sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Norman: um retorno possível

Agosto, mês de desgosto. Então, por que não promover mais um retorno assombroso de uma banda de rock que tem no nome a referência a um personagem de filme de suspense, de uma vida familiar desgraçada, por assim dizer, que acaba com a vida de uma loira linda e pilantra, de quadris largos e olhos reluzentes mesmo em P&B? Pois é. Tal idéia brilhante só podia sair da cabeça de um aniversariante do mês desgraçado pela superstição alheia. Alheia porque o chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Cláudio Puty, não acredita que o mês em que veio à luz seja tão ruim. Mas, de qualquer forma, dizem os astrólogos, ele deve estar saindo de seu inferno astral por esses dias.
Foi do próprio, fã de algumas das mais expressivas bandas desse tal rock paraense, a idéia de chamar o Norman Bates para tocar na festa de aniversário dele, que ocorre esta noite na sede do Sindicato dos Bancários. Cláudio disse-me certa vez que gostava muito de ouvir a banda tocando um dos maiores hits da antiga Belém FM, Almirante Braz, da banda Tribo. Por ocasião da festa, disse que ficou ainda mais feliz em saber que o convite talvez motive um retorno antecipado da banda aos palcos e, consequentemente, ao estúdio.
O grande problema era “recuperar” o baterista Regi Cavalcante, motor rítmico da banda, considerado por alguns (não muitos, é verdade, pelo menos publicamente) um dos melhores instrumentistas do rock paraense. Regi "perdeu" para o rock e para a necessidade de trabalhar e dar um rumo mais promissor em sua vida. Tanto que, pelo menos por enquanto, esse ainda não significa o retorno dele.
Convidamos o amigo Wagner Nugoli (baterista da banda Tennebrys, uma das finalistas da seletiva do festival Se Rasgum e um dos muitos amigos que nos acompanharam em ausências anteriores do “comandante” Reginaldo) para a missão.
Não foi fácil. Poucos ensaios, músicas novas, dois guitarristas enferrujados e dois vocalistas idem, mas com muita vontade de voltar a fazer aquela pressão aqui na "Toca do Psicopata", de onde rascunho esse release de memórias. Mas Wagner foi superatencioso e dedicado, ouvindo com atenção as músicas e aceitando nossas sugestões para fazer o som ficar mesmo com a cara do Norman Bates. Ele segurou uma onda com uma mão cheia de músicas que agente pegou a tempo de mais este retorno. Pude constatar no ensaio geral, com alegria, que será uma apresentação honesta e digna.
Incomodamos um pouco os vizinhos, mas respeitamos os horários mais críticos e tentamos "enxugar" o som. Manter o noise das guitarras no limite, naquela pressão em que parece que vai explodir, mas ainda não é a hora. Sentimo-nos muito bem tocando um pouco melhor (eu, Giovani, Manuel e Carlos) e recuperamos o gás que parecia estar perdido. Mais uns dois ensaios e esse punhado de músicas ficaria bembompracaralho, eu me atrevo a dizer. Tivemos testemunhas no ultimo ensaio. Só falta a segurança de um técnico de som que entenda a pressão da banda no palco, liberando-a na medida certa para o público.
Tive que parar algumas músicas e ouvir alguns solos (estou interpretando alguns deles bem melhor, outros, simplesmente não consegui "tirar", tendo fazer novas leituras). Até tirei um wah wah do armário para tocar o solo de "Tanto Quanto". Recuperamos,eu e Giovani, frases de guitarra e nos sintonizamos pela primeira vez como dois guitarristas cientes da orquestração. Muito criativo, Giovani tem ótima pegada. Vira e mexe trocamos idéias sobre os arranjos, coisa que não rolou no primeiro disco, quando gravei todas a trilhas de guitarras. Tivemos até ensaios vocais para músicas com coro, como "Sensorial", mas essa ficou de fora por causa da complexidade ritmica e pouco tempo para pegá-la.

Em tempo, essa boa mão cheia de músicas consiste em

Onde os Olhos não Alcançam
Diante da Parede
Cheia de amor pra down
Equatorial Lounge
Tanto Quanto
O Jogo
Um pouco mais de mim mesmo
Almirante Braz
Amor de Elefante
Crise da Lágrima
Uka Uka


Ou seja, cinco músicas do primeiro disco, que não tocávamos há muito, e mais cinco do disco inédito,ainda não gravado,além do cover da Tribo. Um superpocket show para dar um pouco de pressão na festa e dar a cara a tapa. Um retorno nada garantido mas possível.

2 comentários:

Hugo Cézar disse...

Boas novas por aqui, voltem logo que é!!!
Crise da lágrima é foda!

Nicolau Amador disse...

Quem sabe mais um show em agosto com o Nugoli,hein? Eu to afim...