sexta-feira, 13 de março de 2015

O problema do "Brasil"

O problema do Brasil
Uma abordagem político cognitiva

Por Elielton Alves Amador

“O problema do Brasil são os políticos”. Pensando bem, não, “o problema do Brasil é o povo”. Afirmações performáticas como estas, que há muito tentam explicar nossos problemas, resumem a visão rasteira sobre as dificuldades da sociedade brasileira. Afirmações como estas estão na mesma base radical daquelas que dizem que “bandido bom é bandido morto”, muito repetida, por exemplo, por deputados policiais com formação filosófica ou sociológica zero; mas também estão na mesma origem de afirmações como a que diz que a “classe média é uma aberração cognitiva”, repetidas por doutores filósofos de carteirinha partidária.
O problema do Brasil, quando deixarmos de tentar explica-lo de maneira simplista, será muito mais complexo do que se imagina. Só de pensar, dá preguiça de continuar esse texto. Coisa de intelectual brasileiro.
Mas o fato é que o Brasil vive em guerra cognitiva. O Brasil é multipolar. A guerra civil ou o golpe de estado anunciados no wathsapp podem não ocorrer, mas não duvide. O que parece também é.
Aldous Huxley teve uma viagem de ácido e afirmou ter entendido que a droga era uma estratégia da Rússia para acabar com o “espírito americano”. Tive uma viagem pelas redes sociais e quase descobri que a droga pode ser uma estratégia dos EUA para implodir o “espírito brasileiro”.
O Brasil pode ser multicultural, diverso culturalmente e o caralho a quatro, mas o Brasil não é o centro do mundo, e precisa se ver como um projeto de nação, que nunca foi. Ou não, mas precisa se ver em alguma coisa que todos tenham a mínima noção do que seja. Porque não sendo o centro do mundo, o Brasil precisa ter uma política internacional. Mas para isso precisa saber o que é sua casa. Mi casa, su casa.
O Lula não é “burro”. Ele está mais para um “esperto”. Quem passou pelo que ele passou tinha que desenvolver capacidades cognitivas e persuasivas. Mas ele parece sincero, desenvolveu um carisma mesmo quando mente. Dilma mente sem carisma. Sem persuasão, ganha a ojeriza da classe média de baixa cultura e baixa cognição, que eles não são burros.
Talvez você diga que a presidenta não mente. Mas a mentira dela consiste em uma meia verdade mal dita.
O Lula fez o Brasil crescer explorando a cognição do status quo. O status quo brasileiro! Sacou o que o pobre queria e o que o empresário queria. Um queria comer e comprar geladeira, carro, fogão. O outro queria vender. Durante um tempo isso sustentou a ilusão de crescimento e desenvolvimento social. Mas a educação (afinal somos agora uma “pátria educadora”) ainda não conseguiu elevar a percepção do povo brasileiro.
Um homem educado, é que nem um homem nu, todo vestido por dentro, diz Emicida. É isso! A riqueza de um povo não está no que ele pode comprar. E uma nação com tanta diversidade, tanta desigualdade social e econômica, não pode se equilibrar sem uma guerra entre as classes dominantes e dominadas, mesmo que essa guerra seja simbólica e virtual.
O pelego não vai segurar essa onda se o cavaleiro não aliviar o lombo do burrito. Entendeu?! Ou não entendeu? Como diria um antigo editor meu, “então, vai pensado, quem sabe um dicionário ajude.”
Uma nação como o Brasil, já disse Celso Furtado, não pode achar que seu desenvolvimento será pautado exclusivamente pela ilusão do crescimento econômico. Mas todo dia nos jornais o “pibinho” do Brasil é achincalhado pelos especialistas de coisa nenhuma e pelos jornalistas que não entendem nada. Fazem o jogo dos patrões e só! A comunicação do PT não consegue desconstruir essa ideia. Ou porque acha que o povo é burro e não vai entender. Ou porque ele mesmo não entende. Entende somente a lógica empírica, da política desenvolvida por Lula, de alianças e estratégias de manutenção do poder e do status quo.
E o PSDB? Bem, talvez o FHC tenha entendido alguma coisa. Dizem que ele andou dando uns tapas na pantera preta da marijuana e isso lhe abriu a mente. Mais ninguém mais do lado dele quis compreender ou compartilhar esse baseado. Aécio só quer saber de cafungar, deixou a barba crescer pra tentar confundir certas noções de “esquerda/direita”. Coitado!
E ensinar...?! Além da preguiça, FHC ainda tem que preservar as vantagens de estar onde esta. E não preciso dizer mais nada. Ou preciso?!
Tem saída? Não. Não em um partido. As pessoas têm que se olhar no olho e conversar, ir à aula, ao trabalho... e conversar. Ler um livro e pautar a televisão e os jornais. Com seus problemas reais e os problemas comuns. Para entender o problema comum tem que ter comunicação! É pra isso que serve! Não pra mascarar o interesse de uns.
Tem que limpar a calçada e ligar para o prefeito cobrando. Não interessa se ele é do seu partido ou se ele emprega a sua sobrinha, que não estudou, e não conseguiria, por mérito próprio, nem um estágio na iniciativa privada, sem QI.
Não sei de onde virá a solução, mas eu sei que essa virtualização da vida nos tira a concentração. A gente tem que botar o pé no chão e sentir o território. Se proteger do frio e da fome, e, ao mesmo tempo, fazer crescer o mundo das ideias na nossa cabeça. Quem sabe assim o “Brasil” que todos acham grande em suas “ideias”, em sua “percepção”, seja, enfim, tão grande quanto seu território. Até lá, muitas batalhas serão travadas. Parece. 

