teatro Sete da Arte que se apresenta às 19h30. Para encerrar a Cia. De Danças Roda-Pará se apresenta às 19h30.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Programa FPMI II
Dias 17 e 18 de setembro no IAP.
Dia 18
15h - Economia da Cultura, Economia
Solidária e Música Independente.
•Luciano Canez (DF) – Economia Solidária
•Nicolau Amador – Associação Pro Rock
•Marcel Arede – Se Rasgum Produciones
•Mediador: Angelo Cavalcante
17h - Políticas Públicas e Música
Independente.
•Pablo Capilé (MT) – Espaço Cubo
•Ná Figueredo – Ná Music
•Carlos Henrique - diretor de cultura
•Mediador: Nicolau Amador
19h – Bafafá Pro Rock
No anfiteatro do IAP
Com participação de:
Percussão da Amazônia
Hip Hop Belém
Quimera Porfia
Rande Frank
Programa FPMI
Dias 17 e 18 de setembro no IAP.
Dia 17, quarta-feira
14h30 - Criação do Fórum Paraense de Música Independente
Gustavo Rodrigues (Se Rasgum),
Nicolau Amador (Pró Rock),
Paulo Martins (Bafafá do Pará),
Ná Figueredo (Ná Music)
e Edilson Moura (Secult)
16h30 – Fala dos candidatos a Prefeitura de Belém.
17h00 - Reunião dos grupos de constituição do Fórum.
Manifesto Jornalístico da Música Independente
O Fórum abre neste dia 17, quarta-feira, o primeiro seminário do FPMI, em que deve ter assento o secretário de cultura e o presidente da Fundação cultural de Belém (Fumbel). Além deles, devem compor o fórum ainda o empresário Ná Figueredo, o coordenador do movimento bafafá do Pará Paulo Martins e quem mais representar as classes artísticas e de produtores no Seminário.
O FPMI está convidando publicamente todos os candidatos a prefeito de Belém a participarem da segunda rodada de debates no primeiro dia do seminário, para que eles expliquem qual a visão deles sobre política cultural, economia da cultura e outros conceitos muit em voga entre os artistas engajados.
“A idéia é consolidar e legitimar mesmo esse movimento, para que ele, sendo uma entidade formada pelos principais sujeitos na produção da música independente, em qualquer estilo ou gênero, possa ganhar espaço político em favor dos artistas e da população, que é privada do acesso a produção desses artistas”, teoriza o cantor e compositor Paulo Martins.
A discussão parece complexa. E é. Com a crise do mercado fonográfico e o atraso do Estado em relação as políticas culturais a nível federal, os paraenses da música vivem tardiamente seus dias de luta. “Só conseguimos patrocínio privado muito em cima do evento e só conseguimos realizar o terceiro festival porque o movimento ganhou espaço junto ao governo do estado, que cedeu a infra-estrutura mínima para que o evento pudesse acontecer com dignidade, digamos assim”, explica o produtor Gustavo Rodrigues, do Se Rasgum, que realiza a terceira edição do festival homônimo, que colocou Belém na rota do emergente circuito alternativo de rock no Brasil.
Além da criação de pontos de cultura para associações de músicos e cooperativas de comércio digital de música, a inclusão do festival entre os associados da Abrafin, a Associação Brasileira de Festivais Independentes, é uma das bandeiras do FPMI. “No terceiro ano, o festival, que é importante porque valoriza a produção autoral paraense pode concorrer a editais como o da Petrobrás e receber patrocínio nacional negociado através da Abrafin, que já tem uma abertura muito grande”, continua Nicolau Amador, guitarrista da banda Norman Bates e membro da Pro Rock.
Os movimentos envolvidos afirmam que estão procurando adesão para que o Fórum seja reconhecido publicamente como uma organização da sociedade civil. “A gente não pode só confiar nos políticos, a gente tem que cobrar e fazer a nossa parte. A intenção não é privilegiar um grupo, mas desenvolver algo que seja bom para todos os artistas e para a população, conseqüentemente”, opina Jayme Katarro, vocalista da banda punk Delinqüentes, que tem 22 anos de estrada.
