sexta-feira, 9 de abril de 2010
Álibi de Orfeu flerta com hard rock e MPB
Disco produzido por Edgar Scandurra chega como lançamento do selo paraense NA Music
O novo disco do Álibi de Orfeu (Só veneno, NA Music, 2010) traz uma mistura fina de pop e hard rock, com uma pitada elegante de MPB, que aperfeiçoa a fórmula criada pelo grupo ainda em meados dos anos 1980, quando se tornou uma referência dentro do rock paraense.
A cantora Gláfira Lobo, a quem coube a responsabilidade de substituir Gabriela, se mostra versátil e competente nos variados estilos presentes no álbum, que tem a produção sofisticada de nada menos que Edgar Scandurra (ex-Ira!). O hard rock de Sérgio Barbosa e Sidney KC (ex-Jolly Jocker, outra referência dentro do rock paraense) encontra a linguagem pop de Rui Paiva como num verdadeiro dream team de músicos paraenses.
A fórmula ganha ares de genialidade em canções como a faixa título “Só Veneno” e mais “Espaço de Ninguém” e “Nossa Torre de Babel”, onde Scandurra nos presenteia com um belíssimo solo de violão. A versão de “Ando meio desligado” acrescenta algo novo à canção original dos Mutantes. Outros destaques são “Confissões”, “Agora, não!” e “Janelas”.
Confira alguns destaques do disco.
Só Veneno
A faixa título poderia estar na vanguarda do hard rock oitentista mas flerta tanto com o punk rock quanto o novo stoner rock mais modernoso. A releitura stoner ganhou força com a participação de Frejat, nas guitarras, que poderia ter feito um solo virtuoso mais preferiu fazer uma participação noise. Ritmo acelerado e letra que gruda na cabeça. Ótima pra ouvir no carro, na estrada.
Ando meio desligado
Sensacional e antes inimaginável leitura hard rock do clássico dos Mutantes.
Confissões
A mistura de pop, hard rock e MPB poderia parecer um Frankstein não fosse o Álibi de Orfeu um grupo formado por músicos experientes. Com seus climas e nuances, “Confissões” sintetiza essa fórmula muito bem.
Espaço de Ninguém
Violão e clima de luau nessa balada existencialista de Rui Paiva, que marca toda sua genialidade pop apreendida lá nos anos 1980 e nunca mais esquecida. Destaque para o belo solo de guitarra de Serginho.
To deixando você
Balada pop corretíssima que alterna uma bela harmonia com momentos de tensão bem postos pelo vocal de Gláfira, que consegue ir com versatilidade dos momentos mais melódicos aos mais fortes sem perder a postura.
Nossa Torre de Babel
Outra balada existencialista com a marca pop de Rui Raiva. Aqui quem nos brinda com sua genialidade é Edgar Scandura em magistral solo de violão.
Janelas
A melodia inicial dá lugar a um funk, sobre o qual Gláfira canta um hip hop de pura indignação social. No refrão, volta o hard rock com uma letra reflexiva. Em seguida ganha ares orquestrais com seus vocais de coral. Uma das mais ousadas faixas do disco.
Você precisa
Hard rock arrastado, a la Kashimir, do Led Zeppelin. Sobre essa base, mais uma vez Glafira desfila seus vocais “hard rock mpbísticos”, que remetem as cantoras brasileiras de sucesso dos anos 1990, com a diferença que elas não têm por trás uma base tão rock and roll quanto a do Álibi.
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5 comentários:
Achei o cd do Álibe tão legal que comprei logo 2. A Gláfira e os meninos tão de parabéns!
Esse cd do álibi demoro tanto pra ser lançado + no final escutando com bastante atenção valeu muito a pena esperar pq o resultado é emocionante, espero pelos shows desse cd novo
abraços
Oba, sou a primeira a postar uma mensagem...Comprei o cd do álibi e, sem querer discriminar, mas acho que é um dos melhores de Belém. Bem gravado, linda capa, linda arte e as músicas são pesadas e bem pegajosas. Dá pra assobiar direto...
Concordo com o dono deste blog
Caraca, assisti o show dessa banda na praça perto do cais, foi muito massa, achei que os caras tocam demais e a menina cantora arrebenta. Parabéns, Belém do Pará
A banda é tudo de bom assim como as músicas. E modestia a parte eu sou amigo e muitoooo fã de gláfira lobo.
Só desejo muito sucesso pra banda.
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