terça-feira, 13 de maio de 2014

Entre o afeto e a política nas eleições do Sinjor-PA

O texto a seguir foi publicado originalmente no site da Chapa #Soumaissinjor que concorre à direção do Sindicato dos Jornalistas do Estado do Pará (Sinjor-PA). Ele pode ser lido no original AQUI.

Integrantes da Sou Mais Sinjor, que integro. Foto: Tarso Sarraf

Meu amigo Anderson Araújo escreveu um texto muito ponderado sobre as eleições do Sinjor-PA que estão em curso. Ele declarou neutralidade (você pode ver o texto aqui). E, veja bem, eu não comecei esse texto dizendo que o jornalista Anderson Araújo é meu amigo para tentar colar nele a figura da chapa 01 “Sou Mais Sinjor”, que integro. Esse começo “afetuoso” tem um motivo e vou explicar. Antes, porém, quero lembrar que temos (nós, jornalistas paraenses) um colega colunista que sempre começa seus textos dizendo que esteve na casa de um ou mais amigos, ou que compartilhou com eles uma opinião sobre determinado assunto, antes de falar sobre o tema de sua coluna. Penso que isso tem a ver com a necessidade afetiva que transborda nas redes sociais e fora delas. Falo e começo meu texto com esse recurso para observar um dos pontos frisados, de maneira franca, mas sutil, no artigo do Anderson. Trata-se exatamente da questão afetiva.

O grande professor Muniz Sodré tem uma aula registrada e postada no Youtube muito boa sobre o tema da diversidade cultural, que está em voga também nessas eleições, e também de maneira quase subliminar, a partir do slogan adotado pela chapa 2 (Sindicato é pra lutar). “Somos plurais, somos chapa 2”, diz o texto. Ele brinca com o número da chapa e com a diversidade cultural dos membros da mesma. Trata-se obviamente de um recurso discursivo muito bem bolado, ainda que eu duvide de sua eficiência publicitária.

Pois bem, vocês podem acessar a magnífica aula de Muniz Sodré neste link. Mas posso resumir a questão dizendo que Sodré observa que a diferença, motivo intrínseco da diversidade, está dada entre os homens. Ela não precisa ser “reconhecida”, no sentido de que precise ser observada, anunciada. A diferença entre os homens e mulheres esta dada, sempre existiu. Os espécimes humanos (não se trata de uma questão de gênero) são diferentes. São diferentes mesmo entre etnias comuns, mesmo entre povos diferentes, entre classes, entre gênero, enfim. Imaginem vocês, então, entre uma categoria tão plural quanto a dos jornalistas.

Digo isso de antemão para derrubar o pensamento que, por oposição, chegasse à conclusão falaciosa de que a chapa 01 “Sou mais Sinjor” não seria plural ou tão diversa quanto a chapa 02 (Sindicato é pra lutar). A diferença está dada, como ressalta Muniz Sodré. Ou, como diria aquela canção da banda paraense Norman Bates, em que toquei por 15 anos, “A diferença soma, a diferença é nós, a diferença é voz.”

Sodré ressalta que a diferença não precisa de reconhecimento, e critica os estudiosos culturalistas pelo reconhecimento distante das diferenças. Um eruditismo inócuo, segundo ele. A diferença precisa ser aceita. E aceitar a diferença evidencia a necessidade de exercitar o afeto, pois é o afeto que permite se misturar ao diferente. Então, chegamos a mais uma questão. A questão principal eu diria.

Anderson assim como eu, certamente,  tem muitos amigos tanto na chapa 01 quanto na chapa 02. E, além de estar distante, preferiu não manifestar apoio a uma ou outra chapa porque isso provocaria o afeto dos amigos, e dos “não-amigos”, que não somos também unanimidade. Coisas da sociedade das redes sociais, tão carente de afetos.