Além dos líderes locais da música independente, o seminário vai receber a visita do produtor Pablo Capilé, coordenador do Movimeto Espaço Cubo, de Cuiabá (MT), e membro da Abrafin. Capilé vem falar da sua experiência com associativismo e economia solidária, que tem ajudado a fomentar o circuito alternativo em todo o Brasil em parceria com a Abrafin.
O FPMI tem apoio do Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura (Secult), fundações Curro Velho, Tancredo Neves, Carlos Gomes e Instituto de Artes do Pará (IAP).
sábado, 13 de setembro de 2008
Novidades na rede
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Suzana Flag de volta
Foto de Ana Flor
Produção: Nicolau Amador
Agradecimentos: Ná Figueredo
O Suzana Flag voltou a fazer shows. Depois do Café com Arte, a banda faz mais um aquecimento para o festival Se Rasgum, com uma apresentação no sábado 13.
As primeiras 50 pessoas que deixarem seus nomes na comunidade da banda no Orkut vão ter entrada franca no proximo show da banda no Ballroom. Basta dizer que é fã da banda e garantir a presença no show, onde serão gravadas cena para um documentário sobre a banda.
As regras são simples: não vale por o nome de mais ninguém, só o seu. Por isso, se você quiser levar seus amigos, manda eles irem na comunidade.
E mais: Os cinquenta restantes vão pagar metade do ingresso. Apenas R$ 5. Vamos lotar a casa para captar aquela vibe que rola durante os shows da banda. Quem viu o show de volta no Café com Arte sabe do que estou falando.Para quem não sabe, o bar e teatro Balroom fica na Travessa Piedade, próximo à Tirandente. Ali onde nos anos 80/90 funcionava a clássica casa de rock La Cage, e onde já funcionou a antiga Go.
Informações: (91) 9614 1005.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Diário de correria
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Sobre o "Imagem e Comprador"
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Imagem e Comprador - Parte III
A Brasil, Música e Artes (BM&A), realizadora dos projetos Imagem e Comprador, é uma associação privada constituída legalmente como uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip), sem fins lucrativos, com sede em São Paulo. Foi fundada em Julho, 2001, com o objetivo fim de encorajar e organizar ações de difusão internacional de música brasileira
A Apex-Brasil é uma agência do governo federal que trabalha com o objetivo de estimular as exportações brasileiras. Executa projetos com mais de 60 entidades de classe representativas de setores da indústria e serviços. Vem contribuindo para os resultados da balança comercial por meio da diversificação da pauta exportadora.
Os ingressos para o seminário de amanhã custam R$ 5. Estarão à venda na Estação das Docas.
Imagem e Comprador - Parte II
Os jornalistas presentes são:
Tracy Mann (EUA), da MG Limited, maior e melhor empresa de promoção e marketing nos EUA. Trabalha com artistas como Bebel Gilberto, Maria Rita, Céu, Gilberto Gil, Jorge Drexler e Bajofondo Tango Club.
Jody Gillett (Reino Unido), da Free Associates. Faz divulgação e promoção na Europa. Trabalha com música há dez anos na European Promotion, no selo Rykodisc, e tornou-se gerente do selo Hannibal na RykoLatino, mudando para marketing internacional na Palm Pictures. Passou a cuidar do mercado europeu de promoções para a Trama e Ether Music. Já trabalhou com Nação Zumbi, Carlinhos Brown, Tom Zé, entre outros.
Jim Carrol (Irlanda), escreve sobre o negócio da música no Irish Times, jornal de circulação nacional na Irlanda, com base em Dublin. Já trabalhou em importantes meios de divulgação, incluindo NME e I-D. Já trabalhou com selos como Warner, London Records, Rondor Music e Go! Discs. Foi co-fundador do selo independente Lakota, comprado pela Sony Music, e também do Choice Music Prize, na Irlanda.
Alex Robinson (Reino Unido), premiado fotógrafo e escritor, tendo publicado textos e editoriais de fotos no The New York Times, Demon Music Group, Union Square Music, The Smithsonian Institution, Conde Nast Traveller, The Financial Times, Songlines, The Sunday Times Travel, The Sunday Telegraph, Terra, The Word, Music Week, e Wanderlust.