terça-feira, 30 de setembro de 2008

Para não passar em branco

Acompanho a trajetória do jornalista Lúcio Flávio Pinto desde antes da universidade, onde tive a honra e a sorte de tê-lo como professor. Desde lá, e já se vão mais de 14 anos, não deixei de ler nunca uma edição do Jornal Pessoal. Diante das alternativas de imprensa que se tem no Estado, não creio que qualquer jornalista possa manter-se minimamente atualizado sobre os temas da região sem tal leitura. LFP e o JP chegaram a ser tema de um projeto de pesquisa meu, que acabei não levando adiante. Felizmente, ele tem sido objeto recorrente em monografias, dissertações e teses pelo país afora. Nunca, porém, vi Lúcio admitir que pudesse seguir uma carreira política. Foi diferente na entrevista que li no tabloíde "Livre", do mesmo grupo que anuncia um novo jornal diário no Pará. Ao dizer que protela a carreira política, talvez até o fim da vida, Lúcio admite mesmo de forma velada que pode ter considerado a idéia mais do que tem demonstrado publicamente ao longo dos anos. Não lembro de sua posição ser assim antes. Sempre se colocou como jornalista, que, segundo a sua cartilha, deve ser oposição sempre. Um carreira política requer uma série de escolhas, a começar pelo partido, que colocaria em xeque a sua "imparcialidade pessoal". Por outro lado, de tanto reclamar a falta de um estadista, Lúcio poderia dar a mão à palmatória. Na última edição de seu JP, por ironia ou não, Lúcio começa a tomar posição teatral, coisa também pouco comum na sua trajetória, recomendando o aeroporto como saída às alternativas políticas que se apresentam à Prefeitura de Belém. Felizmente, a maioria do eleitorado não tem tal escolha. E as alternativas continuam aí. Dizer que são todos "seis" ou "meia-duzia" pode ser uma generalização tão nociva quanto a omissão histórica do nosso povo.

4 comentários:

Tânia Amador disse...

Oi mano!
Podias ter me dito que estavas "blogando". Sabe que gosto de te ler.
Bom, não leio nada do LFP há tempos, não omito opinião sobre isso, mas teu texto ótimo.

Já adicionei teu blog ao meus favoritos!
Beijos e saudades

Tânia Amador disse...

O que o google não achar...não?

Unknown disse...

Oi Nicolau, que sorte a sua ter o LFP como professor.
As matérias que ele escreve são fascinates e sempre me deixam a pensar sobre "qual meu papel na sociedade???"
abçs

Nicolau Amador disse...

oi, minha irmã, que prazer em "vê-la" por aqui. na correia, o blog serve como um marcador de ideia e pra registrar coisas da correria, tem gente gosta e vem ler de vez em quando também. mas eu ainda não tive muito tempo para divulgar. A Paula, por exemplo, disse que achou o blog procurando links sobre o Suzana Flag. Que bom que as pessoas estão descobrindo por sua propria conta e estão gostando. Visitem sempre e divulguem. Eu não me incomodo.
Sobre o Lúcio, ele é fundamental para entender a nossa realidade. Quando a certa e quando erra (e ele erra muito pouco e sempre no varejo, como costuma dizer)ele ajudar a elicidar questões. Aprendi na comunicação que comunicar, conversar, debater, escrever é exorcizar nossos males, ajuyda a compreende-los melhor e, naturalmente, a superá-los. Isso é fácil de entender quando a gente estuda e vive os processos de comunicação. Só o fato do Lúcio exercer essa leitura crítica do nosso tempo e do nosso espaço, na Amazônia, é fundamental. Principalmente quando os jornais locais só tem compromisso com seus próprios interesses, obscuros quase sempre. Leia o blog e leia o Lúcio em http://www.jornalpessoal.com.br
Grande bjo.