Uma coisa não tão clara na palestra de Muniz Sodré, mas que fica mais evidente, por exemplo, em trabalhos como o do sociólogo francês Michel Maffesoli, é que o afeto não implica simplesmente em uma relação de harmonia, de amor, de amizade ou de qualquer conceito que defina uma condição pacífica, sem conflitos. Diria um psicólogo amigo meu (outro amigo, vejam como sou querido!), que o afeto é aquilo que te “afeta”. Algo que te afeta pode promover sensações incríveis de bem-estar, mas também pode provocar extremo desconforto, e condições de grande conflito. Se o ser humano é diferente por natureza e se já tem tantos conflitos internos, dele com ele mesmo, imaginem se não teria conflitos entre comuns. Fossem amigos ou inimigos. Aquela música “Entre tapas e beijos” traduz bem o que é uma condição de afeto. Principalmente um afeto corrosivo, complexo e transtornado.

Aquém (ou além) da questão afetiva, que se manifesta de forma evidente no texto de Anderson quando ele se refere, por exemplo, a certa “animosidade intrínseca” do início do debate entre as chapas, está uma questão política. Ao ponderar que apesar dos afetos (e apesar do mea culpa que Anderson faz pela sua omissão como delegado sindical), ele espera “organização” e “ganhos políticos” para a categoria, de qualquer que seja a chapa vencedora, Anderson expõe a necessidade de uma prática política elevada, altruísta, uma prática que os instintos afetivos parecem obscurecer nessa campanha. A política, como sabemos, é a arte da convivência entre os diferentes. A política é reflexão prática. E penso (e agora sou eu quem está dizendo) que essa obscuridade política fica evidente nos ataques sistemáticos com que a chapa 2, oposição a atual diretoria do Sinjor-PA, iniciou sua campanha. Enquanto reviso este artigo eles insistem em atacar diretores do Sindicato. Tristemente.

Um bom observador nota o que EU, eu mesmo, estou dizendo. Um grupo de valores inquestionáveis como é a chapa de oposição à atual diretoria do Sinjor, que, por sua vez, teve obviamente seus defeitos (e refletiu a omissão da categoria em certa medida, e isso já foi dito por pessoas de fora das duas chapas nos debates que se seguiram nas redes sociais), não se pode deixar de notar que foram as emoções exacerbadas pela violência trabalhista cometida contra o grupo que se autointitula “Gatos Pingados”, força motriz juntamente com a diretoria do Sinjor-PA da greve do Diário do Pará, que proporcionaram essa oposição “chapa quente”. A cada novo ataque, esse grupo soa como se fosse um bando de cães raivosos, ao invés de gatos malandros e dóceis. Antes que os ataques recomecem, notem que uso essas expressões de maneira figurativa, para demonstrar um comportamento equivocado ou malicioso, não quero pré-julgar ninguém (mas também não sejamos ingênuos). Não somente por causa da campanha, mas como muito bem frisou Anderson, pelo pós-campanha.

Se fossemos falar sobre política, além da afetividade, talvez atiçássemos ainda mais os afetos, ou os ânimos. Mas o fato é que, politicamente, para não ficar bancando o erudito e citando autores, é preciso pensar em um projeto sindical. Não somente em um “movimento sindical”. A categoria dos jornalistas faz parte de um campo social (refiro, sim, a Bourdieu) muito forte, que está ligado às estruturas de poder hegemônico e precisa pensar o sistema de dentro dele. Não podemos neste campo, a meu ver (e isso obviamente é a opinião de um observador político, crítico, plural), agir com os afetos predominando sobre a reflexão crítica (os gregos diziam que a crítica é a arte do discernimento). Pessoas enfurecidas, sob forte efeito da emoção, não são capazes de discernir. E isso não as faz piores. É humano. Assim como é humano a capacidade de superar a emoção. E pensar, como Habermas, em uma ação comunicativa. Por isso, que não reste dúvidas, Sou mais Sinjor. Porque nossa união não exclui a diferença. A diferença, sempre existirá. Nossa união é calcada na reflexão crítica, no discernimento.

Por fim, mais uma vez, preciso frisar que não quero colar na figura do Anderson. Usei esse recurso discursivo para me fazer compreender, a partir de uma prática didática e dialógica (e quem sabe bem-humorada), a dimensão das questões aqui envolvidas. Como qualquer colega que tem opinião própria não espero que o Anderson seja unanimidade para que eu possa capitalizar votos de nossa amizade (como já disse, ele e eu, diferentes, temos muitos amigos, ou não, em comum em ambas as chapas). Muito menos pretendo ser unanimidade em qualquer campo. Quero, sim, ter a oportunidade de pensar e refletir sobre as nossas condições e propor alternativas. E que violência ser atacado por isso.

