quinta-feira, 16 de julho de 2009

Laurita no Domingão


Laurentino no estúdio Toca do Psicopata (do Norman Bates) em acervo pessoal meu

No próximo domingo, 19 de julho, Mestre Laurentino promete encantar o público brasileiro com sua gaita e muita jovialidade. Com oitenta e três anos, o “roqueiro mais antigo do Brasil” (como será apresentado em rede nacional), será homenageado no quadro "Figuraça", do Domingão do Faustão, que vai ao ar durante o primeiro bloco do programa, antes do tradicional jogo de futebol das 16h. Acompanhando o Mestre, nas apresentações musicais, o Coletivo Rádio Cipó.
Cenas de Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó e onde Laurentino nasceu, depoimentos de amigos e familiares sobre as origens do Mestre, entre outras surpresas, darão a chance a milhares de brasileiros de conhecerem um pouco mais sobre a vida de tão importante figura para a cultura do país. O encanto é garantido.
O convite para participar do Domingão do Faustão não poderia ter vindo em melhor hora, uma vez que o Coletivo Rádio Cipó e Mestre Laurentino estarão em São Paulo para se apresentarem no Sesc Santana, por ocasião do encerramento da exposição "Fotoativa Pará - Cartografias Contemporâneas". O Coletivo Rádio Cipó foi convidado pela própria direção do Sesc Santana, após ter sido indicado como referência de boa música no Estado do Pará.
Serão dois shows: um no sábado, 18, às 21h, e outro no domingo, 19, às 18h. As apresentações no Sesc Santana serão o ponta-pé inicial de uma série de apresentações pelo país neste segundo semestre, dentro da turnê "Formigando pelo Brasil".
O primeiro contato entre Carlinhos Vaz, baterista e produtor musical do Coletivo Rádio Cipó, e Mestre Laurentino se deu em 1998, durante o festival Rock 6 Horas, realizado no Mercado de São Brás, em Belém. Vendo a movimentação de bandas, Laurentino pediu a várias delas para que desse uma “palhinha” em seus shows, não sendo atendido por ninguém, senão Carlinhos, então na banda Mangabezo. O sociólogo carioca Hermano Viana estava na platéia, pesquisando para seu projeto Música do Brasil, e logo se interessou pelo senhor tocando gaita, convidando-o a participar da coletânea ao lado de Gilberto Gil.
Passados três anos, a Mangabezo acabou. Mas não a vontade de Carlinhos de experimentar novos sons. Com este espírito, correu atrás de Laurentino na Ilha de Outeiro, onde o Mestre morava, levando meses para encontrá-lo. Aposentado, Laurentino disse que não queria mais saber de tocar de graça. A insistência de Carlinhos, porém, fez com que o Mestre voltasse a compor e ser um dos primeiros integrantes do então recém formado Coletivo Rádio Cipó, em 2001.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Homem Gabiru

O professor Ricardo Pereira, que já tem história no rock paraense, do punk ao blues, atuando em grupos como Desesperados, Ácido Cítrico, Blues Pirata e até Delinquentes,está na final do Festival RBA de Música. A faixa "Homi-gabiru",que mistura blues e repente nordestino, está entre as doze finalistas que se apresentam no dia 6 de agosto, vai integrar tanto o CD quanto o DVD do festival. É o próprio Ricardo quem explica a origem da música:


Em 1989, participei com minha antiga banda, Ácido Cítrico, do Festival QUARUP - Cultura e Liberdade, realizado em Vila Velha - ES. No caminho, por algum motivo - do qual já não me recordo - nosso ônibus ficou momentaneamente impedido de seguir viagem. Estávamos na cidade de Afrânio, sertão pernambucano. Cada um da banda - e todos os outros participantes paraenses (cerca de 40 artistas no bus) - foi buscar o que fazer. Eu gosto de mato, de sertão, não sou afeito a cidades.
Caminhando pela caatinga encontrei dois guris carregando nas mãos dois animais: um iguana (que aqui em Belém chamamos jacuraru) e um ratão-do-sertão (que lá eles chamam de gabiru). Puxei conversa, quis comprar, mas, desconfiados, eles negaram. A alegação: "É pra nóis cumê, mais nossos pai e nossos irmão!".
Aquilo foi um soco em meu estômago. Só então percebi, de fato, onde estava. Sertão Nordestino. Lugar em que habitam seres carentes de tudo e que só têm - como eles mesmo dizem - Nossu Sinhô pra nus provê!
Quase perdi o ônibus, mas não perdi a conversa. Fiz os moleques me levarem na casa deles e lá travei contato com algo que tinha lido há pouco tempo na VEJA: o homem-gabiru. Essa tese - muito em voga nos anos 80 e hoje rebatida por muitos pesquisadores - defendia, entre outros pontos, que o homem sertanejo pela desnutrição (ou sub) estava apresentando estatura baixa (em média 1,40), peso compatível à estatura, baixo rendimento intelectual e problemas na fala (dicção dificultosa). Enfim, sem querer me alongar, tratava-se de um indivíduo que sem ser anão possuía crescimento anormal, além dos outros problemas citados. Eu vi tudo isso no pai dos garotos de Afrânio. Inevitável foi seguir minha viagem pensando nisso tudo.
Quando em Vila Velha cheguei, o texto estava prontinho, do jeito que é hoje. Não mudei uma vírgula. Lembro-me de que recordei na época uma frase de Zé Ramalho ao comentar o processo de criação de AVOHAI: "Essa música eu não escrevi, não a trabalhei. Na verdade, eu a psicografei... Ela estava lá prontinha na mente. Só escrevi o que meus pensamentos mandavam!". Guardadas as devidas proporções entre o mestre paraibano e eu, foi assim que aconteceu comigo ao escrever essa canção. Originalmente um repente, ela apareceu na minha mente.
Mostrei aos componentes da banda, dizendo-lhes que queria tocar aquele texto em uma mistura de repente e blues. Como era de se esperar os "jazzísticos" da banda torceram o nariz. Só o Edmilson Cadeth, baterista e meu grande amigo e seu irmão, Elias Cadeth, viajaram na história, mas como éramos "voto vencido" a letra foi para a gaveta.
Algum tempo depois, após o término da banda, resolvi tocar essa canção e outras que possuo em minhas aulas de introdução à linguística para meus alunos, demonstrando-lhes a variação na linguagem decorrente de fatores regionais e socioculturais. O resultado foi interessante, melhor que teoria o aluno ouvia as variações em "Hômi-gabiru" e "Pai-dégua!" - em que exploro o "falar paraense".
Esse ano, por sugestão de Edmilson, resolvi inscrever às pressas Hômi-Gabiru no I Festival de Música Paraense da RBA. Qual não foi minha surpresa ao receber a notícia de que havia sido selecionado entre as mais de 600 canções inscritas. Ficamos entre as 24 selecionadas para as duas eliminatórias (doze em cada uma). Acabamos ficando entre as 6 melhores da primeira eliminatória (junto a gente de peso e acostumada a festivais, como Ivan Cardoso, Alcyr Guimarães, Yuri Guedelha, Almino Henrique, Jacinto Kawhage e outros), o que nos credenciou a participar da final agora no dia 06/08/2009, na qual participarão as doze classificadas.

