Na revista Bravo desse mês, Carlos Eduardo Miranda anuncia: o download vai acabar! Para o brother produtor que revelou Raimundos ao Brasil, o formato de audição de música na rede vai ser o streaming e pouca gente vai baixar, tendo a disposição na própria rede uma fonoteca virtual a ser consultada a qualquer instante. Como vai ser isso, se vai ser pago ou não e como vai ser pago, Miranda ainda não arrisca. Fato é que a indústria fonográfica está se reorganizando e tentando direcionar um novo padrão de consumo. Mas, na minha opinião, esse padrão de consumo dificilmente vai se universalizar novamente em um único formato.
Vários fatores podem ser considerados para “prever” isso. Em primeiro lugar, a globalização que permite a transferência de consumo para a rede, não é de todo universal. Vivemos um momento de transição no mundo todo. Em muitos estados do Brasil e, creio, no mundo ainda hão de consumir CDs e DVDs por algum tempo considerável. As classes menos abastadas tendem a segurar a onda do capitalismo tardio enquanto a transição para um modelo menos exploratório não terminar. Isso deve demorar muito ainda.
Os dados sobre vendas de CDs e DVDs no ano passado anunciados pela ABPD há alguns meses (e que pouco ouvi notícias na mídia) mostram uma pequena recuperação de vendas de suporte físico em relação ao ano anterior (2007). Coisa rara no mundo hoje, aconteceu no Brasil. Alguns executivos creditam o feito ao “efeito batom”, causado no final de ano pela crise financeira que estorou em outubro. Com medo de gastar, o consumidor brasileiro voltou a presentear mais barato, e CDs e DVDs voltaram à lista de compras do final de ano.
Dessa forma, o comércio de CD na era digital pode não ser tão obsoleto quando imaginam os entusiastas do comércio de download, que cresce cada vez mais no mundo todo. O que vai mudar são as estratégias de venda, de marketing e o relacionamento de selos e gravadoras com artistas e seus consumidores.
Não há regra pré-estabelecida para isso, para essa nova era de relacionamento. Há, sim, tentativas de universalizar a idéia dos grandes. E o poder da indústria é forte para isso. Mas os independentes e os pequenos precisam articular outras vias, além da inevitável via digital. Idéias inovadoras e projetos ousados se fazem necessários.
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