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Elielton Alves Amador é graduado em Jornalismo pela Universidade Federal do Pará (UFPA) em 1999, é especialista em Comunicação e Política nos Órgãos Públicos (Unama/2009) e Mestre em Ciências da Comunicação (UFPA/2014). Foi repórter do jornal O Liberal, colunista, repórter e editor do Diário do Pará. Atuou em assessorias de imprensa, como a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e Universidade do Estado do Pará (Uepa). Também foi assessor na Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) e outros órgãos estatais. Atuante na área da cultura, já foi delegado setorial e presidente da Associação Pró-Rock. Também é músico e editor do site Pará Música (paramusica.com.br), colabora com revistas paraenses e assessora artistas e empresas na área cultural.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Mariana pelo baile brega da saudade

Um desses casais no salão tem como par a atriz Mariana Rios

Muita coisa importante sobre a qual gostaria de blogar. Mas o tempo e a complexidade dos temas não têm me dado essa oportunidade. O olhar acadêmico tende, pelo menos nesse momento, a frear conclusões apressadas, análises superficiais etc. Mesmo assim, o olhar jornalístico obriga a publicidade mesmo que seja em “aberto”. Mas nesse momento vou me permitir uma “futilidade”. Ontem estive n’A Pororoca, tradicional casa de baile de Belém, acompanhado da produtora e cantora Gláfira Lobo que deu de presente o passeio pelo Baile da Saudade do Poderoso Rubi à produção do filme “Órfãos de Eldorado”, que está sendo rodado na cidade sob a direção de Guilherme Coelho. Acompanhamos, juntamente com o guitarrista da banda Madame Saatan, Ed Guerreiro, os atores Mariana Rios e Daniel Oliveira, além do diretor e da preparadora de elenco Maria Silvia, entre outros membros da produção. Durante 10 minutos, Mariana soltou-se a dançar o brega no salão, chamando a atenção de todos os convidados e presentes. Fez “a festa” dos fãs que logo formaram discreta fila para bater fotos com a moça.  Depois de um tempo, Mariana, muito solicita e atenciosa, se retirou com a equipe para o camarim VIP da casa oferecido pelo próprio dono do local. Enquanto isso, Guilherme Coelho fez abordagens no salão para selecionar figurantes para uma cena que vai se passar exatamente em uma gafieira. A visita fez parte da preparação de Mariana, que é protagonista da cena que vai acontecer na gafieira. Anteontem, o próprio escritor amazonense Milton Hatoum, autor do livro que deu origem ao roteiro,  esteve em Belém para filmar uma participação na película. 


Paciente e simpática, a atriz interrompeu a dança para atender aos fãs

sábado, 29 de dezembro de 2012

Ministério da Cultura realiza encontro e renovação dos colegiados setoriais

Soft Power: A ministra Marta Suplicy
na abertura da reunião dos "Fóruns
 Setoriais", em Brasília.
Os Colegiados Setoriais de Cultura, instâncias consultivas que compõem o Plano Nacional de Cultura (cuja instância superior é o Conselho Nacional de Políticas Culturais – CNPC), tem nova configuração desde o último dia 15 de dezembro quando encerraram as reuniões convocadas em Brasília pelo Ministério da Cultura. Neste texto pretendo registrar os fatos mais importantes ao processo, principalmente, aquilo referente ao Colegiado Setorial de Música (CSM), do qual fiz parte como membro nato desde 2005 e do qual me despedi este ano deixando novos colegas no lugar. Também registro as falas da nova ministra da Cultura, Marta Suplicy, e do presidente da Funarte, Antonio Grassi, que esteve presente à reunião do CSM.
O encontro reuniu cerca de 450 delegados de todos os 17 colegiados (Design, Música, Teatro, Culturas Populares, Dança, Artesanato etc.), eleitos em processo eleitoral pela internet – onde a dificuldade do sistema criado pelo Minc e a burocracia exigida eliminou mais da metade dos eleitores aptos a votar e muitos candidatos. Essa dificuldade, fora as dificuldades de locomoção e passagens de muitos delegados, foi um dos principais motivos de críticas dos delegados na cerimônia de abertura, onde o diretor do departamento de participação social da Secretaria Nacional de Articulação Social da Secretaria Geral da Presidência da República, Pedro Pontual, falou sobre democracia participativa e democracia representativa, e expôs as ações do governo federal para promover a participação popular no processo de decisões em várias instâncias.
Apesar da boa vontade demonstrada por Pontual e o Secretário de Articulação Institucional, João Roberto Peixe, as críticas se sucederam até que eles não tivessem mais tempo de responder, pois havia acabado o tempo e era a vez da cerimônia com a participação da ministra. Além dos delegados, havia observadores como a antropóloga Lorena Avellar, que prepara a tese de doutorado na USP sobre políticas públicas na área cultural.
Uma das críticas que também ressoaram no salão do Centro de Eventos e Convenções Brasil 21 foi a da delegada paraense Edna Marajoara, que reclamou da falta de institucionalização do “custo amazônico” nas diretrizes do Plano Nacional de Cultura por parte do CNPC. Produtores, artistas e gestores criticam veladamente o conceito por acharem ora uma forma de privilegiar a região amazônica sobre as demais, ora por dizerem que não sabem exatamente do que se trata esse custo.
Fato é que o custo amazônico foi aprovado como diretriz por grande número de votos na última Conferência Nacional de Cultura, dois anos atrás. Apesar disso, o CNPC não validou a institucionalização do conceito – apesar do Minc ter iniciado um programa compensatório com o edital para micro projetos culturais para a Amazônia Legal. A defesa de uma política de desenvolvimento artístico e cultural para a Amazônia foi defendida e tem sido reiterada pelos representantes do Fórum Permanente de Música do Pará como eu,  Augusto Hijo e Gláfira Lobo, além de muitos outros representantes que vem participando do processo de construção de uma política nacional de cultura desde 2005, quando foram criadas as câmaras setoriais. Considero-o, antes de um conceito econômico, um investimento e uma compensação pela exploração dos recursos naturais e pela omissão histórica da cultura regional como parte de suposta identidade nacional. Se falarmos de soft power, como explicitaremos mais adiante, o potencial é grande. Sem negar, de forma alguma, a contribuição que a cultura das demais regiões dão ao país.
No final, não obstante as críticas, delegados e gestores pareceram chegar a um consenso em que, apesar das falhas, a participação democrática tem sido, na maioria dos casos e a despeito das mudanças promovidas pela ministra anterior, favorecida pelo Minc. Pelo menos a impressão que tivemos é que o carisma e a desenvoltura política da nova ministra Marta Suplicy traz mais segurança ao setor.
  