Rock Pará

O blog Rock Pará, de Sidney Filho, tá bombando. Poucos tem acompanhado as mudanças e eventos com a mesma assiduidade do jornalista. Precisamos de opinião e de informação. Sidney nos oferece informação em suas entrevistas curtas, atualizando-nos sobre o que acontece com os artistas e bandas de Belém. A entrevista com o Stress rendeu até repercussão no blog do Showlivre.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Suzana Flag + La pupuña + Johny Rockstar


Registro de Ana Flor da primeiro noite "te comporta, menina" no Palafita. Nesta próxima quinta-feira,9, a festa, que tem como anfitriões as bandas Suzana Flag e La Pupuña, recebe como convidado especial Johny Rockstar. Imperdível, ainda mais que mulheres com flyer não pagam ingressos até as 22h.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

www.frentepolonorte.com

A Frente Cultural Pólo Norte é uma iniciativa ousada e mais do que necessária. Tudo de mais importante na união entre os coletivos de música independente no Norte do país jamais feito. Algo comparado ao Fora do Eixo, só que feito por gente daqui, com interesses em promover a música daqui. Está crescendo e vai ser grande. Coincide com o projeto piloto que o Forum Paraense de Música Independente lança em setembro em parceria com o Sebrae-PA. Sobre este dou mais informações em breve.Enquanto isso, acessem, incessantemente, o Pólo Norte. Rola um "friozinho" gostoso lá.

Te comporta, menina


As bandas La Pupuña e Suzana Flag, duas das grandes revelações da música pop paraense, vão fazer o seu verão mais alegre em Belém. Mesclando seus repertórios autorais com covers e releituras de clássicos do rock e da MPB a dupla recebe uma banda convidada a cada quinta-feira de julho, a partir do dia 2, no Bar Palafita, na Cidade Velha.

A banda Suzana Flag antecipa músicas do seu disco que está no forno, Souvenir, aprovado pelo edital da Secult no ano passado e que está para ser lançado. Além disso, 60% do repertório é marcado por clássicos da MPB e do pop rock, incluindo releituras bregas clássicos dos anos 1980.

Por sua vez o La Pupuña vem da divulgação de seu disco, “All Rigth, Penoso”, que conquista fãs a cada nova audição pelo Brasil e pelo mundo. Depois de tocar no South by Southwest, em Austin (EUA), a banda apresenta seu show dançante, a ritmos latinos e paraenses, prometendo surpresas em parceria com o Suzana Flag.

Na primeira noite, na quinta-feira 2, além dos DJs Nicobates e Sidney Filho, vamos ter a apresentação da banda convidada Tomarrock, do vocalista Floriano (ex-Indústria Vital), que toca clássicos do rock dos anos 90.

Na segunda noite, além das bandas anfitriãs e dos DJs, Te comporta, menina, recebe banda convidada Johny Rockstar, que apresentou grande show no Fest Music e além de tocar seus hits autorais vai tocar clássicos do rock and roll e da jovem guarda.

As bandas Brizaboa (pop reggae), Van Pelts (pop e alternative rock) e Cuba Libre (Ritmos Latinos e Black) são as bandas que completam o mês a cada quinta-feira. A programação tem apoio da MTV Belém.

SERVIÇO:

Toda quinta-feira, festa “Te Comporta, Menina!”, no Palafita, Cidade Velha, ao lado do Píer das 11 Janelas, a partir das 21h. Ingressos a R$ 10. APOIO: MTV Belém e Ná Figueredo. Informações: 9614 1005. Meninas comportadas, com o flyer na mão, impresso na gráfica ou na net, entram free até as 22h.

Fala da Noite, Belém!

Dobradinha "Fala da Noite" e Qualquer Bossa. Não conhecia o blog. Muito boa iniciativa.