quinta-feira, 12 de junho de 2008

Textos explicativos

Em resposta à pergunta "Cadê o Suzana Flag?", seguem textos explicativos.


O Suzana Flag se separou oficialmente no primeiro semestre de 2007. O baixista/vocalista Elder e o guitarrista Daniel Coutinho (ex-Indústria Vital) saíram na fase de mixagem do segundo disco (o primeiro que seria prensado em escala comercial). Juntos formaram o Attack Fantasma, rebatizado Ataque Fantasma. O Johny Rockstar já existia antes. A última apresentação dessa formação foi no primeiro festival Se Rasgum no Rock, em 2006. Foi uma das piores apresentações que já vi da banda ao longo dos pelo menos cinco anos que os acompanho. Talvez a maior parte do público não tenha percebido, mas a mim, parecia que eles queriam se matar um ao outro. Joel e Elder voltaram às boas, meses depois. Houve poucas apresentações com a formação sem o Elder. Numa delas, em Castanhal, Elder tocou e cantou “Contraposto” com a banda, levando fãs castanhalenses ao delírio e aos prantos na platéia.


A separação foi provocada por uma crise interna nada leve, que se agravou ainda mais. A gota d’água talvez tenha sido a sabotagem que a banda sofreu no âmbito do governo estadual, em esferas restritas, que hoje evidenciam, na minha opinião, a fraqueza da política cultural praticada naquele governo. Depois de quase três anos promovendo e produzindo a banda, eu deixei o grupo e continuei com meu trabalho como produtor. Fui, ainda publicamente associado ao Suzana Flag, convidado para um reunião com a diretoria de marketing de uma operadora de celular, onde nos foi dito que gostariam de investir 50 mil reais no próximo disco da banda, bastando para isso vencer a burocracia estatal na aprovação do projeto na Lei Semear. Levei a notícia aos integrantes e me propus a executar o projeto em parceria com Bernie Walbenny, como freelancer. Já tínhamos aprovado duas vezes, em anos anteriores, o mesmo projeto de disco na Lei Semear, mas as cartas venciam sem que conseguíssemos arranjar patrocinadores. Dessa vez, o projeto chegou na gerência da Lei Semear com uma carta de intenção de patrocínio assinada pelo departamento de marketing da operadora. Em qualquer situação isso seria uma garantia de aprovação. Menos naquela. Depois de longa espera, o projeto foi reprovado sem direito a recurso e nós perdemos o patrocínio. Foi um golpe de misericórdia.
Na fase de mixagem do disco, cuja gravação foi executada com total apoio da Funtelpa, Elder saiu da banda e sugeriu que o disco fosse lançado sem ele mas com as músicas dele. Metade das canções eram dele ou cantadas por ele. Sem patrocínio para a prensagem e sem condições de levar aos palcos as canções do Elder (sem ele próprio para cantá-las), Joel Melo, produtor musical do disco, decidiu por suspender o lançamento e sair de cena para se recuperar do baque.


Um grupo de amigos juntou grana para manter o Suzana Flag vivo e comprou um PC e uma placa de áudio profissional para que Joel gravasse as canções que comporia para preencher metade do disco deixada para trás. Foi mais de um ano compondo, arranjando e pré-produzindo o novo disco do Suzana Flag. Cerca de 80% das gravações foram realizadas no quarto do apartamento que ele e Susanne ocupam até hoje em Belém, junto com uma amiga, e vive com o aluguel atrasado. O disco novo mantém o mesmo espírito “faça você mesmo” do Fanzine. Pelo menos a pré-produção dele.


Atualmente, o Suzana Flag é composto por um trio: Joel Melo (guitarras e efeitos), Susanne Melo (voz) e João Ricardo “Ramones” (bateria). A banda deve voltar a fazer shows no segundo semestre com músicos convidados ou definitivamente integrados ao grupo. Isso não está definido ainda. Mas serão shows isolados em eventos específicos, como o Bafafá Pro Rock. O retorno à cena, definitivamente, vai ocorrer depois do lançamento do disco Souvenir, que ainda não tem data marcada. Estamos trabalhando para viabilizar isso (esperamos apoio o do governo que não tivemos em 2006). Voltei para a produção da banda no segundo semestre do ano passado.

3 comentários:

Anônimo disse...

em 2006, o suzana gravou o disco souvenir nos estudios da funtelpa, governo

Nicolau Amador disse...

Sim, como foi dito no texto explicativo, as gravações iniciais de "Souvenir" foram feitas com todo o apoio da Funtelpa, o q não parecia traduzir apoio governamental de fato. Apoio à produção cultural cabia à Secult e à Fundação Tancredo Neves. Não deixou de haver boa vontade em alguns setores do governo passado. Mas de fato, houve uma espécie se sabotagem em setores restritos, como ficou bem explicado. Especialmente naquele que era dominado por uma panelinha das leis de incentivo. Não é novidade que esse recurso de renúncia fiscal foi e é usado de forma inescrupulosa por alguns. Quem defende isso?

Anônimo disse...

Puts cara, por acaso me deparei com as mp3 das antigas que tinha aqui em meu pc, e bom, fico feliz de saber que ainda há esperança pra banda!

eu tocava na banda do Claudinho, que veio de marabá pro Rio, e atualmente toca no Laranja Dub

boa sorte pra todos nós rs
abraço