O soft power de Marta Suplicy


A ministra recebeu de presentes
um Búfalo de balata, tipo de látex
 que só dá nas seringueiras do Marajó. 
A abertura oficial da reunião dos colegiados setoriais de cultura (chamados erroneamente pelo próprio Minc de Fóruns Nacionais Setoriais) ocorreu pela parte da noite do dia 13 de dezembro, depois das palestras dos gestores e das críticas dos delegados, com a participação da ministra Marta Suplicy e de mais duas mulheres: Rosa Coimbra, representando a participação da sociedade civil no CNPC, e a deputada Dorinha Seabra Resende, representando a frente parlamentar em defesa da cultura e a comissão de educação e cultura. Silvestre Ferreira, da Fundação Cultural de Joinville e presidente do Fórum Nacional dos secretários de dirigentes municipais de cultura das capitais e regiões metropolitanas, completou a formação da mesa.
Rosa Coimbra reiterou o apoio do CNPC ao governo, apesar de ressaltar que nem todas as demandas tem sido atendidas. Dorinha falou sobre a frente parlamentar, que é suprapartidária e tem conseguido mobilizar muitas questões dentro do Congresso Nacional como a aprovação recente do Vale Cultura, que chegou a ser anunciado ainda no governo Lula mas que ainda depende de regulamentação. Ferreira empenhou apoio dos secretários.
Mas a fala que todos aguardavam mesmo era a da ministra, que imprimiu um tom descontraído e informal ao seu discurso. “Eu estou aqui, conversando com vocês, esperando que a gente possa, junto, entender melhor o processo”, dizia ela.
Marta falou da marca que quer imprimir à sua gestão. Ressaltou as dificuldades de execução de orçamento e de falta de interação política e institucional da pasta, e contou como tem contado com apoio da frente parlamentar, do presidente do senado José Sarney e da equipe do ministério, que pouco se alterou com a sua chegada recente. “Demos sorte que ele também é da área”, disse, relembrando a verve literária do ex-presidente da República e ressaltando a importância dele nas articulações políticas para a aprovação do Vale Cultura, que ainda depende do convencimento das empresas que podem ou não adotar o sistema.
O contingenciamento orçamentário da pasta e a falta de habilidade das organizações culturais com a gestão financeira dos projetos foram apontados pela ministra como algumas das dificuldades de implantar uma marca forte. Mas ela anunciou orgulhosa que àquele momento o ministério chegava ao recorde de 96% de execução do próprio orçamento.
Falou que o ministério vai implantar os projetos mesmo que as organizações culturais não tenham fôlego e convocou os municípios e as instituições a pedirem ajuda se for preciso. “Se não tiver produtor capacitado para executar os projetos, nós vamos até lá”, ressaltou a ministra. O anúncio parece coincidir com o edital de seleção de 114 produtores culturais para trabalhar no ministério lançado recentemente.
Mas foi quando falou da implantação dos CEUs das Artes no exterior que Marta Suplicy reiterou a vocação de sua gestão para o desenvolvimento integrado entre a economia criativa e a educação. Para quem não sabe, os CEUs são “centros unificados” que nasceram do conceito dos Centros Educacionais Unificados, implantados por Marta quando foi prefeita de São Paulo. A cidade conta hoje com mais de 40 CEUs que oferecem educação integral, esportes, assistência e cultura aos alunos da periferia. Marta já começa a implantar CEU’s pelo Brasil e contou como a prefeitura de Lisboa, em Portugal, lhe ofereceu um terreno para a construção de um CEU lá, disseminando a cultura brasileira. “Quando chegamos na França, o embaixador disse que já sabia que nós íamos construir um CEU em Portugal e perguntou porque não fariam o mesmo em Paris. Eu disse que não tínhamos perna para isso, e eles nos ofereceram também um terreno para implantar um CEU em Paris, e agora temos mais um CEU para implantar na Europa”, disse a ministra.
Ela mesma contou das críticas a respeito de investir dinheiro da cultura no exterior e disse que era importante, que era soft power. “O pessoal da economia criativa sabe do que estou falando”, afirmou a ministra.
A partir da página 12 do livro “Mainstream – A guerra global das mídias e das culturas” (Civilização Brasileira, 2012), o sociólogo francês Frederick Martel, um entusiasta das indústrias criativas, explica o conceito de soft power através do cientista político americano Joseph Nye, então presidente da Kennedy School, “a prestigiosa escola de ciências politicas e diplomacia” sediada em Harvard. Nye analisou a “interdependência complexa” das relações entre os países numa época de globalização e inventou o conceito de soft power, que serve ao governo de Barak Obama atualmente. Consiste em uma estratégia de sedução que dá poder e está baseada na cultura e não mais na força militar, o hard power. Segundo o cientista, “o soft power também é a influência por meio dos valores como liberdade, democracia, individualismo, o pluralismo da imprensa, a mobilidade social, a economia de mercado e o modelo de integração das minorias nos Estados Unidos.”
Assim, temos uma ideia do que será a marca de Marta com os CEUs – em que ela pediu para não economizar, pois, segundo ela, é com instalações e equipamentos de ponta que a prática das artes deve se desenvolver entre os jovens.



A renovação do colegiado de música



Delegação Norte do Colegiado de
Música: Nicolau, Wertemberg ,
Hijo e Luciano Souza.
Dada a dificuldade de participação pelo processo eleitoral implementado pelo Minc, praticamente ao mesmo tempo em que a ex-ministra Ana de Hollanda caia e ascendia Marta Suplicy, muitos dos 17 colegiados setoriais ficaram incompletos. Cada colegiado é formado por 30 membros, sendo 15 titulares e 15 suplentes. O colegiado setorial de música contou com a participação efetiva durante as discussões e o processo eleitoral de 32 delegados e membros natos – aqueles que participam do processo desde a implantação das câmaras setoriais em 2005. Destes, quatro membros natos em segundo mandato não poderiam participar da renovação dos colegiados, entre eles o mineiro Makely Ka, o goiano Du Oliveira, o representante do Paraná  Manoel Souza Neto e eu. Apesar disso colaboramos substancialmente para a fluidez do processo, acredito.
Assim sendo o processo eleitoral tomou início, não sem antes o ator Antonio Grassi, atual presidente da Fundação Nacional das Artes (Funarte), braço institucional do Minc que organiza os colegiados/câmaras desde 2005, receber e responder a algumas críticas. Tudo parte do processo democrático, que eventualmente demonstra alguns gargalos políticos setorizados ou talvez regionalizados.  Grassi respondeu principalmente sobre a desarticulação da Rede Música Brasil e a ausência da Feira Música Brasil, e de algumas feiras regionais. Aceitou a sugestão de Makely Ka para construir um Seminário Nacional da Música.
De volta à reconstituição do colegiado, como não havia delegados suficientes para uma disputa mais acirrada, alguns membros natos tentaram mais uma vez repetir o consenso promovido por amplas discussões entre o Fórum Nacional da Música e o Circuito Fora do Eixo na última pré-conferência nacional de cultura, em 2010, onde foram eleitos os delegados que agora deixaram o cargo. Esse “consenso” encontrou, na minha opinião, muitas dificuldades de ser executado e acabou por colaborar por um esvaziamento do FNM e um afastamento do CFE depois que Juca Ferreira deixou a pasta sendo substituído por Ana de Hollanda. Nesta reunião havia três membros do Fora Eixo, inclusive Ney Hugo, ex-baixista da banda Macaco Bong, que atualmente conduz os trabalhos do coletivo no Rio Grande do Sul.  
Grassi, da Funarte, rebatendo
críticas. Ele prometeu Seminário
Nacional de Música
O rodízio entre titulares e suplentes foi a priori mantido mas é um acordo entre os delegados, que depende deles e não do Minc. Dessa forma, sugeri que seguíssemos a proposição do CNPC e elegêssemos primeiramente as representações regionais, já que cinco dos 15 titulares do colegiado são representantes regionais. Cada região, então, se reuniu e elegeu seus representantes. A região Centro-Oeste contou com apenas uma representante em todo o colegiado, a produtora Alexandra Capone, irmã do saudoso Tom Capone. A região Norte teve apenas três representantes aptos no processo: o paraense Augusto Hijo e Wertemberg Nunes e Luciano de Souza, ambos do Tocantins (O Pará teria mais um representante apto, o produtor Márcio Macedo, mas este não pode participar da reunião, pois as datas foram alteradas e ele tinha um compromisso em Belém com o show do Cabloco Muderno de Marco André).
O representante da região Norte escolhido foi o paraense Augusto Hijo que a princípio ficou sem suplente, assim como Alê Capone. A compositora Ana Terra, do Rio de Janeiro, foi escolhida pelo Sudeste, e o professor e compositor Ricardo Bordin foi eleito pelo Sul. Val Macambira foi o representante do Nordeste. Cada regional indicou ainda um delegado para ocupar uma vaga do colegiado representando também os setores criativo, produtivo ou associativo. A indicação da região Norte foi Luciano, que é presidente do Sindicato dos Músicos do Tocantins e participa da Federação Nacional de Cooperativas de Músicos.
Depois de escolhidos os representantes regionais foi a vez de eleger os outros cinco titulares, que foram eleitos no voto. A indicação da região Norte, o músico e produtor  Wertemberg Nunes, foi o segundo mais votando com 14 votos, atrás apenas do maestro Amilson Godoy, de São Paulo, que teve 19 votos. Atrás dele teve Ney Hugo (12 votos), Gabriel Alves (11), Aládia Quintella e José Raimundo Alves (ambos com 10 votos) – cada delegado votou em três nomes já que eram seis vagas restantes, uma vez que a região Centro-Oeste não pôde indicar outro membro.
Val Macambira e Aílson Godoy,
novos membros do CNPC, com João
Roberto Peixe, da SAI.
Por fim, depois de uma maratona de debates que incluiu a tentativa de incluir mais dois membros como suplentes que ficaram impossibilitados de chegar para a reunião por algum motivo – em geral por conta da dificuldade do próprio Minc em conseguir passagens  para todos –  o novo colegiado elegeu no voto os dois indicados ao Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC). Os escolhidos foram o maestro Amílson Godoy, representando a música erudita, e o baiano Val Macambira, representando a música popular. Os suplentes ao CNPC, a câmara alta da cultura no Minc, foram, respectivamente, Luís Felipe Gama, da cooperativa de música de São Paulo, e a produtora Alê Capone.
Uma das primeiras ações de membros dos colegiados e outros agentes engajados no processo é uma reunião em janeiro, no Rio, com a direção da Funarte para a elaboração de um Seminário Nacional da Música, a que propusemos etapas regionais antecipando a ação.
Meu relato não seria completo ainda se não registrasse que houve críticas implícitas e explicitas ao modo como FNM, CFE e outras organizações conduziram o CSM promovendo certo esvaziamento do mesmo, para o que muito colaborou também a gestão conturbada de Ana de Hollanda. Principalmente Manoel Souza Neto e Malva Malvar, de Sergipe, frisaram a necessidade do CSM promover uma mobilização e um debate aberto com as bases do fóruns, sempre difíceis de mobilizar. Ações práticas como a conduzida por Val Macambira e correligionários da Bahia e por Ale Capone, juntamente com o governo do DF tem tido êxito. Acho que o novo momento também coincide com uma nova articulação do Fórum Municipal de Belém, que reúne vários membros dos colegiados. Parece um novo momento. Tenhamos esperança e vontade de trabalhar. 

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Cenas, textos e mesas



 A jornalista Yorrana Oliveira, produtora da revista Conecte!, do grupo Ideal, me convidou para escrever um artigo de 2 mil toques motivado pela pergunta "por que o rock paraense não conseguiu o mesmo sucesso que o tecnobrega ou as guitarradas". Disse que era uma pergunta difícil mas topei escrever sobre o conceito de cena musical do canadense Will Straw, uma vez que ele explica bem a relação sensível das cenas mais rústicas e originais como suponho ser a do rock paraense. Consegui escrever 2,9 mil toques -- a edição se encarregou de eliminar os excessos para caber na página da revista, que você pode conferir gratuitamente nos pontos de distribuição da Jokerman pela cidade. Aqui você confere a página e o texto original na íntegra. 
 Aproveito para informar que nesta sexta-feira participarei da Semana de Comunicação da Cesupa, na mesa de debate "A expansão do blog no consumo das massas", que acontecerá às 16h no Auditório da Unidade CESUPA da Alcindo Cacela, n. 1523, que fica localizada entre a Av. Governador J. Malcher e Av. Magalhães Barata. 


Cenas musicais e mercado
ou sensibilidades e articulações

O sucesso comercial raramente se confunde com a efervescência de uma cena musical. São necessários muitos fatores de mediação em favor, principalmente, do mercado para que cenas musicais locais possam ser “alçadas” a uma condição de destaque nacional em nível de mercado. Os exemplos mais clássicos são o grunge de Seattle e o manguebeat de Recife.
Convém visitar um novo conceito de “cena musical” utilizado pelo sociólogo canadense Will Straw. Para ele, a cena nasce nos afetos e sensibilidades, onde o compartilhamento da música gera a criatividade que produz efeitos sociais, econômicos e culturais em um espaço geográfico. Por exemplo, garotos que curtem rock juntos decidem montar bandas para aplacar o tédio. Essas experiências sensíveis começam a impactar as dimensões culturais, sociais e econômicas na medida em que formam identificações, mobilizam o comércio de instrumentos, estúdios etc e ocupam o espaço intersubjetivo com as imagens criativas de suas canções (em shows, rádios...).
Para caracterizar uma cena, é necessário ter sensibilidade e articulação. Ou seja, é preciso que os sujeitos dessa cena tenham uma interação produtiva, criando a efervescência cultural. Mas Straw foi criticado e teve que admitir que não somente as sensibilidades impulsionam ou retraem as cenas. Políticas públicas e fatores econômicos podem diminuir a intensidade ou criar agenciamentos políticos.
Penso que uma cena que ganha dimensões comerciais sofreu necessariamente, direta ou indiretamente, a ação do mercado, que não quer a efervescência, quer a qualidade técnica e os fatores estéticos que atendam aos padrões estabelecidos. O rock paraense, pela sua natureza instintiva, é resistente a isso.
Daí a importância do Carlos Eduardo Miranda para o Terruá Pará e o destaque da nova cena paraense. Miranda nos acompanha desde 2003. Encontramo-nos nesse ano em São Paulo e ele conhecia a minha banda, a Norman Bates, que ele declarou admirar. Mas sabia que a banda ainda tinha que ter muitos acertos para se encaixar nos padrões midiáticos ou fonográficos. O mesmo se pode dizer da Madame Saatan e de outras, mesmo as mais pop de Belém.
Questões de gênero e econômicas também podem provocar as oscilações de mercado. Pode haver um produto em falta no mercado e ele tem que ser substituído por outro. Ou o custo de um é mais barato que o outro... A construção de um mercado regional ou um novo mercado nacional que aprimore a técnica e crie novos valores estéticos da cultura de massa é uma utopia boa, vivida por quem acredita em conceitos como economia criativa e economia solidária, por exemplo. Continua sendo um caminho quando há sensibilidade e articulação.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Alteridade no Intercom


A reitora da Unifor, DaMatta e Raquel Paiva na abertura do Intercom 2012
O antropólogo Roberto DaMatta proferiu a palestra de abertura do 35º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, que aconteceu no mês passado, entre os dias 3 e 7 de setembro em Fortaleza (CE), na moderna Unifor, uma das melhores universidades particulares do Brasil. O tema era futebol. O intelectual traçou diversos paralelos entre o futebol e o comportamento social do brasileiro. Não faltaram piadas e comentários divertidos. DaMatta é um entertainer. Tem o tempo da piada.
Mas quando a professora Raquel Paiva perguntou o que DaMatta achava da alteridade, da relação com o outro na sociedade. DaMatta descreveu  exemplos cotidianos como a família que anda no calçadão da praia de Iracema “em linha” evitando que outros transeuntes possam passar, ou, no trânsito, quando alguém para para conversar em plena via pública impedindo os demais transeuntes de transitar.
Os dois exemplos mostram a necessidade urgente de ir e vir, e, apesar da preocupação com esse direito não deixar de ser uma alteridade, está longe de direitos mais elementares com os quais a sociedade, cada vez mais individualizada, parece não se importar.
É por isso que a própria Raquel Paiva colocou a alteridade no centro das discussões do próximo Intercom, que vai acontecer em Manaus em 2013. O tema “Comunicação e afetos em temos de redes sociais” foi proposto por ela e apresentado na reunião anual da Intercom realizada durante o evento em Fortaleza. Alteridade é um conceito em voga nas ciências sociais aplicadas atualmente .
Em 2013, o Amzonas vai sediar tanto o Intercom Regional Norte quanto o Nacional. Confira o site do Intercom Manaus: www.intercomanaus.com

terça-feira, 15 de maio de 2012

Curso de Economia Criativa


No dia 05 de junho, terça-feira, Belém receberá o Curso de Economia Criativa e Empreendedorismo, evento gratuito que será realizado em cinco capitais, mapeando todas as regiões do país. Trata-se de um projeto realizado pela Garimpo de Soluções (SP), que conta com o patrocínio do SEBRAE nacional e que, no Pará, tem também o apoio do SEBRAE-PA, da Representação Regional Norte do Ministério da Cultura e do Banco da Amazônia.
Na programação, duas aulas com professores que são referência nacional na área: a economista e urbanista Ana Carla Fonseca Reis e o economista Leandro Valiati. Além das aulas expositivas, os professores conduzem uma mesa-redonda formada por agentes representativos do setor cultural e criativo local, integrando empresários, gestores e profissionais ligados ao segmento. Assim, teoria e prática juntam-se para dar espaço ao nascimento de ações efetivas e bem fundamentadas.
Para se inscrever mande um e-mail para economiacriativa@gmail.com com "Belém" no assunto e seu nome e RG no corpo da mensagem.